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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, instalada na última quinta-feira, caminha para ser a principal arena do embate entre bolsonaristas e governistas. Apesar da expectativa em relação à convocação dos primeiros depoentes, como o ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid, a comissão perde tração por "chegar atrasada na investigação", segundo alguns parlamentares.
Sem fatos novos para investigar, a relevância da CPMI pode ficar restrita a poucos nomes da lista de convocados. Como a definição da agenda está na mão do presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) — aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) —, a aposta é que sirva como mais uma forma de projeção do poder de Lira sobre o Planalto, indicam parlamentares que falaram reservadamente ao Correio.
A avaliação é que o debate envolvendo os convocados, com protagonismo do presidente, relegue à relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a "ingrata função de correr atrás" do que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal (PF) já vêm investigando nos últimos anos nos inquéritos das Fake News e das Milícias Digitais.
O governo não contará com seus principais "batedores de falta" no time da CPMI. Sem acreditar no potencial da investigação ou mesmo na repercussão pública, diferentemente do que aconteceu com a CPI da Covid-19, alguns parlamentares requisitados pelo governo para integrar a comissão preferiram se afastar. É o caso dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e, até mesmo, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Outro senador sondado pelo Planalto, Eduardo Braga (MDB-AM), era a aposta do MDB — e de Calheiros — para assumir a relatoria da Comissão. Mas, sem contar com o apoio da bancada do PT na Câmara, que preferiu compor com o Centrão de Lira, também tirou o time de campo. Nem mesmo o senador Cid Gomes (PDT-CE), eleito vice-presidente da CPMI, não demonstra entusiasmo com a nova função.
"São dez anos de Parlamento, nunca participei de nenhuma CPI; de fato, não é esta a minha vocação. Recebo isso como uma missão, eu integro um bloco que, junto com outro bloco, formam a base de sustentação do governo aqui no Senado Federal", disse o senador cearense.
Mas há defensores convictos da importância da CPMI, como a relatora Eliziane Gama. "A gente está fazendo uma investigação de coisas muito sérias e graves, não vejo o risco de esvaziamento. A contribuição da sociedade nas CPIs é muito forte, traz informações, por isso tenho confiança de que teremos coisas novas. Quanto mais você envolve o povo, mais dados novos eles trazem, as redes sociais vão ter um papel fundamental", avaliou.
Para o senador do DF, Izalci Lucas, suplente do colegiado, a comissão é importante para demonstrar que os ataques do dia 8 de janeiro não podem ser creditados apenas na conta do GDF, e que é necessário apurar se houve omissão dos demais Poderes.
"Quando a relatora se senta e diz, olha vamos apurar os atos golpistas, a gente já sabe que o foco dela vai ser o golpe. Enquanto o meu é provar que o DF não pode pagar esse preço sozinho, porque teve a omissão do governo federal", declarou o senador.
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Sem fatos novos para investigar, a relevância da CPMI pode ficar restrita a poucos nomes da lista de convocados. Como a definição da agenda está na mão do presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) — aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) —, a aposta é que sirva como mais uma forma de projeção do poder de Lira sobre o Planalto, indicam parlamentares que falaram reservadamente ao Correio.
A avaliação é que o debate envolvendo os convocados, com protagonismo do presidente, relegue à relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a "ingrata função de correr atrás" do que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal (PF) já vêm investigando nos últimos anos nos inquéritos das Fake News e das Milícias Digitais.
O governo não contará com seus principais "batedores de falta" no time da CPMI. Sem acreditar no potencial da investigação ou mesmo na repercussão pública, diferentemente do que aconteceu com a CPI da Covid-19, alguns parlamentares requisitados pelo governo para integrar a comissão preferiram se afastar. É o caso dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e, até mesmo, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Outro senador sondado pelo Planalto, Eduardo Braga (MDB-AM), era a aposta do MDB — e de Calheiros — para assumir a relatoria da Comissão. Mas, sem contar com o apoio da bancada do PT na Câmara, que preferiu compor com o Centrão de Lira, também tirou o time de campo. Nem mesmo o senador Cid Gomes (PDT-CE), eleito vice-presidente da CPMI, não demonstra entusiasmo com a nova função.
"São dez anos de Parlamento, nunca participei de nenhuma CPI; de fato, não é esta a minha vocação. Recebo isso como uma missão, eu integro um bloco que, junto com outro bloco, formam a base de sustentação do governo aqui no Senado Federal", disse o senador cearense.
Mas há defensores convictos da importância da CPMI, como a relatora Eliziane Gama. "A gente está fazendo uma investigação de coisas muito sérias e graves, não vejo o risco de esvaziamento. A contribuição da sociedade nas CPIs é muito forte, traz informações, por isso tenho confiança de que teremos coisas novas. Quanto mais você envolve o povo, mais dados novos eles trazem, as redes sociais vão ter um papel fundamental", avaliou.
Para o senador do DF, Izalci Lucas, suplente do colegiado, a comissão é importante para demonstrar que os ataques do dia 8 de janeiro não podem ser creditados apenas na conta do GDF, e que é necessário apurar se houve omissão dos demais Poderes.
"Quando a relatora se senta e diz, olha vamos apurar os atos golpistas, a gente já sabe que o foco dela vai ser o golpe. Enquanto o meu é provar que o DF não pode pagar esse preço sozinho, porque teve a omissão do governo federal", declarou o senador.