INVESTIGAÇÃO

 

A Polícia Federal vai indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro por crime no inquérito que apura a venda de joias recebidas por ele quando ocupava a Presidência da República. As investigações conduzidas pelos investigadores nos últimos meses apontam pela participação ativa do político nos atos que culminaram no transporte e comercialização dos itens preciosos nos Estados Unidos, de acordo com fontes ligadas ao caso ouvidas pelo Correio.

A corporação está finalizando o relatório final sobre a situação. O documento aponta a participação de outras pessoas, ligadas a Bolsonaro, e, quando concluído, será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). A procuradoria decide, então, se apresenta ou não denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF). A previsão é de que o caso seja concluído nas próximas duas semanas, podendo ser apresentado a qualquer momento.

Além dos itens que já eram conhecidos, em maio, os investigadores enviaram uma comitiva aos Estados Unidos. Os policiais brasileiros atuaram em conjunto com o FBI em solo norte-americano e descobriram mais uma joia que foi levada ilegalmente ao país. A suspeita é de que este item também tenha sido vendido, em vez de incorporado ao patrimônio da Presidência.

Em uma conversa com jornalistas, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que a descoberta atrasou um pouco a finalização das investigações. "Esse foi um dos fatores que levou a avançar uma semana, dez dias para concluir. Essa diligência no exterior, com nossa equipe e equipe do FBI, localizou que além dessas joias que já sabíamos, houve a negociação de uma outra joia que não estava no foco dessa investigação. Não sei se já foi vendida ou não foi. Houve o encontro de um novo bem vendido ou tentado ser vendido no exterior", declarou ele.

A expectativa é de que até julho também sejam finalizados os inquéritos sobre fraude no cartão de vacinas de Bolsonaro e familiares (que retornou à PGR para novas diligências), além do que investiga a suposta participação dele na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. A investigação sobre um esquema paralelo de espionagem realizado pela Agência Brasileira de Inteligência no governo do ex-presidente deve levar um pouco mais de tempo e ficar para ser encerrada em agosto deste ano.