A ordem de abordagem que resultou na prisão arbitrária de uma mulher que protestou contra Jair Bolsonaro, no município de Resende, no Rio de Janeiro, partiu do próprio ocupante do Palácio do Planalto. De acordo com  a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a informação consta do Boletim de Ocorrência registrado pelos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que integravam a escolta oficial. 

No B.O. os policiais afirmaram que Bolsonaro estava na rodovia por volta de 9h da manhã do último domingo (29) quando a mulher, que estava no banco do passageiro de um carro, o viu acenando para os motoristas e o xingou. Os agentes também afirmaram que a abordagem do veículo foi feita "mediante determinação do próprio sr. Presidente" após a mulher ter gritado “palavras de calão direcionadas a ele, mais especificamente berrou ‘Bolsonaro filho da p..., em atitude de tamanho desrespeito." A mulher proferiu contra Bolsonaro também um insulto homofóbico, chamando-o de "noivinha de Aristides", que foi seu instrutor de judô no Exército.

A mulher então foi enquadrada nas "devidas cominações legais”,  e que os demais ocupantes do veículo foram “qualificados”. "Diante das informações obtidas, foi constatada, em princípio, ocorrência de injúria com causa de aumento de um terço na pena por ter sido cometida contra o Sr. Presidente da República", destaca o B.O.