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Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
O presidente da Executiva nacional do PSB e prefeito de Recife, João Campos, quer repaginar a legenda parliderar a centro-esquerda pós-Lulacrédito: Marcos Vieira /EM/D.A Press
No momento em que o país assiste, empurrada pela cláusula de barreira, à reorganização do sistema partidário com a fusão e formação de federações, sob a liderança do prefeito de Recife, João Campos, o PSB mira o fortalecimento do espectro político ao centro da política. Tem por meta tornar-se, ao longo dos próximos anos, a legenda de maior tração da “centro-esquerda” brasileira, até então um campo em aberto, diante do vácuo projetado para a era pós-Lula.
Até aqui, o protagonismo da centro-esquerda brasileira foi posição encabeçada pelo PT, que crescentemente se torna uma legenda com foco legislativo, com dificuldades de apresentar nomes competitivos para disputas majoritárias. Embora o PSB anuncie-se como “centro-esquerda”, mira, de fato, apoiamentos que se expandem a partir do centro, em amplitude que alcança da direita democrática fora da órbita do bolsonarismo à centro-esquerda.
Se no campo da direita que orbita o bolsonarismo sobram candidaturas e novas lideranças que ascenderam no contexto da tecnopolítica e estão prontas para a liderar no pós-Bolsonaro; ao centro moderado do espectro ideológico – em sua conhecida amplitude – impera o vazio. É no conhecido "horror vacui" da política que Campos aposta: trabalha para ser essa alternativa.
Em Minas Gerais, o congresso estadual do PSB empossou na presidência da legenda Otacílio Neto, o Otacilinho, prefeito de Conceição do Mato Dentro. No evento, João Campos, acompanhado da deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), que é parte desse projeto político, atua de olho na era pós-extremos.
Para além do fortalecimento dos fundamentos da democracia brasileira, que não são negociáveis, o projeto se apresenta a partir da valorização da política. A ideia é pensar a política dentro de uma perspectiva de construção de consensos por meio do diálogo, da tolerância e do acolhimento de dissensos.
Dentro de uma visão de “superação” da polarização, propõe como eixo programático a articulação entre o equilíbrio fiscal e a entrega de políticas públicas com ênfase no social. É um projeto que nasce em crítica às lideranças que pululam no campo da órbita bolsonarista, impulsionadas pelos algoritmos, mas sem consistência para apresentar um projeto de país que fuja de uma perspectiva reacionária e autoritária no campo dos costumes e da religião; e do ultraliberalismo no campo econômico.
“Política não se faz do jeito, que muita gente hoje acha que faz. Parece que quanto mais alto grita, mais vale. Na política, vale quem resolve problemas. Quem constrói consensos pelo diálogo. E queremos resolver com equilíbrio fiscal e capacidade de fazer a entrega com crédito no social”, anunciou João Campos.
O mesmo discurso tem percorrido o país, na organização de novos diretórios em diferentes estados. Em Minas, o PSB já alcança 40 prefeituras – dos quais 18 prefeitos recém-filiados. Numericamente, ultrapassa o PDT, com 21; e o PT, que no campo da centro-esquerda, conquistou 35 administrações.
A presença de João Campos em Minas atraiu lideranças de diferentes legendas, a começar pelo presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), que o recebeu e discursou no congresso “socialista”, não sem antes receber “cantada pública” para se filiar ao PSB. Para 2026, o PSB mineiro definiu como meta eleger pelo menos três deputados federais – em 2022 não conquistou nenhuma cadeira na Câmara dos Deputados – e ampliar a sua presença na Assembleia Legislativa, onde hoje tem dois parlamentares (Neilando Pimenta e Noraldino Júnior).
Nenhum líder pode prosseguir por muito tempo, a não ser que conquiste vitórias, pregava Montgomery, general britânico que ajudou a derrotar o nazismo. “A batalha decide tudo”, acrescentava. Não há garantias que Campos, Tábata Amaral e o PSB, este de longa história no campo da luta democrática, chegarão onde desejam. Mas, dão importante passo a partir do diagnóstico do momento político brasileiro, mirando o pós-Lula com clareza de onde querem chegar. Já é muito considerando-se o atual contexto da tecnopolítica brasileira.
Palácio Tiradentes
Durante a convenção estadual do PSB, o deputado federal Diego Andrade (PSD) foi saudado como candidato ao governo de Minas por João Campos (PSB), prefeito de Recife, que assumirá a presidência nacional do partido. Aliado próximo do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), Diego Andrade está em seu quarto mandato na Câmara, já foi coordenador da bancada mineira, líder da maioria e atualmente preside a Comissão de Minas e Energia.
Degrau da reflexão
Diego Andrade, neste momento, está amadurecendo a possibilidade de concorrer ao governo de Minas. Quer consultar a sua família e o seu grupo político. “Quero construir para Minas Gerais alternativa que inspire mineiros e entregue resultados”, afirma. O parlamentar seguirá no PSD até a janela partidária, quando definirá se migrará para o PSB, partido para o qual já se filiou o seu tio, Clésio Andrade, ex-senador e ex-vice-governador de Minas.
Na berlinda
Acusado de abuso de poder econômico em ação movida pelo ex-vereador Reinaldinho Oliveira (PSDB), o vereador de BH Leonardo Ângelo (Cidadania) se prepara para tentar salvar o seu mandato, diante de um processo robusto. Reinaldinho é primeiro suplente da federação PSDB-Cidadania e, se levar a cassação a cabo, assumirá a cadeira.
O que diz a lei
Embora o prefeito Álvaro Damião (União) tenha declarado a intenção de enviar um projeto à Câmara Municipal ainda neste ano para alterar o Plano Diretor da cidade, a legislação federal e municipal impõem protocolos para o procedimento. De acordo com o Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001), no processo de elaboração ou revisão do plano diretor, é obrigatória a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade, especialmente, a Conferência Municipal da Cidade, instrumento previsto também na legislação de Belo Horizonte.
As queixas do setor
Representantes do setor da construção civil afirmam que os pontos de estrangulamento enfrentados pela atividade em Belo Horizonte não dizem respeito “à filosofia” do Plano Diretor de 2019. Estão relacionados ao excesso de burocracia na aprovação de projetos; à exigência de recuos e número mínimo de vagas de garagem; à falta de incentivos ao retrofit e à ocupação do centro.
Medida temerária
Ao julgar agravo de instrumento interposto pelo Ministério Público, contra o fechamento do Hospital Maria Amélia Lins e a transferência da estrutura assistencial ao Hospital João XXIII, o desembargador Pedro Aleixo Neto destacou ser a medida “temerária” e incompatível com os princípios constitucionais que regem a administração pública, especialmente os da legalidade, eficiência e proteção à dignidade da pessoa humana. Salientando que a sobrecarga a que está submetido o João XXIII coloca em risco a vida e a integridade física dos usuários do SUS, determinou a reabertura do Maria Amélia Lins. E considerou ter sido o fechamento uma medida “desproporcional e temerária, incapaz de atender ao interesse público”.
*Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Minas1 sobre o tema.
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Até aqui, o protagonismo da centro-esquerda brasileira foi posição encabeçada pelo PT, que crescentemente se torna uma legenda com foco legislativo, com dificuldades de apresentar nomes competitivos para disputas majoritárias. Embora o PSB anuncie-se como “centro-esquerda”, mira, de fato, apoiamentos que se expandem a partir do centro, em amplitude que alcança da direita democrática fora da órbita do bolsonarismo à centro-esquerda.
Se no campo da direita que orbita o bolsonarismo sobram candidaturas e novas lideranças que ascenderam no contexto da tecnopolítica e estão prontas para a liderar no pós-Bolsonaro; ao centro moderado do espectro ideológico – em sua conhecida amplitude – impera o vazio. É no conhecido "horror vacui" da política que Campos aposta: trabalha para ser essa alternativa.
Em Minas Gerais, o congresso estadual do PSB empossou na presidência da legenda Otacílio Neto, o Otacilinho, prefeito de Conceição do Mato Dentro. No evento, João Campos, acompanhado da deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), que é parte desse projeto político, atua de olho na era pós-extremos.
Para além do fortalecimento dos fundamentos da democracia brasileira, que não são negociáveis, o projeto se apresenta a partir da valorização da política. A ideia é pensar a política dentro de uma perspectiva de construção de consensos por meio do diálogo, da tolerância e do acolhimento de dissensos.
Dentro de uma visão de “superação” da polarização, propõe como eixo programático a articulação entre o equilíbrio fiscal e a entrega de políticas públicas com ênfase no social. É um projeto que nasce em crítica às lideranças que pululam no campo da órbita bolsonarista, impulsionadas pelos algoritmos, mas sem consistência para apresentar um projeto de país que fuja de uma perspectiva reacionária e autoritária no campo dos costumes e da religião; e do ultraliberalismo no campo econômico.
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O mesmo discurso tem percorrido o país, na organização de novos diretórios em diferentes estados. Em Minas, o PSB já alcança 40 prefeituras – dos quais 18 prefeitos recém-filiados. Numericamente, ultrapassa o PDT, com 21; e o PT, que no campo da centro-esquerda, conquistou 35 administrações.
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Palácio Tiradentes
Durante a convenção estadual do PSB, o deputado federal Diego Andrade (PSD) foi saudado como candidato ao governo de Minas por João Campos (PSB), prefeito de Recife, que assumirá a presidência nacional do partido. Aliado próximo do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), Diego Andrade está em seu quarto mandato na Câmara, já foi coordenador da bancada mineira, líder da maioria e atualmente preside a Comissão de Minas e Energia.
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Diego Andrade, neste momento, está amadurecendo a possibilidade de concorrer ao governo de Minas. Quer consultar a sua família e o seu grupo político. “Quero construir para Minas Gerais alternativa que inspire mineiros e entregue resultados”, afirma. O parlamentar seguirá no PSD até a janela partidária, quando definirá se migrará para o PSB, partido para o qual já se filiou o seu tio, Clésio Andrade, ex-senador e ex-vice-governador de Minas.
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As queixas do setor
Representantes do setor da construção civil afirmam que os pontos de estrangulamento enfrentados pela atividade em Belo Horizonte não dizem respeito “à filosofia” do Plano Diretor de 2019. Estão relacionados ao excesso de burocracia na aprovação de projetos; à exigência de recuos e número mínimo de vagas de garagem; à falta de incentivos ao retrofit e à ocupação do centro.
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