Congresso

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), fez acusações duras ao relatório do Projeto de Lei (PL) Antifacção — rebatizado de Marco Legal do Combate ao Crime Organizado —, aprovado na Casa, classificando-o como uma manobra para garantir a “blindagem” de setores econômicos e gente da política. O substitutivo, de autoria do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), foi aprovado, nesta terça-feira (18/11), com 370 votos.

Em sua fala, Lindbergh afirmou estar convencido de que o projeto foi desvirtuado, tendo como real objetivo a “tirada de forças da Polícia Federal e da Receita Federal”, e que a reação legislativa é motivada por investigações de grande impacto.

“O que temos certeza sobre o que estamos falando aqui é a convicção de que o projeto do governo de combate às facções criminosas era o caminho acertado, e vamos conseguir, eu acho — esse é o sentimento —, desmascarar o que está por trás disso. Porque cada vez mais haverá operações da Polícia Federal, cada vez mais o governo apostará nisso, independentemente de quem seja atingido: se é parlamentar, se é deputado, se é governador”, destacou.

Farias atacou também a conduta e a escolha do relator na Câmara, que “se negou a discutir com o governo”, recusando-se a comparecer a uma reunião agendada com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

O deputado classificou a indicação do relator — secretário de Segurança Pública de São Paulo licenciado — como “deselegante”, afirmando que ele veio ao Congresso oferecer a aprovação do projeto a Jair Bolsonaro, “que faz parte da organização criminosa”, e ao governador Tarcísio de Freitas.