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A justiça concedeu, neste sábado (03/04), liberdade provisória para a falsa enfermeira que foi presa pela Polícia Federal por realizar suposta vacinação contra COVID-19 em garagem de empresa de ônibus em Belo Horizonte
A decisão que foi proferida pela desembargadora Ângela Catão, do Tribunal Regional Federal (TRF-1), pode tirar Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas da prisão ainda neste fim de semana.
A cuidadora de idosos já atuava com o esquema na cidade desde o início de março, conforme investigações da Polícia Federal.
A mulher, que foi levada para a Penitenciária Estevão Pinto na noite dessa terça (30/3), teve a prisão temporária convertida em preventiva.
As autoridades constataram que a mulher, que na verdade era uma cuidadora de idosos, atendia também a domicílio.
De acordo com as investigações, um dos bairros em que ela mais fez "atendimentos" – em casas e apartamentos – foi o Belvedere, de classe alta, no Centro-Sul da capital mineira.
"Os moradores lá estão todos sem saber o que fazer", afirma um empresário que frequenta a região.
Diligências feitas pela Polícia Federal encontraram na casa dela ampolas de soro fisiológico. A suspeita é que era isso que vinha sendo aplicado nas pessoas que contratavam seus serviços.
Conforme a PF, a falsa enfermeira, com os recursos que ganhava com a aplicação da "vacina", estava comprando carro e um sítio.
Entenda o caso
Segundo a revista Piauí, que denunciou a ocorrência de uma vacinação irregular contra a COVID-19 na garagem de ônibus em reportagem publicada em 24 de março, a falsa enfermeira cobrava R$ 600 por duas doses do que garantia ser da vacina.
Vídeos mostram uma mulher de jaleco branco em meio a carros em uma garagem no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte.
Segundo as apurações da PF, a suposta vacinação no local ocorreu nos dias 22 e 23. Pelo menos 80 pessoas passaram pelo local naquelas duas noites.
A garagem é de uma empresa que pertence ao grupo Saritur, conforme informações de um funcionário repassadas à reportagem no local.
No início desta semana, os empresários Rômulo Lessa e Robson Lessa, da Saritur, prestaram depoimento à PF e afirmaram ter comprado o que acreditavam ser imunizantes de forma irregular.
Legislação aprovada pelo Congresso Nacional autoriza a importação de vacinas, desde que sejam repassadam ao Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo do período em que são imunizados grupos prioritários, como idosos e agentes de saúde.
A PF, inicialmente, trabalhava com três linhas de atuação. Desvio de vacina do SUS, contrabando do imunizante ou golpe.
Nesta segunda (05/04), o filho da falsa enfermeira prestará depoimento à Polícia Federal. A suspeita da PF é que ele seja o responsável pelo recebimento dos pagamentos, que ocorriam, muitas vezes, via PIX, o que vai facilitar as investigações das autoridades.
Além da compra de imóvel e veículo, outro indício de que a falsa enfermeira vinha aplicando o golpe de forma mais ampla pela cidade é que, antes de comparecer na terça-feira à garagem da empresa no Bairro Caiçara, já havia passado em outros dois locais.
A reportagem tenta desde a semana passada, sem sucesso, contato com a Saritur, via telefone fornecido por funcionário do próprio grupo.
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Entenda o caso
Segundo a revista Piauí, que denunciou a ocorrência de uma vacinação irregular contra a COVID-19 na garagem de ônibus em reportagem publicada em 24 de março, a falsa enfermeira cobrava R$ 600 por duas doses do que garantia ser da vacina.
Vídeos mostram uma mulher de jaleco branco em meio a carros em uma garagem no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte.
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