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Embora esteja em regime de home office, o Senado vai trocar camas e colchões dos imóveis funcionais usados por senadores. Um pregão eletrônico previsto para a semana que vem prevê a compra de dez conjuntos de cama box e colchão avaliados em R$ 2,6 mil cada, além do mesmo número de colchões a R$ 1,3 mil a unidade.
Desde março do ano passado, a Casa tem realizado sessões virtuais, sem a necessidade de os parlamentares viajarem à capital federal. Apenas em ocasiões específicas, como a eleição ao comando da Casa, em fevereiro, a presença foi necessária.
O modelo de cama escolhido para os senadores deve ter características específicas, como constam no edital. O colchão box precisa ser "queen size", ter "mola ensacada com tela de alta resistência", "tecido jacquard bordado com manta de espuma", "manta de feltro agulhado", além de "sistema estabilizador nos cantos e laterais do colchão". Já os colchões precisam ter "espuma densidade D-33 ou superior; Pillow Top; tecido antialérgico em algodão ou algodão e viscose; tratamento antiácaro, antifungos e antimofo".
Ao todo, 65 dos 81 senadores utilizam imóveis funcionais, mas nem todos terão os colchões trocados neste momento. O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), um dos parlamentares que usam o apartamento quando está em Brasília, afirmou ao Estadão que o dele não está na lista. "Recebi o apartamento com mobiliário em 2019", disse Coronel, que não quis opinar sobre o assunto.
O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), porém, considerou o gasto supérfluo. "Não tem por que trocar de colchão", afirmou ele ao Estadão. "Não dá para entender", completou, dizendo-se "aturdido" com o pregão aberto pela gestão de Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Kajuru lembrou a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de aumentar em 170% o valor que deputados podem ser reembolsados por gastos médicos, como mostrou o Estadão.
Desde o início da pandemia, boa parte dos senadores tem ficado em casa, o que torna o uso dos apartamentos funcionais esporádico. Mais de 40% dos senadores têm mais de 60 anos e são do grupo de risco da covid.
O economista Gil Castello Branco, diretor da Associação Contas Abertas, criticou as compras. "O cidadão comprar colchão para um senador é um acinte. É imoral." Para Castello Branco, a remuneração dos congressistas - R$ 33,7 mil - permite que eles arquem com o custo de morar em Brasília.
'Habitabilidade'
O Senado afirmou que o objetivo é manter os apartamentos em condições de "habitabilidade". "Somente são trocados mobiliários em substituição de bens com elevado prazo de vida útil ou que apresentem avarias insanáveis."
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Embora esteja em regime de home office, o Senado vai trocar camas e colchões dos imóveis funcionais usados por senadores. Um pregão eletrônico previsto para a semana que vem prevê a compra de dez conjuntos de cama box e colchão avaliados em R$ 2,6 mil cada, além do mesmo número de colchões a R$ 1,3 mil a unidade.
Desde março do ano passado, a Casa tem realizado sessões virtuais, sem a necessidade de os parlamentares viajarem à capital federal. Apenas em ocasiões específicas, como a eleição ao comando da Casa, em fevereiro, a presença foi necessária.
O modelo de cama escolhido para os senadores deve ter características específicas, como constam no edital. O colchão box precisa ser "queen size", ter "mola ensacada com tela de alta resistência", "tecido jacquard bordado com manta de espuma", "manta de feltro agulhado", além de "sistema estabilizador nos cantos e laterais do colchão". Já os colchões precisam ter "espuma densidade D-33 ou superior; Pillow Top; tecido antialérgico em algodão ou algodão e viscose; tratamento antiácaro, antifungos e antimofo".
Ao todo, 65 dos 81 senadores utilizam imóveis funcionais, mas nem todos terão os colchões trocados neste momento. O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), um dos parlamentares que usam o apartamento quando está em Brasília, afirmou ao Estadão que o dele não está na lista. "Recebi o apartamento com mobiliário em 2019", disse Coronel, que não quis opinar sobre o assunto.
O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), porém, considerou o gasto supérfluo. "Não tem por que trocar de colchão", afirmou ele ao Estadão. "Não dá para entender", completou, dizendo-se "aturdido" com o pregão aberto pela gestão de Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Kajuru lembrou a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de aumentar em 170% o valor que deputados podem ser reembolsados por gastos médicos, como mostrou o Estadão.
Desde o início da pandemia, boa parte dos senadores tem ficado em casa, o que torna o uso dos apartamentos funcionais esporádico. Mais de 40% dos senadores têm mais de 60 anos e são do grupo de risco da covid.
O economista Gil Castello Branco, diretor da Associação Contas Abertas, criticou as compras. "O cidadão comprar colchão para um senador é um acinte. É imoral." Para Castello Branco, a remuneração dos congressistas - R$ 33,7 mil - permite que eles arquem com o custo de morar em Brasília.
'Habitabilidade'
O Senado afirmou que o objetivo é manter os apartamentos em condições de "habitabilidade". "Somente são trocados mobiliários em substituição de bens com elevado prazo de vida útil ou que apresentem avarias insanáveis."