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Depois que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), chamou a greve dos professores da rede municipal de “esdrúxula e egoísta”, o sindicato que representa a categoria se pronunciou. Os docentes votaram pela chamada greve sanitária em 20 de abril por serem contra a volta às aulas presenciais sem o controle da pandemia da COVID-19 e sem que os profissionais da educação estejam vacinados. Eles querem que as aulas sejam realizadas de forma remota.
“É muito curioso isso, né? Porque esses professores estão comprando em supermercados. Eu te pergunto, os caixas dos supermercados estão vacinados? Os professores estão comprando remédios. Os atendentes das farmácias estão vacinados? Muitos deles transitam em transporte público. Os motoristas estão vacinados? Então, qual privilégio quer a classe dos professores – que receberam desta prefeitura o maior aumento da sua história? Nós temos que lembrar que o professor municipal ganha mais que o estadual – tem um privilégio melhor”, questionou Kalil em entrevista concedida à rádio Itatiaia, em trecho divulgado nessa quarta-feira (28/4) pela emissora.
O prefeito questionou a legitimidade da greve e deu a entender que não descarta medidas duras. “Porque dentro da filosofia da greve sanitária, eles não teriam onde comprar pão, onde comprar comida, onde comprar remédios, como transitar na cidade. Então, é uma greve inventada. Essa palavra é nova, e absolutamente esdrúxula e egoísta. E como é uma greve esdrúxula e egoísta, será tratada com o rigor de uma greve esdrúxula e egoísta. Quanto às creches conveniadas, nós estamos tomando as providências legais para que devolvam o dinheiro que receberam antecipadamente para as reformas, e vamos estudar o descredenciamento dessas creches junto à prefeitura de Belo Horizonte”, declarou.
A prefeitura determinou o retorno às aulas dos alunos com idade até 5 anos a partir da próxima segunda-feira, 3 de maio, mas os trabalhadores da educação infantil já haviam sido convocados para retomar atividades internas presenciais no início desta semana.
Ainda ontem, desta fez em uma entrevista à Globo Minas, Alexandre Kalil disse que as crianças não são obrigadas a voltar às aulas, mas os funcionários das escolas sim. “As crianças não são obrigadas a frequentar a escola. Os servidores, sim, serão obrigados a estar à espera das crianças. Serão em três dias e dois dias e para a criança que nunca frequentou a escola, um dia. Será escalonada. Mas a criança não é obrigada a retornar à escola. Os professores, cuidadores, faxineiros que são obrigados a retornar”, disse o prefeito da capital.
Na tarde passada, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede BH) publicou, em seu site, uma resposta às declarações de Kalil.
“Usamos as palavras do próprio Prefeito em entrevistas anteriores onde alerta para não minimizarmos o que representa a morte de crianças. Não temos como garantir que crianças utilizarão máscaras corretamente, que não terão contato físico e que não irão trocar objetos com os colegas, escolas funcionando presencialmente irão gerar movimentação nas comunidades e no trânsito, o transporte escolar gera contaminação e nos bairros mais pobres, onde não tem transporte, uma mesma pessoa conduz crianças de várias famílias. A lista de problemas é enorme”, enfatiza o sindicato em um trecho da nota.
“Nossa greve não é egoísta, pelo contrário, é um ato responsável com as crianças e suas famílias, não temos o direito de mentir às comunidades escolares. Não existem condições de segurança, toda a dinâmica da pandemia aponta para isso. Mais de 400 contaminados por 100.000 habitantes, nem a Fiocruz e nem um órgão sério que estuda a pandemia entende como razoável a abertura de escolas com este índice de contaminação. Aliás, esta era a posição da Prefeitura até pouco tempo”, destaca o Sindi-Rede BH.
Pandemia em BH
Como o Estado de Minas mostrou nessa quarta, Belo Horizonte ultrapassou a marca de 1 mil mortes de COVID-19 somente no mês de abril. No balanço mais recente, mais 76 óbitos entraram para a conta. O número total é de 4.261 vidas perdidas – 1.037 só neste mês, o que representa 24,3% do total. A transmissão do coronavírus aumentou pelo quarto balanço em sequência. Agora, o RT está a um passo de chegar à zona de alerta, que é de 0,99.
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Depois que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), chamou a greve dos professores da rede municipal de “esdrúxula e egoísta”, o sindicato que representa a categoria se pronunciou. Os docentes votaram pela chamada greve sanitária em 20 de abril por serem contra a volta às aulas presenciais sem o controle da pandemia da COVID-19 e sem que os profissionais da educação estejam vacinados. Eles querem que as aulas sejam realizadas de forma remota.
“É muito curioso isso, né? Porque esses professores estão comprando em supermercados. Eu te pergunto, os caixas dos supermercados estão vacinados? Os professores estão comprando remédios. Os atendentes das farmácias estão vacinados? Muitos deles transitam em transporte público. Os motoristas estão vacinados? Então, qual privilégio quer a classe dos professores – que receberam desta prefeitura o maior aumento da sua história? Nós temos que lembrar que o professor municipal ganha mais que o estadual – tem um privilégio melhor”, questionou Kalil em entrevista concedida à rádio Itatiaia, em trecho divulgado nessa quarta-feira (28/4) pela emissora.
O prefeito questionou a legitimidade da greve e deu a entender que não descarta medidas duras. “Porque dentro da filosofia da greve sanitária, eles não teriam onde comprar pão, onde comprar comida, onde comprar remédios, como transitar na cidade. Então, é uma greve inventada. Essa palavra é nova, e absolutamente esdrúxula e egoísta. E como é uma greve esdrúxula e egoísta, será tratada com o rigor de uma greve esdrúxula e egoísta. Quanto às creches conveniadas, nós estamos tomando as providências legais para que devolvam o dinheiro que receberam antecipadamente para as reformas, e vamos estudar o descredenciamento dessas creches junto à prefeitura de Belo Horizonte”, declarou.
A prefeitura determinou o retorno às aulas dos alunos com idade até 5 anos a partir da próxima segunda-feira, 3 de maio, mas os trabalhadores da educação infantil já haviam sido convocados para retomar atividades internas presenciais no início desta semana.
Ainda ontem, desta fez em uma entrevista à Globo Minas, Alexandre Kalil disse que as crianças não são obrigadas a voltar às aulas, mas os funcionários das escolas sim. “As crianças não são obrigadas a frequentar a escola. Os servidores, sim, serão obrigados a estar à espera das crianças. Serão em três dias e dois dias e para a criança que nunca frequentou a escola, um dia. Será escalonada. Mas a criança não é obrigada a retornar à escola. Os professores, cuidadores, faxineiros que são obrigados a retornar”, disse o prefeito da capital.
Na tarde passada, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede BH) publicou, em seu site, uma resposta às declarações de Kalil.
“Usamos as palavras do próprio Prefeito em entrevistas anteriores onde alerta para não minimizarmos o que representa a morte de crianças. Não temos como garantir que crianças utilizarão máscaras corretamente, que não terão contato físico e que não irão trocar objetos com os colegas, escolas funcionando presencialmente irão gerar movimentação nas comunidades e no trânsito, o transporte escolar gera contaminação e nos bairros mais pobres, onde não tem transporte, uma mesma pessoa conduz crianças de várias famílias. A lista de problemas é enorme”, enfatiza o sindicato em um trecho da nota.
“Nossa greve não é egoísta, pelo contrário, é um ato responsável com as crianças e suas famílias, não temos o direito de mentir às comunidades escolares. Não existem condições de segurança, toda a dinâmica da pandemia aponta para isso. Mais de 400 contaminados por 100.000 habitantes, nem a Fiocruz e nem um órgão sério que estuda a pandemia entende como razoável a abertura de escolas com este índice de contaminação. Aliás, esta era a posição da Prefeitura até pouco tempo”, destaca o Sindi-Rede BH.
Pandemia em BH
Como o Estado de Minas mostrou nessa quarta, Belo Horizonte ultrapassou a marca de 1 mil mortes de COVID-19 somente no mês de abril. No balanço mais recente, mais 76 óbitos entraram para a conta. O número total é de 4.261 vidas perdidas – 1.037 só neste mês, o que representa 24,3% do total. A transmissão do coronavírus aumentou pelo quarto balanço em sequência. Agora, o RT está a um passo de chegar à zona de alerta, que é de 0,99.