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O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) soube, entre os turnos da eleição de 2018, que a Operação Furna da Onça seria deflagrada. O inquérito investiga suposto desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), esteve no centro das investigações. Ele é acusado de comandar um esquema de “rachadinha” operado no gabinete de Flávio, à época deputado estadual fluminense. A informação foi revelada por Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado Federal, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Segundo Marinho, hoje pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB, Flávio foi avisado da operação por um delegado da Polícia Federal simpático à candidatura de Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Os policiais teriam retardado o início das investigações para depois da corrida eleitoral. Ainda de acordo com o empresário, o delegado responsável por antecipar a 'Furna da Onça' aconselhou o parlamentar a exonerar Queiroz e a filha dele, Nathalia, da Alerj.
As demissões ocorreram em 15 de outubro, cerca de duas semanas antes do segundo turno. A operação, por sua vez, foi deflagrada em dezembro. No dia 13 daquele mês, Flávio procurou Marinho em sua casa — imóvel que sediou o clã dos Bolsonaro durante a campanha de 2018 — para pedir a indicação de um advogado criminalista, visto que temia ser atingido por desdobramentos das investigações.Continua depois da publicidade
De acordo com Marinho, Flávio estava “absolutamente transtornado” com a situação. O então senador eleito classificou os supostos atos de Queiroz como uma “traição.” “Dizia que tudo aquilo tinha sido uma grande traição, que se sentia muito decepcionado e preocupado com o que esse episódio poderia causar ao governo do pai”.
Marinho disse que também participaram da conversa o advogado de Flávio, Victor Alves, e Christiano Fragoso, indicado pelo empresário para compor a defesa do parlamentar.
Na entrevista, concedida à jornalista Mônica Bergamo, Marinho afirmou que as informações sobre a operação chegaram a Flávio Bolsonaro por meio do ex-coronel Miguel Braga, chefe de gabinete do senador. Braga recebeu um telefonema do delegado, que dizia conhecer um assunto de interesse de Flávio. O ex-coronel, orientado pelo parlamentar, foi se encontrar com o informante.
“Estou te contando a narrativa do Flávio e do advogado Victor para nós, Paulo Marinho e Christiano, do outro lado da mesa. O senador contou que disse ao coronel Braga que se encontrasse com essa pessoa [o delegado] para saber do que se tratava. Estava curioso. E aí marcaram um encontro com esse delegado na porta da Superintendência da Polícia Federal, na praça Mauá, no Rio de Janeiro”, contou Paulo Marinho.
Segundo ele, Victor e outra assessora do senador, Val Meliga, também foram ao encontro do delegado. Ao tomar conhecimento da situação, Jair Bolsonaro pediu que o filho exonerasse Fabrício Queiroz e a filha, o que aconteceu no mesmo dia.
Conforme Marinho, Christiano Fragoso indicou Ralph Hage Vianna para defender o ex-assessor do senador. Ainda de acordo com Marinho, a família Bolsonaro optou por montar um outro esquema de defesa.O empresário, então, desmontou as articulações que havia feito.
Segundo o suplente, Flávio contou que não falava mais com Queiroz. Victor Alves, no entanto, mantinha contato com o ex-colega de gabinete.
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O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) soube, entre os turnos da eleição de 2018, que a Operação Furna da Onça seria deflagrada. O inquérito investiga suposto desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), esteve no centro das investigações. Ele é acusado de comandar um esquema de “rachadinha” operado no gabinete de Flávio, à época deputado estadual fluminense. A informação foi revelada por Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado Federal, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Segundo Marinho, hoje pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB, Flávio foi avisado da operação por um delegado da Polícia Federal simpático à candidatura de Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Os policiais teriam retardado o início das investigações para depois da corrida eleitoral. Ainda de acordo com o empresário, o delegado responsável por antecipar a 'Furna da Onça' aconselhou o parlamentar a exonerar Queiroz e a filha dele, Nathalia, da Alerj.
As demissões ocorreram em 15 de outubro, cerca de duas semanas antes do segundo turno. A operação, por sua vez, foi deflagrada em dezembro. No dia 13 daquele mês, Flávio procurou Marinho em sua casa — imóvel que sediou o clã dos Bolsonaro durante a campanha de 2018 — para pedir a indicação de um advogado criminalista, visto que temia ser atingido por desdobramentos das investigações.Continua depois da publicidade
De acordo com Marinho, Flávio estava “absolutamente transtornado” com a situação. O então senador eleito classificou os supostos atos de Queiroz como uma “traição.” “Dizia que tudo aquilo tinha sido uma grande traição, que se sentia muito decepcionado e preocupado com o que esse episódio poderia causar ao governo do pai”.
Marinho disse que também participaram da conversa o advogado de Flávio, Victor Alves, e Christiano Fragoso, indicado pelo empresário para compor a defesa do parlamentar.
Na entrevista, concedida à jornalista Mônica Bergamo, Marinho afirmou que as informações sobre a operação chegaram a Flávio Bolsonaro por meio do ex-coronel Miguel Braga, chefe de gabinete do senador. Braga recebeu um telefonema do delegado, que dizia conhecer um assunto de interesse de Flávio. O ex-coronel, orientado pelo parlamentar, foi se encontrar com o informante.
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Segundo ele, Victor e outra assessora do senador, Val Meliga, também foram ao encontro do delegado. Ao tomar conhecimento da situação, Jair Bolsonaro pediu que o filho exonerasse Fabrício Queiroz e a filha, o que aconteceu no mesmo dia.
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Segundo o suplente, Flávio contou que não falava mais com Queiroz. Victor Alves, no entanto, mantinha contato com o ex-colega de gabinete.