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A tragédia de Brumadinho (MG) completou dois anos na última segunda-feira (25). No episódio, ocorrido em 25 de janeiro de 2019, cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos vazaram após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale, gerando destruição no meio ambiente e em comunidades de Brumadinho e de outras cidades da calha do Rio Paraopeba. Desde então, 259 corpos foram resgatados e outras 11 pessoas permanecem desaparecidas.
Para lembrar a data, a UFMG divulgou nesta semana informações relacionadas aos avanços do Projeto Brumadinho, sob o qual estão vinculadas as 67 pesquisas. Eles estão divididos em quatro áreas principais: meio ambiente, saúde da população, socioeconômico e infraestrutura.
Os encarregados por cada uma das pesquisas são escolhidos através de um processo seletivo. Chamadas internas são divulgadas para que os pesquisadores da UFMG interessados em desenvolver os estudos apresentem suas propostas.
O Projeto Brumadinho é custeado com recursos da Vale. Em agosto de 2019, o TJMG liberou para a universidade um repasse inicial de R$ 22,463 milhões, extraídos do montante que havia sido bloqueado nas contas da mineradora.
Ao tomar a decisão, o juiz Elton Pupo Nogueira manifestou preocupação com a auditoria parcial no processo de avaliação da qualidade da água que vinha conduzido pela Vale.
"Não há nenhuma entidade independente capaz de certificar a realidade dos dados obtidos, o que implica em falha de confiança nos dados coletados nas análises de água do Rio Paraopeba", registra ata da audiência que tratou do assunto.
Complexo
A montagem do complexo de laboratórios no Departamento de Química da UFMG viabiliza 20 das 67 pesquisas. Os equipamentos comprados permitem análises físico-químicas de solos, águas subterrâneas e superficiais, sedimentos, rejeitos, material particulado atmosférico e material biológico. O espaço recebeu o nome de Centro de Referência em Inovação Ambiental (CRA-UFMG).
No mês passado, o juiz Elton Pupo Nogueira visitou as instalações. São quatro laboratórios com área total de 150 metros quadrados. Eles reúnem 42 equipamentos, incluindo modernos espectrômetros e cromatógrafos, capazes de realizar 174 tipos de processamento de diferentes amostras. Futuramente, concluídos os estudos sobre a tragédia de Brumadinho, o CRA-UFMG passará a ser utilizado pela universidade para outras pesquisas de alta complexidade e também para o ensino.
Segundo Cláudia Mayorga, pró-reitora de extensão da UFMG e coordenadora do Projeto Brumadinho, trata-se de uma parceria institucional inédita entre uma universidade pública e o Poder Judiciário. Ela afirma que são mais de 400 pesquisadores envolvidos, entre eles cerca de 150 docentes da instituição com doutorado, nas mais variadas áreas do conhecimento.
"Sabemos que professores colaboram fazendo pareceres, estudos, atuando como peritos em processos judiciais. Mas nesse caso, o que estamos construindo é uma mobilização institucional", disse em vídeo divulgado pela UFMG.
Uma das pesquisas, por exemplo, está avaliando se houve impacto na saúde do gado. A literatura científica registra casos em que animais contaminados por metais desenvolveram problemas de saúde variados, como anemias, distúrbios digestivos, cegueira, depressão e paralisia. No caso da tragédia de Brumadinho, esse tipo de dano ainda não foi investigado em profundidade. As análises conduzidas pela Escola de Veterinária da UFMG envolvem coleta de amostras de leite, pelo, sangue, fezes e urina dos bovinos.
Os resultados de cada um dos estudos, após serem entregues ao TJMG, poderão ser consultados na Plataforma Brumadinho UFMG. A ferramenta foi criada pela Escola de Arquitetura e pelo Departamento de Ciência da Computação da universidade. Além das informações relacionadas com as pesquisas, também são catalogados demais documentos vinculados aos processos, inclusive as decisões judiciais.
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A tragédia de Brumadinho (MG) completou dois anos na última segunda-feira (25). No episódio, ocorrido em 25 de janeiro de 2019, cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos vazaram após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale, gerando destruição no meio ambiente e em comunidades de Brumadinho e de outras cidades da calha do Rio Paraopeba. Desde então, 259 corpos foram resgatados e outras 11 pessoas permanecem desaparecidas.
Para lembrar a data, a UFMG divulgou nesta semana informações relacionadas aos avanços do Projeto Brumadinho, sob o qual estão vinculadas as 67 pesquisas. Eles estão divididos em quatro áreas principais: meio ambiente, saúde da população, socioeconômico e infraestrutura.
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A montagem do complexo de laboratórios no Departamento de Química da UFMG viabiliza 20 das 67 pesquisas. Os equipamentos comprados permitem análises físico-químicas de solos, águas subterrâneas e superficiais, sedimentos, rejeitos, material particulado atmosférico e material biológico. O espaço recebeu o nome de Centro de Referência em Inovação Ambiental (CRA-UFMG).
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