Homem ficou estável depois da operação e agora será monitorado por dois anos
Pesquisadores japoneses disseram nesta sexta-feira (9) que transplantaram células-tronco para o cérebro de um paciente, em um ensaio inovador que busca curar o mal de Parkinson.
A equipe de pesquisadores da Universidade de Kyoto injetou células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) - que têm o potencial de se desenvolver em qualquer célula do corpo - no cérebro de um paciente homem de cerca de 50 anos, informou a universidade em um comunicado à imprensa.
O homem ficou estável depois da operação, que foi realizada no mês passado, e agora será monitorado por dois anos, acrescentou a universidade.
Os pesquisadores injetaram 2,4 milhões de células iPS no lado esquerdo do cérebro do paciente, em uma operação que durou cerca de três horas.
Se nenhum problema for observado nos próximos seis meses, eles irão implantar mais 2,4 milhões de células no lado direito.
As células iPS de doadores saudáveis foram desenvolvidas em precursores de células cerebrais produtoras de dopamina, que não estão mais presentes em pessoas com mal de Parkinson.
A operação aconteceu depois que a universidade anunciou em julho que realizaria o estudo com sete participantes de entre 50 e 69 anos.
Este é o primeiro estudo envolvendo o implante de células-tronco no cérebro para curar o mal de Parkinson.
"Agradeço aos pacientes por participarem do teste com coragem e determinação", disse Jun Takahashi, professor da Universidade de Kyoto, a repórteres nesta sexta-feira, segundo a emissora pública NHK.
O mal de Parkinson é um distúrbio neurológico crônico degenerativo que afeta o sistema motor do corpo, muitas vezes causando tremores e outras dificuldades no movimento.
Em todo o mundo, cerca de 10 milhões de pessoas são afetadas pela doença, de acordo com a Fundação da Doença de Parkinson.
As terapias atualmente disponíveis "melhoram os sintomas sem retardar ou interromper a progressão da doença", diz a fundação.
O ensaio com humanos chega após um teste anterior envolvendo macacos.
Pesquisadores anunciaram no ano passado que primatas com sintomas de Parkinson recuperaram uma mobilidade significativa depois que células iPS foram inseridas em seus cérebros.
Eles também confirmaram que as células iPS não se transformaram em tumores durante os dois anos após o implante.
As células iPS são criadas estimulando células maduras e já especializadas, para que voltem ao estado juvenil - basicamente clonagem sem a necessidade de um embrião.
As células podem ser transformadas em uma variedade de tipos de células, e seu uso é um setor-chave da pesquisa médica.