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As disputas na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) prometem ser tão acirradas quanto o cenário político da Câmara dos Deputados, em Brasília. Com a bancada da federação PT, PCdoB e PV, alinhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ambos os grupos com seis cadeiras, o cenário para 2025 já sinaliza embates ideológicos intensos.
É o que aponta o cientista político Túlio Ribeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que afirma que o Brasil continua a viver um cenário de polarização, muito influenciado pela disputa presidencial de 2022 entre o presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
“Essa polarização se reflete principalmente em pautas polêmicas, como as de costumes, meio ambiente e economia, associadas à chamada ‘guerra cultural’, um conceito popularizado pelo escritor Olavo de Carvalho. Segundo o historiador João Cezar de Castro Rocha, esse termo representa a tentativa da extrema-direita de derrubar a hegemonia cultural da esquerda no Brasil, o que gera reação do campo progressista”, explica Ribeiro.
No contexto municipal, ele ressalta que o foco legislativo costuma estar em questões menos controversas, como infraestrutura e tributos. “No entanto, é possível observar elementos dessa guerra cultural na retórica de alguns vereadores, como Pablo Almeida, apoiado por Nikolas Ferreira, que tem defendido pautas antiaborto, contrárias à linguagem neutra e aos direitos da população trans. Da mesma forma, Pedro Rousseff utiliza um discurso focado no combate à extrema-direita em Belo Horizonte. Essas posturas podem fomentar embates ideológicos na próxima legislatura”, analisa Ribeiro.
A Federação Brasil da Esperança, encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), além de PV e PCdoB, elegeu seis vereadores em Belo Horizonte. Com isso, a bancada da esquerda na Câmara Municipal terá o mesmo tamanho que a do PL, que também elegeu seis nomes.
"Não me acovardarei"
Pablo Almeida (PL), o vereador mais votado da história de Belo Horizonte, disse no podcast EM Entrevista, do Estado de Minas, que está preparado para o confronto. “Defenderei a verdade contra a mentira, sempre com tranquilidade e aberto ao diálogo. Mas não me acovardarei. Represento quase 40 mil eleitores e lutarei pelos valores deles”, afirmou.
Ele também comentou sobre Pedro Rousseff (PT), sobrinho-neto da ex-presidente Dilma, eleito para a próxima legislatura. “Minha relação com ele será apenas institucional. Não tenho interesse em ser amigo, até porque já desmenti fake news que ele publicou contra mim. Eles nos acusam de mentir, mas são eles que propagam fake news. Serei um firme opositor das ideologias que ele representa.”
Rousseff respondeu ao Estado de Minas, chamando Pablo de “fantoche de Nikolas [Ferreira]” e criticando-o pela falta de “propostas e de carisma”. “Quem faz fake news é a turma dele. E ainda tem a coragem de me processar por falar a verdade. Nikolas nunca se desculpou pelo voto contra as obras de prevenção de enchentes, e as famílias desabrigadas ainda aguardam respostas”, afirmou o petista.
Promessa de novos embates
Os dois tinham um debate agendado na TV Band, mas Pablo não compareceu, deixando Rousseff sozinho na sabatina. Nas redes sociais, o petista lamentou a ausência do rival e prometeu novos embates na Câmara.
A reportagem também tentou contato com outros vereadores do PL, sem sucesso. O objetivo era entender se, assim como Almeida, eles também planejam “combater a esquerda” em plenário. Já entre os representantes do PT, Pedro Patrus e Luiza Dulci destacaram que as disputas ideológicas não deveriam ser a prioridade do próximo mandato.
“Nossa prioridade é defender políticas públicas que transformem a vida de quem mais precisa, como os moradores em situação de rua, os catadores de materiais recicláveis e aqueles envolvidos na economia solidária”, afirmou Patrus. “Nossa bancada sempre dará voz aos mais pobres e vulneráveis de Belo Horizonte.”
Luisa Dulci reforçou o posicionamento. “Não vim à Câmara para combater a direita ou a extrema-direita, mas para defender um projeto. Claro, estamos em um embate de ideias, e serei firme e coerente com meus valores. Como a única mulher eleita pelo PV e pelo PCdoB, sei da minha responsabilidade em defender os direitos das mulheres e da nossa dignidade”, destacou. “Minha atuação será baseada em princípios e na coletividade, junto aos colegas do PT e demais vereadores que defendem o campo democrático na cidade”, concluiu.
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É o que aponta o cientista político Túlio Ribeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que afirma que o Brasil continua a viver um cenário de polarização, muito influenciado pela disputa presidencial de 2022 entre o presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
“Essa polarização se reflete principalmente em pautas polêmicas, como as de costumes, meio ambiente e economia, associadas à chamada ‘guerra cultural’, um conceito popularizado pelo escritor Olavo de Carvalho. Segundo o historiador João Cezar de Castro Rocha, esse termo representa a tentativa da extrema-direita de derrubar a hegemonia cultural da esquerda no Brasil, o que gera reação do campo progressista”, explica Ribeiro.
No contexto municipal, ele ressalta que o foco legislativo costuma estar em questões menos controversas, como infraestrutura e tributos. “No entanto, é possível observar elementos dessa guerra cultural na retórica de alguns vereadores, como Pablo Almeida, apoiado por Nikolas Ferreira, que tem defendido pautas antiaborto, contrárias à linguagem neutra e aos direitos da população trans. Da mesma forma, Pedro Rousseff utiliza um discurso focado no combate à extrema-direita em Belo Horizonte. Essas posturas podem fomentar embates ideológicos na próxima legislatura”, analisa Ribeiro.
A Federação Brasil da Esperança, encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), além de PV e PCdoB, elegeu seis vereadores em Belo Horizonte. Com isso, a bancada da esquerda na Câmara Municipal terá o mesmo tamanho que a do PL, que também elegeu seis nomes.
"Não me acovardarei"
Pablo Almeida (PL), o vereador mais votado da história de Belo Horizonte, disse no podcast EM Entrevista, do Estado de Minas, que está preparado para o confronto. “Defenderei a verdade contra a mentira, sempre com tranquilidade e aberto ao diálogo. Mas não me acovardarei. Represento quase 40 mil eleitores e lutarei pelos valores deles”, afirmou.
Ele também comentou sobre Pedro Rousseff (PT), sobrinho-neto da ex-presidente Dilma, eleito para a próxima legislatura. “Minha relação com ele será apenas institucional. Não tenho interesse em ser amigo, até porque já desmenti fake news que ele publicou contra mim. Eles nos acusam de mentir, mas são eles que propagam fake news. Serei um firme opositor das ideologias que ele representa.”
Rousseff respondeu ao Estado de Minas, chamando Pablo de “fantoche de Nikolas [Ferreira]” e criticando-o pela falta de “propostas e de carisma”. “Quem faz fake news é a turma dele. E ainda tem a coragem de me processar por falar a verdade. Nikolas nunca se desculpou pelo voto contra as obras de prevenção de enchentes, e as famílias desabrigadas ainda aguardam respostas”, afirmou o petista.
Promessa de novos embates
Os dois tinham um debate agendado na TV Band, mas Pablo não compareceu, deixando Rousseff sozinho na sabatina. Nas redes sociais, o petista lamentou a ausência do rival e prometeu novos embates na Câmara.
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