BEM-ESTAR

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) descobriu que o óleo extraído da copaíba contém propriedades anti-inflamatórias. Segundo o pesquisador Guilherme Venâncio Símaro, essa oleorresina retirada da árvore Copaifera pubiflora é rica em ácido hardwíckiico.

Em testes de laboratório com células, tanto a oleorresina quanto o ácido hardwíckiico apresentaram efeito anti-inflamatório, capacidade de anular a percepção de dor e não se mostraram tóxicos.

 

Os experimentos feitos na USP, foram publicados em maio na revista científica Journal of Ethnopharmacology, ainda são preliminares e uma possível aplicação medicamentosa demanda outras pesquisas, incluindo testes clínicos em voluntários.

De acordo com o estudo, a ação anti-inflamatória do óleo de copaíba se deu por meio do bloqueio da produção de proteínas chamadas citocinas, que regulam a inflamação. Ao inibir esse processo, há a redução também dos sintomas associados ao problema, como dor e febre.

 

Além da ação anti-inflamatória, Guilherme Símaro também avaliou possível ação citotóxica da oleorresina e do ácido hardwíckiico, que são os possíveis danos ou mortes de células. O pesquisador explicou que toxicidade não necessariamente é uma coisa ruim, “quando você tem um câncer, quer matar a célula tumoral; se você testa um composto que mata as células tumorais, pode ser bem interessante”.

Os testes não demonstraram danos das substâncias às células, entretanto, Símaro lembrou que os resultados ainda são preliminares e demandam outras etapas de pesquisas para verificar se o óleo extraído da planta pode ser utilizado como medicamento.

A copaíba é bem conhecida no Brasil, com uso cosmético e industrial. A estimativa é que sejam produzidas cerca de 600 toneladas por ano da oleorresina, que são comercializadas para o mundo inteiro.

A parte mais volátil desse óleo também é usada em aromatizantes, tintas e verniz.

(*) Com Jornal da USP.