O salto de 10 pontos na avaliação positiva de Bolsonaro na capital mineira, constatado por série de pesquisas da CDL-BH e já comentado aqui no Os Novos Inconfidentes, reforça o perfil elitista dos apoiadores do presidente. Embora disseminada por todos os segmentos de renda, o aumento da popularidade presidencial foi nitidamente concentrado no eleitorado mais rico.

Quanto mais alto na posição social maior a incidência de bolsonaristas, é o que mostra nitidamente o conjunto de quatro pesquisas, realizadas em maio, julho, setembro e novembro. Nesse período de seis meses abrangido pelos levantamentos, a avaliação positiva do presidente subiu 04 pontos entre os que ganham até 3 salários; 10 pontos na turma de 3 a 5 salários; 14 pontos na faixa de 5 a 10; e 22 pontos no grupo com renda acima de 10 salários mínimos.

No segmento mais rico do eleitorado, o bolsonarismo explodiu e se tornou majoritário, atingindo 50% de avaliação positiva em novembro. Foi uma virada e tanto. Na primeira pesquisa, em maio, Bolsonaro tinha uma avaliação negativa (33%) superior à positiva (28%). Agora, dos que ganham mais de 10 salários em BH, apenas 22% mantém rejeição ao presidente. O índice negativo no segmento retrocedeu 11 pontos. Outros 26% dos eleitores mais ricos têm avaliação regular, também 11 pontos a menos do que em maio.

Tudo indica que Bolsonaro está conseguindo uma forte penetração eleitoral e um grande apoio social no eleitorado mais rico. Aliás, o crescimento de sua popularidade nessa faixa sugere entusiasmo e empolgação com seu governo. O presidente está se tornando um ídolo político para as elites, tão poderoso e carismático, para eles,  como Lula é para o lado oposto, junto aos mais pobres.

A explosão bolsonarista na elite mineira é uma notícia boa para o presidente. O lado ruim é que a avaliação entre os mais pobres ainda patina: a positiva avançou só de 20% para 24% enquanto a negativa subiu mais três pontos, passando de 42% para 45% e seguindo majoritária no segmento, o maior da população. No frigir dos ovos, o aumento da rejeição anulou o avanço no apoio ao presidente. Entre os mais pobres, a popularidade de Bosonaro não melhorou nada.