CPI

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) comparou a atuação do ex-ministro de Saúde Eduardo Pazuello à de Adolf Eichmann, chefe da Seção de Assuntos Judeus no Departamento de Segurança de Hitler na Alemanha nazista e um dos principais agentes do holocausto. O relato do parlamentar foi dado durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID no Senado Federal desta quinta-feira (20).

Durante sua fala, o senador fez referência a uma análise feita do julgamento do agente nazista em 1962, que culminou em seu enforcamento por crimes de guerra.


"Analisado o cidadão, se dizia que ele não possuía histórico ou traços preconceituosos. Não apresentava características de um caráter distorcido doentio. Agiu no que acreditava ser o seu dever, cumprindo ordens de superiores e movido em se ascender em sua carreira profissional. Cumpria ordens sem questioná-las, com a maior zelo e eficiência, sem refletir sobre o bem ou mal que pudessem causar", relatou.
 
Alessandro Vieira afirmou que em encontros passados com o ex-ministro da Saúde ele foi solícito em ajudar às necessidades da população por ele apontadas, como em respiradores para hospitais de Sergipe.


Ele justificou a comparação de Pauzello com Adolf Eichmann dizendo que as falhas em sua gestão foram por causa de ordens vindas 'do verdadeiro autor'. A sessão foi suspensa após as declarações.
 
"Eu tenho absoluta convicção que não falhou por decisão sua. Não consigo entender, que 'diabo' de dever de lealdade a vossa excelência imagina ter que faz com que acoberte o verdadeiro autor dessas ordens que o senhor seguiu. Isso é lamentável", disse o senador. 


Pressionado por governistas, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSB-AM), informou que vai retirar dos autos a menção ao julgamento do oficial nazista Adolf Eichmann feitas por Alessandro Vieira.


"Falar nesse personagem da história, comparando o general que tem origem judaica com um nazista é uma situação deselegante", disse Marcos Rogério (DEM-RO), em defesa de Eduardo Pazuello.
 
Posteriormente, em suas redes sociais, Alessandro Vieira comentou mais uma vez sobre a conduta de Eduardo Pazuello, comparada ao perfil de Eichmann.
 
"É um burocrata que seguiu ordens sem pensar. Um burocrata que nunca entendeu que sua missão era salvar vidas, não obedecer ao chefe de ocasião. Perdemos milhares de vidas por conta desta visão distorcida. Distorção que Mandetta e Teich rejeitaram", publicou.