Ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Michel Temer e ex-chefe do Estado Maior do Exército, o general da reserva Sérgio Etchegoyen disse ao UOL que o bombardeio determinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao aeroporto de Bagdá, no Iraque, nesta quinta-feira (2), que resultou no assassinato do general Qasem Soleimani, chefe da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã, é "um caso extremamente grave".

"Na minha opinião, a gravidade resulta dos precedentes que isso pode gerar. Imagina se ele [Donald Trump] decide atacar uma instalação do PCC que refina drogas para os EUA por aqui?", afirmou Etchegoyen.


"A versão americana é de que se estaria preparando um ataque contra alvos americanos. Se os EUA apresentarem provas disso, reduz-se a repercussão. Mas apenas reduz, pois escancara a atitude norte-americana de xerifes do mundo e a visão extraterritorialista de sua legislação", disse o general da reserva.

"Foi mais uma operação à revelia do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), aprofundando a imagem de irrelevância daquele fórum e a postura unilateralista americana", disse.

Quanto ao governo brasileiro se envolver, Etchegoyen é enfático: "Não temos nada a ver com isso".