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O Correio acessou, no site do USTR, dados que mostram que os Estados Unidos não registram déficit comercial com o Brasil, mas um robusto superávit.
Segundo os dados oficiais, o comércio de bens e serviços dos EUA com o Brasil (exportações mais importações) totalizou cerca de US$ 127,6 bilhões em 2024, um aumento de 12,2% (US$ 13,9 bilhões) em relação a 2023.
O site informa também que o comércio total de bens dos EUA com o Brasil (exportações mais importações) foi estimado em US$ 91,5 bilhões em 2024.
“As exportações de bens dos EUA para o Brasil em 2024 foram de US$ 49,1 bilhões, um aumento de 10,3% (US$ 4,6 bilhões) em relação a 2023. As importações de bens dos EUA do Brasil em 2024 totalizaram US$ 42,3 bilhões, um aumento de 8,4% (US$ 3,3 bilhões) em relação a 2023. O superávit comercial de bens dos EUA com o Brasil foi de US$ 6,8 bilhões em 2024, um aumento de 23,9% (US$ 1,3 bilhão) em relação a 2023”, diz o site da USTR.
Serviços
O órgão do governo Trump informa ainda que o comércio total de serviços dos EUA (exportações mais importações) com o Brasil foi de cerca de US$ 36,1 bilhões em 2024.
Conforme os dados oficiais, houve também, no segmento de serviços, superávit dos EUA nas trocas comerciais com o Brasil.
“As exportações de serviços dos EUA para o Brasil em 2024 foram de US$ 29,6 bilhões, um aumento de 24,4% (US$ 5,8 bilhões) em relação a 2023. As importações de serviços dos EUA do Brasil em 2024 foram de US$ 6,5 bilhões, um aumento de 3,3% (US$ 208 milhões) em relação a 2023. O superávit comercial de serviços dos EUA com o Brasil foi de US$ 23,1 bilhões em 2024, um aumento de 31,9% (US$ 5,6 bilhões) em relação a 2023”, informa o site da USTR.
Ao todo, levando-se em conta os números relativos a bens e serviços, o superávit dos Estados Unidos em 2024 foi de US$ 29,9 bilhões.
Os números oficiais do governo dos EUA jogam por terra as alegações infundadas de Trump. No último dia 14, ele voltou à carga, afirmando que o Brasil é um "péssimo parceiro comercial" dos Estados Unidos.
Confirmação dos argumentos do Brasil
Os dados do USTR são bem próximos dos divulgados pelo governo brasileiro para rebater as alegações de Trump.
No último dia 13, secretária de Comércio Exterior do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Tatiana Prazeres, afirmou, ao participar de audiência na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados, que o déficit do Brasil nas trocas comerciais com os Estados Unidos superou US$ 28 bilhões em 2024, quando se consideram bens e serviços.
Desse total, segundo a secretária, cerca de US$ 21 bilhões são referentes a balança comercial de serviços e outros US$ 7 bilhões vêm da balança comercial de bens.
Investigação contra o Brasil
A USTR integra o conjunto de órgãos governamentais que dão sustentação à ofensiva de Donald Trump contra o Brasil e autoridades do país. Além do inexistente déficit comercial dos EUA, o presidente tem usado entre as justificativas uma suposta perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado; e supostas práticas comerciais desleais do Brasil.
Na segunda-feira (18), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil enviou ao USTR um conjunto de respostas para rebater as acusações de que o país adota práticas desleais de comércio.
A investigação do órgão dos EUA foi anunciada, em caráter unilateral, em 15 de julho, com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 dos EUA, uma ferramenta de política comercial dos EUA para investigar supostas práticas comerciais desleais. Na mira do USTR estão o Pix (sistema de pagamento digital), proteção de propriedade intelectual, tarifas preferenciais, acesso ao mercado de etanol, leis anticorrupção e desmatamento.
Na resposta ao USTR, o governo Brasileiro afirma que cumpre as normas bilaterais, demonstrando, detalhadamente e com base em vasta documentação, que as alegações dos EUA são improcedentes. O governo reafirma que as políticas brasileiras investigadas são transparentes, não discriminatórias, e que estão em plena conformidade com as melhores práticas internacionais e com as obrigações do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A manifestação do Itamaraty também nega a existência de base jurídica para a imposição de sanções. O Brasil não reconhece a legitimidade de instrumentos unilaterais, como a Seção 301 dos EUA, e afirma que eles são inconsistentes com as regras e com o sistema de solução de controvérsias da OMC.
"O Brasil insta o USTR a reconsiderar o início desta investigação e a iniciar um diálogo construtivo. Medidas unilaterais previstas na Seção 301 podem comprometer o sistema multilateral de comércio e ter consequências adversas para as relações bilaterais", afirma o governo brasileiro.
“Não há prejuízo às empresas norte-americanas em comparação com companhias de outros países”, acrescenta o documento.
Documento defende PIX
O Brasil destacou que as regras de operação do PIX buscam a segurança, a estabilidade e a proteção do consumidor. Ressalta que não há restrições discriminatórias a empresas estrangeiras. Além disso, afirma que outros países já têm adotado iniciativas semelhantes ao PIX, inclusive os Estados Unidos.
O governo destacou que o PIX ampliou a participação dos brasileiros no sistema bancário e foi elogiado por entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
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O Correio acessou, no site do USTR, dados que mostram que os Estados Unidos não registram déficit comercial com o Brasil, mas um robusto superávit.
Segundo os dados oficiais, o comércio de bens e serviços dos EUA com o Brasil (exportações mais importações) totalizou cerca de US$ 127,6 bilhões em 2024, um aumento de 12,2% (US$ 13,9 bilhões) em relação a 2023.
O site informa também que o comércio total de bens dos EUA com o Brasil (exportações mais importações) foi estimado em US$ 91,5 bilhões em 2024.
“As exportações de bens dos EUA para o Brasil em 2024 foram de US$ 49,1 bilhões, um aumento de 10,3% (US$ 4,6 bilhões) em relação a 2023. As importações de bens dos EUA do Brasil em 2024 totalizaram US$ 42,3 bilhões, um aumento de 8,4% (US$ 3,3 bilhões) em relação a 2023. O superávit comercial de bens dos EUA com o Brasil foi de US$ 6,8 bilhões em 2024, um aumento de 23,9% (US$ 1,3 bilhão) em relação a 2023”, diz o site da USTR.
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O órgão do governo Trump informa ainda que o comércio total de serviços dos EUA (exportações mais importações) com o Brasil foi de cerca de US$ 36,1 bilhões em 2024.
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Confirmação dos argumentos do Brasil
Os dados do USTR são bem próximos dos divulgados pelo governo brasileiro para rebater as alegações de Trump.
No último dia 13, secretária de Comércio Exterior do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Tatiana Prazeres, afirmou, ao participar de audiência na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados, que o déficit do Brasil nas trocas comerciais com os Estados Unidos superou US$ 28 bilhões em 2024, quando se consideram bens e serviços.
Desse total, segundo a secretária, cerca de US$ 21 bilhões são referentes a balança comercial de serviços e outros US$ 7 bilhões vêm da balança comercial de bens.
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A USTR integra o conjunto de órgãos governamentais que dão sustentação à ofensiva de Donald Trump contra o Brasil e autoridades do país. Além do inexistente déficit comercial dos EUA, o presidente tem usado entre as justificativas uma suposta perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado; e supostas práticas comerciais desleais do Brasil.
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