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string(69) "PT se aproxima do PSOL, mas frente de esquerda para 2020 ainda patina"
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Tradicionalmente acusado de não abrir mão de sua hegemonia no campo progressista, o PT promete que desta vez vai ceder espaço a nomes de outros partidos em cidades importantes. Mas os potenciais aliados se mostram céticos.
Curiosamente, a aproximação mais intensa ocorre com o PSOL, uma dissidência petista. Em ao menos três capitais, psolistas devem liderar coligações com apoio do PT: Rio de Janeiro, com Marcelo Freixo, Belém, com Edmilson Rodrigues, e Florianópolis, com Elson Pereira.
"A gente surgiu como oposição ao governo Lula, mas isso já faz 15 anos. Agora somos todos oposição a Bolsonaro", diz Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL. O apoio petista pode se repetir em outras cidades importantes, como Santo André (SP) e Sorocaba (SP).
"Temos uma relação boa com o PSOL, até porque muitos deles nos conhecem, são ex-petistas", afirma a ex-senadora Ideli Salvatti.
Responsável pela articulação política no governo Dilma Rousseff, ela faz parte de um conselho que o PT montou para auxiliar a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, a elaborar a estratégia eleitoral, fazer diagnósticos e mapear aliados.
Compõem também a instância as ex-ministras Miriam Belchior (Planejamento) e Márcia Lopes (Desenvolvimento Social), o deputado federal José Guimarães (CE) e o ex-assessor da Casa Civil Vicente Trevas, além de ex-prefeitos em diversos estados.
"No momento existe uma forte tendência a buscar construir frentes. Em alguns lugares, isso está relativamente avançado. Mas ainda estamos na fase de ouvir os aliados", afirma Ideli.
Outra capital importante em que o PT pode apoiar um aliado é Porto Alegre, onde Manuela D'Ávila deve ser candidata pelo PC do B.
Em São Paulo, um cenário de união da esquerda parece mais distante. O PT não tem candidato forte, uma vez que o ex-prefeito Fernando Haddad descarta concorrer.
À reportagem Haddad disse que até 2022 quer se dedicar a fortalecer a Fundação Perseu Abramo, centro de discussão partidária, e transformá-lo numa espécie de think tank. "Pretendo chamar economistas, sociólogos, educadores e especialistas de diversas áreas para criar uma antessala de discussão programática para o partido", diz.
Mesmo com o ex-prefeito fora do páreo, o PT insiste em encabeçar chapa numa cidade que já governou três vezes.
José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e preferido de Lula, também resiste a disputar, deixando o campo aberto para possíveis candidaturas vistas como menos competitivas, como as dos deputados Carlos Zarattini e Paulo Teixeira, do ex-deputado Jilmar Tatto e do vereador Eduardo Suplicy.
O PSB lançará o ex-governador Márcio França, o PC do B apresentou o deputado federal Orlando Silva, e o PSOL pode lançar a deputada Sâmia Bomfim.
"A eleição será muito pautada pela polarização nacional, sobretudo nos grandes centros. Temos que construir um campo democrático de diálogo, até maior que a esquerda. Unir a esquerda é pouco", diz Orlando Silva.
Ele defende, contudo, que uma aliança da esquerda em São Paulo ocorra no segundo turno e aponta as novas regras eleitorais como um estímulo para que seu partido lance o maior número possível de candidatos a prefeito.
Uma regra aprovada em 2017 e que vale a partir de 2020 veda a celebração de coligações nas eleições proporcionais ao Legislativo.
Historicamente, o PC do B elegeu vereadores em chapas com o PT, possibilidade que agora não existe mais, obrigando a legenda a caminhar pelas próprias pernas. Por isso, diz Silva, ter candidato próprio para prefeito passa a ser questão de sobrevivência.
No PSB, a possibilidade de aliança com outros partidos de esquerda é vista como algo pontual, não como uma regra geral.
"Pode acontecer em alguns lugares, mas não vejo como isso poderia ser uma coisa orgânica", diz o deputado federal Julio Delgado (MG), que almeja disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. Ele diz não ter muita esperança de contar com o apoio de PT e PSOL.
Além da dificuldade de uma frente em São Paulo, o PSB também deve lançar nome próprio no Rio de Janeiro, o deputado federal Alessandro Molon, e assim não aderir à aliança em torno de Freixo.
A ameaça representada por Bolsonaro, segundo Delgado, ainda existirá, mas sem a mesma força de antes. "Nossa avaliação é que Bolsonaro não chegará no ano que vem com a força de 2018. Mas ele ainda tem um terço do eleitorado, é muita coisa", afirma.
No caso do PDT, as conversas com o PT ainda são contaminadas pelo mal-estar entre os partidos deixado pela eleição presidencial, quando Ciro Gomes deu apenas apoio protocolar a Fernando Haddad no segundo turno.
"Creio que as alianças com o PT serão pontuais", diz o líder pedetista na Câmara, André Figueiredo (CE). Um gesto positivo para uma aliança entre as legendas seria o PT dar apoio à legenda em Fortaleza, cidade que o PDT administra. Mas os petistas devem lançar candidatura própria.
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Curiosamente, a aproximação mais intensa ocorre com o PSOL, uma dissidência petista. Em ao menos três capitais, psolistas devem liderar coligações com apoio do PT: Rio de Janeiro, com Marcelo Freixo, Belém, com Edmilson Rodrigues, e Florianópolis, com Elson Pereira.
"A gente surgiu como oposição ao governo Lula, mas isso já faz 15 anos. Agora somos todos oposição a Bolsonaro", diz Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL. O apoio petista pode se repetir em outras cidades importantes, como Santo André (SP) e Sorocaba (SP).
"Temos uma relação boa com o PSOL, até porque muitos deles nos conhecem, são ex-petistas", afirma a ex-senadora Ideli Salvatti.
Responsável pela articulação política no governo Dilma Rousseff, ela faz parte de um conselho que o PT montou para auxiliar a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, a elaborar a estratégia eleitoral, fazer diagnósticos e mapear aliados.
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"No momento existe uma forte tendência a buscar construir frentes. Em alguns lugares, isso está relativamente avançado. Mas ainda estamos na fase de ouvir os aliados", afirma Ideli.
Outra capital importante em que o PT pode apoiar um aliado é Porto Alegre, onde Manuela D'Ávila deve ser candidata pelo PC do B.
Em São Paulo, um cenário de união da esquerda parece mais distante. O PT não tem candidato forte, uma vez que o ex-prefeito Fernando Haddad descarta concorrer.
À reportagem Haddad disse que até 2022 quer se dedicar a fortalecer a Fundação Perseu Abramo, centro de discussão partidária, e transformá-lo numa espécie de think tank. "Pretendo chamar economistas, sociólogos, educadores e especialistas de diversas áreas para criar uma antessala de discussão programática para o partido", diz.
Mesmo com o ex-prefeito fora do páreo, o PT insiste em encabeçar chapa numa cidade que já governou três vezes.
José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e preferido de Lula, também resiste a disputar, deixando o campo aberto para possíveis candidaturas vistas como menos competitivas, como as dos deputados Carlos Zarattini e Paulo Teixeira, do ex-deputado Jilmar Tatto e do vereador Eduardo Suplicy.
O PSB lançará o ex-governador Márcio França, o PC do B apresentou o deputado federal Orlando Silva, e o PSOL pode lançar a deputada Sâmia Bomfim.
"A eleição será muito pautada pela polarização nacional, sobretudo nos grandes centros. Temos que construir um campo democrático de diálogo, até maior que a esquerda. Unir a esquerda é pouco", diz Orlando Silva.
Ele defende, contudo, que uma aliança da esquerda em São Paulo ocorra no segundo turno e aponta as novas regras eleitorais como um estímulo para que seu partido lance o maior número possível de candidatos a prefeito.
Uma regra aprovada em 2017 e que vale a partir de 2020 veda a celebração de coligações nas eleições proporcionais ao Legislativo.
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No PSB, a possibilidade de aliança com outros partidos de esquerda é vista como algo pontual, não como uma regra geral.
"Pode acontecer em alguns lugares, mas não vejo como isso poderia ser uma coisa orgânica", diz o deputado federal Julio Delgado (MG), que almeja disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. Ele diz não ter muita esperança de contar com o apoio de PT e PSOL.
Além da dificuldade de uma frente em São Paulo, o PSB também deve lançar nome próprio no Rio de Janeiro, o deputado federal Alessandro Molon, e assim não aderir à aliança em torno de Freixo.
A ameaça representada por Bolsonaro, segundo Delgado, ainda existirá, mas sem a mesma força de antes. "Nossa avaliação é que Bolsonaro não chegará no ano que vem com a força de 2018. Mas ele ainda tem um terço do eleitorado, é muita coisa", afirma.
No caso do PDT, as conversas com o PT ainda são contaminadas pelo mal-estar entre os partidos deixado pela eleição presidencial, quando Ciro Gomes deu apenas apoio protocolar a Fernando Haddad no segundo turno.
"Creio que as alianças com o PT serão pontuais", diz o líder pedetista na Câmara, André Figueiredo (CE). Um gesto positivo para uma aliança entre as legendas seria o PT dar apoio à legenda em Fortaleza, cidade que o PDT administra. Mas os petistas devem lançar candidatura própria.