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Festival dedicado à música instrumental de Pernambuco criado em 2018, o Panela do Jazz, depois de duas edições presenciais, realiza sua versão on-line. Neste sábado (20/2) e domingo (21/2), a partir das 16h, haverá transmissões ao vivo diretamente do Fábrica Estúdios, no Recife.
Na área aberta de uma antiga fábrica de cerâmica transformada em estúdio, foram montados dois palcos para receber Spok Quinteto, Amaro Freitas Trio, Dois de Paus, Augusto Silva & Frevo Novo, Agláia Costa e SerTão Jazz, além de convidadas, as cantoras Nena Queiroga, Amanda Cabral e Karol Maciel e as gêmeas Maíra (cavaquinista) e Moema (bandolinista).
O Panela do Jazz, que tem esse nome porque é realizado no Poço da Panela, tradicional bairro da capital pernambucana, é realizado em novembro. Com a pandemia, a edição de 2020 foi cancelada, ganhando agora a versão virtual.
Curador do evento e integrante do Dois de Paus, o contrabaixista Bráulio Araújo explica que essa edição é quase uma preparação para a próxima versão presencial do festival, prevista para 20 de novembro.
“Conseguimos fechar uma grade (de artistas) bem bacana, com muitas meninas participando. Se tudo correr bem, o Panela ocorrerá de forma física e também com mulheres na programação, o que sempre foi nosso foco, pois a música instrumental ainda está muito ligada ao universo masculino”, diz Araújo.
A edição virtual dará início à celebração da obra do maestro, compositor e multi-instrumentista Moacir Santos (1926-2006), com alguns dos convidados executando suas criações. Em novembro, a homenagem será maior, adianta Araújo. “Ele é um pernambucano mundialmente conhecido (nasceu em Flores), mas pouco se fala dele no próprio estado.”
Atração mais conhecida do Panela, o maestro Spok encerra o festival ao lado de seu quinteto (Adelson Silva na bateria, Renato Bandeira na guitarra, Beto Hortis na sanfona e Hélio Silva no baixo), com o auxílio das irmãs Maíra e Moema.
Ao longo do último ano, Spok fez algumas lives. “Honestamente, é estranho, pois não há reação quando você acaba uma música. Mas todo mundo está dando seu jeito, e o Panela do Jazz é um remédio para qualquer tristeza, saudade ou vontade”, ele diz.
No formato virtual, não há ensaio, observa o maestro pernambucano. “Fazemos um ensaio na passagem de som. A maioria do nosso repertório é de coisas que a gente conhece, a Maíra e a Moema também sugeriram algo que não é totalmente desconhecido da gente. Deve ser mais simples, pois não há arranjo. O que a gente faz é combinar pelo telefone e resolver algumas coisas na passagem de som”, explica.
Ressaca com o cancelamento do carnaval
Spok diz que não somente ele, mas toda a estrutura do carnaval pernambucano, está de ressaca com o cancelamento da folia. “É uma situação dificílima, pois é uma grande festa para milhões de pessoas, mas para outros milhares é sobrevivência pura. A maioria de artistas, músicos e profissionais que se envolvem com carnaval em Pernambuco dependem dele para (se manter) o ano inteiro. Se passam o ano com dificuldade para trabalhar, sem o carnaval são dois anos.”
Porém, o período de recolhimento imposto pela COVID-19 trouxe um grande benefício para Spok, a aproximação com a família. “Nunca estive tão próximo dela”, comenta.
O confinamento também lhe abriu espaços além da música. Spok começou a produzir um programa que vai lançar no YouTube contando a história do frevo, e finalizou o segundo livro de poemas.
No final de 2019, o músico lançou “Sementes”, sua estreia como poeta. “O primeiro livro foi de poesia livre, esse segundo é com a métrica da poesia popular, dos repentistas. Coisas assim me fizeram enxergar diferentes sabores na pandemia”, conclui.
PANELA DO JAZZ
A partir das 16h, no canal do Panela do Jazz no YouTube
Sábado (20/2)
•Dois de Paus com Nena Queiroga
•Augusto Silva e Frevo Novo
•Amaro Freitas Trio
Domingo (21/2)
•Agláia Costa
•SerTão Jazz com Amanda Cabral
•Karol Maciel
•Spok Quinteto com Maíra e Moema
CAJUBI VEM AÍ
Outro festival on-line que será realizado nos próximos dias é o Cajubi: Ruptura e Reencanto. De terça (23/2) a quinta-feira (25/2), o evento vai reunir Tom Zé, Letrux, Ailton Krenak, Juçara Marçal, Luiz Antônio Simas, Elisa Lucinda e Tiganá Santana. Cada dia terá debate, show e exibição de filme. A programação começa sempre às 18h30, com transmissão no canal do Festival Cajubi no YouTube e na página do evento no Instagram.
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Na área aberta de uma antiga fábrica de cerâmica transformada em estúdio, foram montados dois palcos para receber Spok Quinteto, Amaro Freitas Trio, Dois de Paus, Augusto Silva & Frevo Novo, Agláia Costa e SerTão Jazz, além de convidadas, as cantoras Nena Queiroga, Amanda Cabral e Karol Maciel e as gêmeas Maíra (cavaquinista) e Moema (bandolinista).
O Panela do Jazz, que tem esse nome porque é realizado no Poço da Panela, tradicional bairro da capital pernambucana, é realizado em novembro. Com a pandemia, a edição de 2020 foi cancelada, ganhando agora a versão virtual.
Curador do evento e integrante do Dois de Paus, o contrabaixista Bráulio Araújo explica que essa edição é quase uma preparação para a próxima versão presencial do festival, prevista para 20 de novembro.
“Conseguimos fechar uma grade (de artistas) bem bacana, com muitas meninas participando. Se tudo correr bem, o Panela ocorrerá de forma física e também com mulheres na programação, o que sempre foi nosso foco, pois a música instrumental ainda está muito ligada ao universo masculino”, diz Araújo.
A edição virtual dará início à celebração da obra do maestro, compositor e multi-instrumentista Moacir Santos (1926-2006), com alguns dos convidados executando suas criações. Em novembro, a homenagem será maior, adianta Araújo. “Ele é um pernambucano mundialmente conhecido (nasceu em Flores), mas pouco se fala dele no próprio estado.”
Atração mais conhecida do Panela, o maestro Spok encerra o festival ao lado de seu quinteto (Adelson Silva na bateria, Renato Bandeira na guitarra, Beto Hortis na sanfona e Hélio Silva no baixo), com o auxílio das irmãs Maíra e Moema.
Ao longo do último ano, Spok fez algumas lives. “Honestamente, é estranho, pois não há reação quando você acaba uma música. Mas todo mundo está dando seu jeito, e o Panela do Jazz é um remédio para qualquer tristeza, saudade ou vontade”, ele diz.
No formato virtual, não há ensaio, observa o maestro pernambucano. “Fazemos um ensaio na passagem de som. A maioria do nosso repertório é de coisas que a gente conhece, a Maíra e a Moema também sugeriram algo que não é totalmente desconhecido da gente. Deve ser mais simples, pois não há arranjo. O que a gente faz é combinar pelo telefone e resolver algumas coisas na passagem de som”, explica.
Ressaca com o cancelamento do carnaval
Spok diz que não somente ele, mas toda a estrutura do carnaval pernambucano, está de ressaca com o cancelamento da folia. “É uma situação dificílima, pois é uma grande festa para milhões de pessoas, mas para outros milhares é sobrevivência pura. A maioria de artistas, músicos e profissionais que se envolvem com carnaval em Pernambuco dependem dele para (se manter) o ano inteiro. Se passam o ano com dificuldade para trabalhar, sem o carnaval são dois anos.”
Porém, o período de recolhimento imposto pela COVID-19 trouxe um grande benefício para Spok, a aproximação com a família. “Nunca estive tão próximo dela”, comenta.
O confinamento também lhe abriu espaços além da música. Spok começou a produzir um programa que vai lançar no YouTube contando a história do frevo, e finalizou o segundo livro de poemas.
No final de 2019, o músico lançou “Sementes”, sua estreia como poeta. “O primeiro livro foi de poesia livre, esse segundo é com a métrica da poesia popular, dos repentistas. Coisas assim me fizeram enxergar diferentes sabores na pandemia”, conclui.
PANELA DO JAZZ
A partir das 16h, no canal do Panela do Jazz no YouTube
Sábado (20/2)
•Dois de Paus com Nena Queiroga
•Augusto Silva e Frevo Novo
•Amaro Freitas Trio
Domingo (21/2)
•Agláia Costa
•SerTão Jazz com Amanda Cabral
•Karol Maciel
•Spok Quinteto com Maíra e Moema
CAJUBI VEM AÍ
Outro festival on-line que será realizado nos próximos dias é o Cajubi: Ruptura e Reencanto. De terça (23/2) a quinta-feira (25/2), o evento vai reunir Tom Zé, Letrux, Ailton Krenak, Juçara Marçal, Luiz Antônio Simas, Elisa Lucinda e Tiganá Santana. Cada dia terá debate, show e exibição de filme. A programação começa sempre às 18h30, com transmissão no canal do Festival Cajubi no YouTube e na página do evento no Instagram.