O governador Romeu Zema participou nesta quinta-feira (29/8), ao lado do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, do lançamento do programa Centelha, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura do empreendedorismo em Minas Gerais, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

No mesmo evento, foi lançado, pela fundação, edital para o programa Tríplice Hélice, que, ao longo de três anos, vai selecionar projetos que integrem governo, instituições de ensino e empresas para inserir novos produtos e serviços no mercado.

Romeu Zema destacou a importância de se investir em Ciência e Tecnologia. “Para mim, esse momento é muito importante. Apesar de todas as dificuldades pelas quais o Estado passa, nós ainda conseguimos fazer alguma coisa. Eu gostaria de ter muito mais recursos para Ciência e Tecnologia, sei perfeitamente da importância desse setor para o futuro da economia e do país, mas sou otimista. Essas transformações pelas quais o Brasil e Minas estão passando vão possibilitar o ressurgimento de um país novo. As reformas atuais vão permitir colocarmos também uma pá de cal no desequilíbrio do déficit das contas públicas. E aí sim nós vamos ter recursos para Ciência e Tecnologia, a médio e longo prazo. Temos de lembrar que o Brasil tem investido no passado. Hoje o que mais drena e suga os recursos públicos são as aposentadorias. Tivemos já a Reforma da Previdência, estamos passando por outras reformas agora, como a Tributária, e com isso vai surgir um país muito mais próspero e mais justo”, afirmou.


Na avaliação do governador, Minas e o país estão pagando hoje a conta de escolhas erradas feitas no passado. “Um Estado que interveio muito na economia, que fez investimentos desastrosos, que subsidiou setores ineficientes, causou esse crescimento anômalo e nós estamos passando por um processo corretivo. Mas todo processo corretivo tem data para terminar e, se Deus quiser, questão de mais um ou dois anos, o Brasil vai voltar a crescer de forma sustentável e correta. E, com toda certeza, um dos setores mais beneficiados será o de Ciência e Tecnologia”, completou.

O objetivo das iniciativas lançadas nesta quinta-feira é fazer com que o conhecimento gerado nas universidades e centros de pesquisa seja transformado, pelas empresas, em novos produtos e processos, beneficiando a população. Com isso, espera-se gerar novas oportunidades para a população mineira e desenvolvimento econômico e social no Estado.

Em discurso, o ministro Marcos Pontes também salientou que as ações lançadas representam importantes passos para o futuro. “Ressalto sempre a possibilidade que temos de transformar o país pela Ciência e Tecnologia. Recursos para essas áreas são investimentos, e não gastos. Nosso país precisa ter isso em mente. Os pesquisadores precisam falar sobre seus trabalhos para mostrar que a Ciência e Tecnologia estão no dia a dia das pessoas. Programas como os lançados hoje, que ressaltam a participação dos jovens, mostram como é possível ajudar essas pessoas a desenvolver suas ideias e o país”, salientou.

Programa Centelha

O programa é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). Em Minas Gerais, será executado pela Fapemig.

O objetivo é estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura do empreendedorismo em Minas Gerais. Poderão participar pessoas físicas ou empresas com faturamento anual bruto de até R$ 4,8 milhões, criadas e formalizadas a partir do programa ou com até 12 meses de criação, contado a partir do lançamento do edital. A expectativa é receber cerca de mil ideias e que 15 empresas sejam abertas ao final do processo de seleção.

Na avaliação do presidente da Finep, general Waldemar Barroso, o programa Centelha permite que a vontade de empreender “se torne realidade”. “É um projeto que potencializa isso”, disse.

Já o presidente da Fapemig, Evaldo Vilela, ressaltou que a iniciativa já se mostra um sucesso em todo o país. “Hoje estamos lançando o Centelha aqui em Minas, não começamos ainda a receber as inscrições, e já passam de 5mil projetos. Então, isso é um alento muito grande para os nossos jovens, que têm ideias iniciais que o Centelha procura”, citou.

Tríplice Hélice

No edital anunciado nesta quinta-feira pela Fapemig serão selecionados projetos que promovam a interação entre o governo, as instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICTs) e as empresas mineiras, visando a otimização de tecnologias protegidas para inserção de novos produtos, serviços e processos no mercado.

Assim, empresas poderão se conectar às universidades, e, a partir de patentes, desenvolver produtos com potencial de mercado. Será dado apoio para testes em maiores escalas e posterior comercialização.

“É um momento rico de oportunidades para colocar em prática o que muitos países bem-sucedidos estão fazendo, que é articular governo, academia e empresas em prol da geração e aplicação do conhecimento, dividindo tarefas, recursos e investimentos. Não só o Estado, mas também as empresas e as universidades, com sua contribuição econômica. Essa é a fórmula e, por isso, estamos lançando hoje também o edital Tríplice Hélice, que é exatamente a junção dos esforços da academia, com o governo, representado pela Fapemig, e as empresas”, completou Evaldo Vilela.

Tecnova MG

Na mesma cerimônia também foi apresentado o resultado do programa Tecnova Minas, de apoio à inovação tecnológica em microempresas e empresas de pequeno porte em Minas Gerais.

Foram investidos R$ 13 milhões, possibilitando a execução de projetos inovadores em dezenas de micro e pequenas empresas localizadas em 14 municípios mineiros. Entre eles o projeto de prevenção de problemas cognitivos e neurodegenerativos, como a prevenção ao Alzheimer. A tecnologia está sendo comercializada e poderá ser expandida.

Outro trabalho desenvolvido foi o SensyWarming, que evita a hipotermia em pacientes no período pós-operatório. O produto é um equipamento de aquecimento de pacientes, certificado por órgãos regulamentares, que já está no mercado. O projeto permitiu a nacionalização da tecnologia, com consequente redução de custos.

Também participaram da cerimônia o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Vitor de Mendonça; o secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Paulo Alvim; o deputado federal Euclydes Pettersen; o deputado estadual Bartô; além de pesquisadores e lideranças do setor.