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O governador Romeu Zema anunciou hoje a troca do comando da Polícia Militar (PM) na tentativa de apaziguar os ânimos da categoria, que estava insatisfeita com o comandante-geral, coronel Rodrigo Piassi do Nascimento. Ele será substituído pelo coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, atual chefe do Gabinete Militar do Governador e coordenador estadual de Defesa Civil.
A nomeação deverá ocorrer nos próximos dias, após a cerimônia de troca de comando. Segundo informações da reportagem, Piassi era contra o Projeto de Lei 88/2022, já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da ALMG, que assegura a remuneração por serviço extraordinário aos policiais militares, bombeiros, policiais civis, penais e agentes socioeducativos.
Ele também se opunha ao pagamento de vale-refeição aos profissionais da ativa como forma de incremento salarial, uma alternativa que o governo Zema vem estudando para apaziguar os ânimos dos militares, a única categoria das forças de segurança que não tem direito a esse benefício. O comandante defendia a paridade de direitos entre os militares da ativa e os da reserva e aposentados.
Além disso, Piassi teria atuado junto ao governo para barrar o artigo de uma legislação aprovada pela Assembleia que reduzia de oito para sete anos o tempo de promoção de soldado para cabo. Ele também defendia, em visitas ao interior do estado, a aprovação da majoração das alíquotas do IPSM pagas pelos militares.
O novo comandante é um oficial alinhado com o governador e seria mais favorável às mudanças que o governo estuda para beneficiar a categoria. Zema enfrenta ainda insatisfação da tropa em função de questões salariais e pela tentativa do governo de aprovar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o Projeto de Lei que aumenta as contribuições dos policiais ao Instituto de Previdência Social dos Militares e diminui a contribuição patronal.
Além disso, Piassi não tinha muito traquejo no trato com os deputados estaduais, que sempre procuram o comando para discutir questões ligadas à segurança em suas bases eleitorais. Com o maior representante da corporação dentro da ALMG, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), a relação era extremamente conflituosa. De acordo com o deputado, o comando foi trocado porque Piassi estava “extremamente desgastado com a tropa”. “Ele passou a ser visto como um representante do governo junto à tropa e não como um representante da tropa junto ao governo”, afirma o deputado.
Segundo Rodrigues, Piassi também estava realizando encontros com lideranças da PM no interior do estado, defendendo o projeto do IPSM e o Regime de Recuperação Fiscal, pautas que as entidades de classe e os representantes das forças de segurança rejeitam. Para o deputado, a troca pode ser do “seis pela meia dúzia”, mas ele prefere esperar para ver como será o desempenho do novo comando. O parlamentar também destaca o aumento da criminalidade no estado, resultante, segundo ele, da insatisfação da PM com o comando e com o governo.
O deputado estadual Coronel Sandro (PL) aprovou o novo comando e afirmou que os oficiais escolhidos “são militares capacitados”, desejando boa sorte ao novo grupo.
O presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra/PMBM), Heder Martins, destacou que a entidade sempre buscou diálogo com todos os comandantes para tratar das questões da categoria e espera que, com a nova cúpula, esse relacionamento seja mantido, apesar das demandas não estarem sendo atendidas pelo comando. Martins também espera que o novo comando defenda a categoria e não o governo, ciente de que, em muitos casos, há um conflito de interesses.
Currículo
Garcia ingressou na PM em 1995 e se graduou oficial em 1998. Comandou o Pelotão de Choque, a Companhia Tático Móvel, a ROTAM e diversos outros batalhões. Foi ainda comandante da 5ª Região da Polícia Militar, responsável pelo policiamento de cidades do Triângulo e Alto Paranaíba. O novo comandante é também formado em Direito, com especialização em segurança pública e defesa social.
O chefe do Estado Maior da PMMG também será trocado. Sai o coronel Marcelo Ramos de Oliveira, empossado em janeiro de 2023, e entra o coronel Maurício José de Oliveira, atual corregedor-chefe da corporação.
José de Oliveira é formado em Ciências Militares e em Direito, com especialização em direito público, segurança pública e gestão estratégica em segurança pública.
Os novos nomes para a chefia do Gabinete Militar do Governador e para Corregedor-Chefe ainda não foram divulgados.
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O governador Romeu Zema anunciou hoje a troca do comando da Polícia Militar (PM) na tentativa de apaziguar os ânimos da categoria, que estava insatisfeita com o comandante-geral, coronel Rodrigo Piassi do Nascimento. Ele será substituído pelo coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, atual chefe do Gabinete Militar do Governador e coordenador estadual de Defesa Civil.
A nomeação deverá ocorrer nos próximos dias, após a cerimônia de troca de comando. Segundo informações da reportagem, Piassi era contra o Projeto de Lei 88/2022, já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da ALMG, que assegura a remuneração por serviço extraordinário aos policiais militares, bombeiros, policiais civis, penais e agentes socioeducativos.
Ele também se opunha ao pagamento de vale-refeição aos profissionais da ativa como forma de incremento salarial, uma alternativa que o governo Zema vem estudando para apaziguar os ânimos dos militares, a única categoria das forças de segurança que não tem direito a esse benefício. O comandante defendia a paridade de direitos entre os militares da ativa e os da reserva e aposentados.
Além disso, Piassi teria atuado junto ao governo para barrar o artigo de uma legislação aprovada pela Assembleia que reduzia de oito para sete anos o tempo de promoção de soldado para cabo. Ele também defendia, em visitas ao interior do estado, a aprovação da majoração das alíquotas do IPSM pagas pelos militares.
O novo comandante é um oficial alinhado com o governador e seria mais favorável às mudanças que o governo estuda para beneficiar a categoria. Zema enfrenta ainda insatisfação da tropa em função de questões salariais e pela tentativa do governo de aprovar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o Projeto de Lei que aumenta as contribuições dos policiais ao Instituto de Previdência Social dos Militares e diminui a contribuição patronal.
Além disso, Piassi não tinha muito traquejo no trato com os deputados estaduais, que sempre procuram o comando para discutir questões ligadas à segurança em suas bases eleitorais. Com o maior representante da corporação dentro da ALMG, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), a relação era extremamente conflituosa. De acordo com o deputado, o comando foi trocado porque Piassi estava “extremamente desgastado com a tropa”. “Ele passou a ser visto como um representante do governo junto à tropa e não como um representante da tropa junto ao governo”, afirma o deputado.
Segundo Rodrigues, Piassi também estava realizando encontros com lideranças da PM no interior do estado, defendendo o projeto do IPSM e o Regime de Recuperação Fiscal, pautas que as entidades de classe e os representantes das forças de segurança rejeitam. Para o deputado, a troca pode ser do “seis pela meia dúzia”, mas ele prefere esperar para ver como será o desempenho do novo comando. O parlamentar também destaca o aumento da criminalidade no estado, resultante, segundo ele, da insatisfação da PM com o comando e com o governo.
O deputado estadual Coronel Sandro (PL) aprovou o novo comando e afirmou que os oficiais escolhidos “são militares capacitados”, desejando boa sorte ao novo grupo.
O presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra/PMBM), Heder Martins, destacou que a entidade sempre buscou diálogo com todos os comandantes para tratar das questões da categoria e espera que, com a nova cúpula, esse relacionamento seja mantido, apesar das demandas não estarem sendo atendidas pelo comando. Martins também espera que o novo comando defenda a categoria e não o governo, ciente de que, em muitos casos, há um conflito de interesses.
Currículo
Garcia ingressou na PM em 1995 e se graduou oficial em 1998. Comandou o Pelotão de Choque, a Companhia Tático Móvel, a ROTAM e diversos outros batalhões. Foi ainda comandante da 5ª Região da Polícia Militar, responsável pelo policiamento de cidades do Triângulo e Alto Paranaíba. O novo comandante é também formado em Direito, com especialização em segurança pública e defesa social.
O chefe do Estado Maior da PMMG também será trocado. Sai o coronel Marcelo Ramos de Oliveira, empossado em janeiro de 2023, e entra o coronel Maurício José de Oliveira, atual corregedor-chefe da corporação.
José de Oliveira é formado em Ciências Militares e em Direito, com especialização em direito público, segurança pública e gestão estratégica em segurança pública.
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