Flávio Roscoe (Fiemg) e outros empresários vão ao primeiro encontro com o presidente desde a posse em meio a entusiasmo geral com novo governo
O presidente da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas), Flávio Roscoe, e outros representantes do empresariado brasileiro participam nesta quinta-feira (17) em Brasília de um almoço com Jair Bolsonaro. É o primeiro encontro do presidente com um grupo de empresários desde a posse. Há temas polêmicas apimentando as relações entre o novo governo e o setor produtivo, como o corte de verbas do chamado Sistema S. Mas o evento deve transcorrer em clima ameno e terminar com manifestações efusivas de apoio mútuo. Há muitos e muitos anos, talvez desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso, não se via o empresariado no país tão animado com um governo. De fato, o clima é de empolgação e entusiasmo como refletido no Ibovespa, índice da bolsa brasileira que vem quebrando recordes sucessivos desde a eleição de Bolsonaro.
ASSUNTO PARA BASTIDOR
A boa vontade e otimismo com o governo são regra geral no empresariado, apesar de ruídos e polêmicas produzidas pela equipe econômica nesses dias iniciais de governo, especialmente a proposta do ministro Paulo Guedes de cortar em pelo menos 30% os impostos que irrigam de recursos o Sistema S e sustentam a gigantesca estrutura de serviços das federações da indústria, agropecuária, comércio e transporte. Os dirigentes empresariais ainda não aceitaram a mudança. Esperam convencer o governo a mudar de ideia. Mas de modo sutil, com ações cautelosas nos bastidores, evitando aprofundar o atrito já produzido. Se o presidente não introduzir o assunto, é possível que ele nem seja abordado abertamente no almoço.
FÉ CEGA, FACA AMOLADA
O tema que deve predominar no primeiro encontro do presidente com os empresários é aquele que não sai da pauta em nenhum momento em virtude de sua extrema relevância e urgência para as contas públicas: a reforma da previdência. Provavelmente, o que Bolsonaro mais vai ouvir daqui a pouco é que o governo precisa entregar um ajuste fiscal consistente, o que implica em mudanças no sistema de aposentadorias, para sustentar o otimismo do empresariado com a economia e mover a todas dos investimentos no país.