O Governo do Estado tem aprimorado as medidas de resposta a incêndios florestais em suas unidades de conservação. Exemplo é o anúncio do Instituto Estadual de Florestas (IEF) de destinação de R$ 6,9 milhões, provenientes de recursos da compensação minerária, para locação de oito aeronaves de lançamento de água para contenção de incêndios, que vão se somar a mais dez helicópteros e três aviões já em uso, bem como a diversas ações de prevenção e combate em andamento. O recurso foi aprovado na sexta-feira (6/9), pela Câmara de Proteção à Biodiversidade (CPB), do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e anunciado pelo diretor-geral do IEF, Antônio Malard, no mesmo dia.


A Força-Tarefa Previncêndio foi criada pelo Governo de Minas Gerais para coordenar os esforços de prevenção e combate a incêndios florestais nas unidades de conservação estaduais. O programa é coordenado pelo IEF e atua nos meses mais secos do ano - entre junho e novembro -, quando a incidência de incêndios é maior. Além do IEF, integram o programa o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG); a Polícia Militar (PMMG); a Polícia Civil do Estado (PCMG); e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC/MG), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Na reunião da Força-Tarefa, o diretor-geral do IEF, Antônio Malard, observou que um dos fatores responsáveis pela redução da área atingida nas unidades de conservação de Minas Gerais é a velocidade de reação. “A resposta das equipes tem sido muito rápida, debelando as chamas em poucas horas. Com as novas aeronaves, esse trabalho será ainda mais efetivo”, estima.

Balanço

A situação dos incêndios florestais nas unidades de conservação estaduais de Minas Gerais e as ações desenvolvidas para reforçar a prevenção e o combate no período crítico foram apresentadas durante a última reunião da coordenação da Previncêndio. Segundo dados do IEF, tanto o número de incêndios registrados até agosto de 2019 quanto a área atingida estão abaixo da média histórica. Com relação à área atingida, de janeiro a agosto, 1.347,07 hectares no interior das unidades de conservação estaduais foram consumidos pelo fogo. O número é 68,8% menor do que a média histórica, para o período, registrada entre os anos de 2013 e 2018, que é de 4.318,50 hectares.

Linha de frente

Além das equipes próprias, o IEF conta neste ano com 278 brigadistas contratados temporariamente, que foram distribuídos pelas unidades de conservação de todo o estado, especialmente naquelas que apresentam maior ocorrência de incêndios florestais. Brigadistas voluntários e parcerias com empresas vizinhas às reservas ambientais reforçam a rede de proteção formada para atuar nas áreas protegidas de Minas Gerais.

Brigadas voluntárias apoiam unidades de conservação em municípios como Conselheiro Pena, Ouro Preto, Belo Horizonte, Montes Claros, São João del-Rei, Moeda, Barão de Cocais e Itabirito. Somam-se ainda a estes os efetivos do Corpo de Bombeiros, nos municípios onde há representação da instituição, que também pode, de acordo com a complexidade do incêndio, deslocar efetivos de regiões diversas.

Campanha

Com foco na prevenção de incêndios florestais, o Governo de Minas Gerais também investiu em uma campanha publicitária, lançada no final de agosto, para alertar sobre os riscos do fogo criminoso. A campanha será veiculada por dois meses em rádios, redes sociais, outdoors e peças publicitárias. A iniciativa é uma parceria do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) com o Corpo de Bombeiros.

O tema da campanha “Basta de Tragédia: além da mata, incêndios queimam histórias de vida” busca sensibilizar a população para os impactos dos incêndios e para a importância do papel de todos nesse trabalho. A intenção é lançar um alerta sobre como os incêndios afetam o meio ambiente e comprometem a qualidade do solo, da água, da vegetação, do ar e qualidade de vida.