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O estudo, publicado na revista Nature em janeiro, incluiu informações de saúde de veteranos de guerras dos Estados Unidos diagnosticados com diabetes tipo 2. Dos quase 2 milhões de indivíduos que tiveram seus dados incluídos no estudo, 252 mil faziam uso de algum antagonista de GLP-1. Essa classe de medicamentos inicialmente foi desenvolvida para tratamento de diabetes, mas seus benefícios também foram documentados para perda e controle de peso.
Na pesquisa, quatro medicamentos desse tipo foram incluídos: Ozempic e Wegovy, ambos da Novo Nordisk e já em comercialização no Brasil; e Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, e somente o primeiro com autorização já emitida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tratamento de diabetes.
A Folha contatou as duas farmacêuticas. A Eli Lilly afirmou à reportagem que os medicamentos podem levar a efeitos colaterais gastrointestinais, como náusea e vômito, lesão renal aguda e pancreatite. "Esses riscos foram comunicados e são amplamente conhecidos pelos profissionais de saúde", continua a empresa, que também diz estar "comprometida em monitorar, avaliar e relatar continuamente os dados de segurança".
Por outro lado, a Novo Nordisk informou que apoia estudos independentes sobre seus remédios, mas também chamou atenção que diferentes pesquisas e iniciativas, como o acompanhamento pós-comercialização de mais de 22 milhões de pacientes, fornecem evidências de que seus remédios são seguros.
O posicionamento da empresa é uma resposta a conclusão do novo estudo que levantou a possibilidade dos remédios produzidos pela Novo Nordisk e pela Eli Lilly estarem ligados ao desenvolvimento de complicações como pancreatite, problemas nos rins, hipotensão e incômodos gastrointestinais, entre outros.
Para chegar a essa conclusão, o estudo acessou os dados dos cerca de 2 milhões de veteranos de guerra com informações compiladas em bancos de dados americanos. Eles foram divididos entre aqueles que utilizavam antagonistas da GLP-1 e outros que não faziam uso desse tipo de remédio. Os pesquisadores acompanharam as informações dos pacientes por mais de três anos, prestando atenção a 175 doenças e condições de saúde.
Esse rastreamento tornou possível comparar diferentes efeitos que esse tipo de medicamento causa. Além dos malefícios, o estudo também observou que as drogas levaram a benefícios para a saúde humana para além do tratamento da diabetes e obesidade. Diminuição do risco de doenças cognitivas, como demência, combate ao consumo excessivo de álcool e desfecho positivos em casos de condições respiratórias são alguns exemplos.
O resultado do estudo é preliminar e só compilou dados de pessoas que utilizam os antagonistas da GLP-1 para tratar diabetes tipo 2. No entanto, Ziyad Al-Aly, epidemiologista clínico da WashU Medicine (Escola de Medicina da Universidade Washington em Saint-Louis) e um dos autores do artigo, afirmou à Folha que "não vemos nenhuma razão [...] para pensar que os benefícios e riscos seriam diferentes em pessoas com diabetes em comparação a pessoas sem".
O cientista também acredita que, embora mais dados sejam importantes, é importante estar atento aos efeitos colaterais observados na pesquisa. Ele e os outros autores do estudo escreveram no artigo que os resultados "podem ajudar a orientar a prática clínica e informar futuras direções de pesquisa clínica e mecanicista".
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