O PSD estendeu tapete vermelho para receber Anastasia, que é um pilar do PSDB. Ele trocará de partido? Isso não importa. A filiação do senador é só um detalhe. Seja qual for a legenda, faça sol ou chuva, o importante é que ele deverá disputar a reeleição em 2022. E pelo andar do jogo, como candidato ao Senado na chapa pessedista para o governo de Minas, a ser encabeçada pelo prefeito da capital, Alexandre Kalil. Obviamente, novos dados vão rolar até 2022. Mas o jogo já avançou bem.

As relações entre Anastasia e Kalil são ótimas. O senador indicou um dos principais nomes do alto escalão da PBH, Fuad Noman, secretário de Finanças. E só recebe elogios do prefeito. No mais, Anastasia sabe que Kalil está armando um palanque competitivo, forte.

No cálculo político de Anastasia entra também uma questão pessoal. Segundo ele próprio diz a interlocutores, precisa de renda para viver e envelhecer. O senador gostaria de se aposentar numa alta corte judicial, mas isso não depende da sua decisão e sim de Bolsonaro. Como tal nomeação não tem perspectivas, a única opção do senador é exercer um segundo mandato para garantir a aposentadoria pelo Senado.

Após a reforma previdenciária, se vigorar o texto ora relatado na Câmara, Anastasia poderá pendurar as chuteiras após dois mandatos, com uma renda hoje equivalente a cerca de R$ 18 mil, metade do salário atual de senador. A esse valor se somaria o salário extra de estimados R$ 18 mil mensais para dar aulas em instituto do ministro Gilmar Mendes, trabalho que pode manter após a aposentadoria. Mesmo que as regras mudem um pouco, Anastasia terá que exercer por mais tempo a carreira parlamentar para se garantir um provento razoável na velhice.