O senador Antonio Anastasia comunicou nesta sexta-feira (7) ao presidente nacional do PSDB Bruno Araújo que vai deixar o partido. Na próxima semana, o parlamentar mineiro deve se filiar ao PSD.  

Lideranças do PSDB em Minas Gerais lamentaram a saída do senador, que estava no partido desde 2005, um ano antes de se eleger vice-governador no mandato de Aécio Neves (PSDB). Em 2010, Anastasia foi eleito ao governo de Minas pelo PSDB.

 

A saída foi lamentada por lideranças tucanas em Minas Gerais, que consideravam Anastasia um dos “melhores quadros políticos do país”.

“O senador Antonio Anastasia comunicou ao presidente nacional do PSDB seu desligamento do partido. Anastasia é um dos melhores quadros políticos do país e desencontros circunstanciais não nos impedirão de atuar no mesmo campo político, em partidos diferentes, na defesa dos interesses de Minas Gerais e do Brasil”, disse o presidente do PSDB em Minas, deputado Paulo Abi-Ackel, por meio de nota.

O deputado Gustavo Valadares (PSDB), líder do bloco governista na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), também lamentou a decisão do ex-governador.

“Só posso lamentar. O partido perde um excepcional quadro, amigo e grande homem público, mas o senador também perde um grande partido. Certeza que os dois lados ainda vão se encontrar”, disse Valadares em suas redes sociais.

Em 2018, o PSDB lançou Anastasia na disputa pelo governo de Minas, mesmo com o senador afirmando pouco tempo antes da campanha eleitoral que não tinha intenção de concorrer. A avaliação dos tucanos era que ele seria o único nome com chance de recolocar o PSDB no Palácio da Liberdade. Anastasia acabou derrotado no segundo turno pelo governador Romeu Zema (Novo).

No final do ano passado, em entrevista ao Estado de Minas, o senador afirmou que já tinha se decidido a apoiar a candidatura de reeleição do prefeito Alexandre Kalil (PSD) na Prefeitura de Belo Horizonte.

Mesmo com o lançamento de uma pré-candidatura tucana, a secretária adjunta de Planejamento Luísa Barreto, Anastasia afirmou que não apoiaria o nome apresentado pelo PSDB para disputar a prefeitura de BH. 

O senador não confirmou a filiação no PSD, mas nos bastidores o ingresso no partido de Gilberto Kassab e do prefeito Alexandre Kalil já é considerada certa. “Nos próximos dias ele deverá tomar uma posição em relação aos convites que recebeu e comunicará sua decisão”, informou a assessoria do senador. 
 

Desde 2018 divergências internas se acirraram dentro do PSDB. O grupo tucano de São Paulo, comandado pelo governador paulista João Dória, queria a expulsão da legenda do deputado Aécio Neves (investigado na Operação Lava-Jato). Outros grupos dentro do PSDB foram contra e não aceitaram a expulsão de Aécio.


No final de 2019, uma nova turbulência interna ganhou força na disputa pela liderança tucana na Câmara dos Deputados. A definição sobre qual nome assumiria o comando do PSDB voltou a gerar disputas internas (com direito a reuniões acaloradas e com troca de xingamentos) e desgaste para vários parlamentares tucanos.