Natureza surreal

Localizada no Mato Grosso do Sul, a cidade de Bonito é considerada o melhor destino de ecoturismo do Brasil. E faz jus ao nome: rios cristalinos, cachoeiras deslumbrantes e cavernas com piscinas naturais são alguns dos atrativos encontrados por lá. Bonito também é um dos destinos mais organizados do país, e tem como um de seus pilares a preservação do meio ambiente.

Para começar, todos os atrativos têm um limite máximo de visitantes por dia, para minimizar o impacto ambiental. Como forma de controlar o acesso, os passeios só podem ser comercializados pelas agências locais autorizadas pela prefeitura, em um sistema chamado de voucher único. Com isso, os preços são sempre tabelados, independentemente da agência que você escolher. A dica é fazer as reservas com antecedência, principalmente se você viajar na alta temporada (férias escolares e feriados).

Dá para agendar até dois passeios por dia, para aproveitar a estada ao máximo. Quase todos os atrativos ficam em propriedades particulares, geralmente mais afastadas do centro, mas oferecem estruturas turísticas completas, com banheiros, estacionamento, lanchonete ou restaurante e outras comodidades.

Com cerca de 22 mil habitantes, Bonito é aquela típica cidade do interior – pequena, tranquila e muito segura.

Sinta-se livre para caminhar pelas ruas a qualquer hora do dia ou da noite, sem preocupações. Aliás, é durante a noite que o centro de Bonito ganha vida, depois que os turistas voltam dos passeios. 

A rua principal (R. Cel. Pílad Rébua) concentra ao longo de poucos quarteirões uma boa variedade de lojinhas de presentes, restaurantes, bares, sorveterias e outros pontos comerciais. É só ter a Praça da Liberdade como ponto de referência. 

A oferta hoteleira também é bem completa, de opções mais luxuosas a hostels e pousadas simples.

Em Bonito, os passeios são para todos os perfis. Há desde atividades radicais para os mais aventureiros, como rafting, boia cross e mergulhos com cilindro, até trilhas leves e balneários tranquilos para crianças e idosos. E cada lugar tem sua particularidade, com cenários únicos não só no Brasil, mas no mundo. Bonito é um destino tão especial graças à formação geológica dessa região, rica em rochas calcárias, o que possibilitou o surgimento de tantas grutas, cavernas e nascentes. Já o alto teor de carbonato de cálcio e magnésio na água faz com que qualquer partícula sólida seja decantada para o fundo dos rios, colaborando para essa qualidade cristalina tão característica de Bonito.

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Nascentes Rio Azul (Divulgação/Nascentes da Serra)

 

Flutuações e nascentes que encantam

Em Bonito, as flutuações são os passeios mais procurados, e acontecem em rios e nascentes absurdamente cristalinos. A água ainda ganha diferentes tons de azul e verde, e a vegetação exuberante ao redor completa o cenário. 

Vários atrativos na região oferecem esse tipo de atividade, como o Aquário Natural, o Rio da Prata e o Rio Sucuri. Outra opção é a Lagoa Misteriosa, que ganhou esse nome graças a uma questão curiosa: sua real profundidade ainda é desconhecida. O ponto mais fundo já explorado por mergulhadores foi a 220 metros embaixo d’água.

No complexo de ecoturismo da Nascente Azul, a flutuação é nas águas calmas e cristalinas do rio homônimo. Com uma correnteza quase imperceptível, é recomendada para crianças, idosos e até para quem não sabe nadar.

Depois de conferir a nascente de perto, é só deixar a água te levar calmamente por um lindo percurso pelo rio, enquanto admira o rico e colorido jardim subaquático e vários cardumes de peixes. O complexo da Nascente Azul oferece ainda balneário próprio, tirolesa, pêndulo humano e trilhas contemplativas.

Já na cidade vizinha de Bodoquena o atrativo Nascentes Rio Azul tem flutuação em um pequeno afluente do Rio Salobra. Com um vibrante tom turquesa e uma visibilidade que chega a mais de 40 metros na horizontal, o Rio Azul é totalmente cristalino e há uma profusão de plantas submersas que parecem galhos de palmeiras. A sensação ao flutuar nessas águas é a de estar voando sobre uma floresta de verdade.

Também é possível fazer flutuação no Abismo Anhumas, um dos lugares mais surreais de Bonito. Da superfície, não dá para imaginar que uma pequena fenda no chão é a porta de entrada para uma caverna imensa. Sentado em um rapel elétrico, o visitante desce até uma câmara de 72 metros, inundada por um lago de 80 metros de profundidade. 

Quando a luz do sol atravessa a fenda no alto do abismo, cria um visual mágico, fazendo o lago brilhar. Por todos os lados, há grandes estalactites, estalagmites e cones calcários. Os turistas descem até um deck flutuante, onde se preparam para as diferentes atividades, como passeio de bote inflável, flutuação com snorkel e mergulho com cilindro.

Grutas e cachoeiras completam cenário

Parte da ampla rede de cavernas, grutas e galerias subterrâneas de Bonito, a Gruta do Lago Azul é o famoso cartão-postal da cidade. O visual é de tirar o fôlego: incríveis dimensões, sendo esta uma das maiores cavidades inundadas do mundo, enormes espeleotemas projetados no chão e no teto da caverna e um profundo lago que reflete um azul intenso, onde já foram encontradas ossadas de animais pré-históricos. A visita é contemplativa, já que não é permitido entrar na água.

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Abismo Anhumas (Divulgação/ Abismo Anhumas)

Mas para quem quer se refrescar, não faltam cachoeiras em Bonito e região. A Boca da Onça, por exemplo, é um daqueles lugares que te deixam maravilhado a cada passo. O complexo é famoso por abrigar a cachoeira homônima, que é a mais alta do Mato Grosso do Sul. Mas vai muito além disso. Há duas opções de trilhas, atravessando toda uma encosta da serra, a começar pela parte mais alta. Entre cachoeiras, piscinas naturais de águas cristalinas e mirantes, há várias paradas pelo caminho, algumas para banho e outras para contemplação.
Com uma queda de 156 metros de altura, a Cachoeira Boca da Onça impressiona pela magnitude e forma uma gostosa piscina natural. Outro ponto para banho é o Buraco dos Macacos, um poço com cachoeira que lembra os cenotes mexicanos. E um lugar favorito para fotos é a Janela para o Céu, um espelho d’água no topo de uma cachoeira. O complexo da Boca da Onça tem ainda o maior rapel de plataforma do Brasil, com uma descida de 90 metros em meio ao Cânion do Rio Salobra.

Já o parque Cachoeiras Serra da Bodoquena tem paisagens inspiradoras em meio a uma vegetação preservada de Mata Atlântica e Cerrado. Ali, os grupos de visitantes são acompanhados por um guia ao longo de uma sequência de cachoeiras, cinco delas para banho e cada uma com sua beleza – mas todas de águas cristalinas em belos tons esverdeados do Rio Betione.

A Cachoeira da Gruta é a principal, com 12 metros de altura e uma grande piscina natural que rende um bom mergulho entre os peixes. Todo o trajeto é bem estruturado, com decks de apoio e mirantes para fotos incríveis. O passeio termina no balneário do complexo, onde há uma ampla área para nadar, tirolesa aquática e espaços de descanso.

(*) Da equipe Assimptur, parceira do Hoje emDia