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Carro-chefe do agronegócio mineiro, o café deve atingir a marca de pelo menos 58 milhões de sacas em 2020. O ano será de safra cheia, mas a expectativa de especialistas é de que não haja quedas significativas nos preços de mercado, uma vez que os estoques mundiais estão em baixa.
Em 2019, Minas produziu cerca de 24 milhões de sacas do grão. O recuo é de quase 30% em relação ao ano passado, o que não retira o estado do posto de principal produtor do país, respondendo por metade de todo o café colhido em território brasileiro.
Nicho
Com o crescimento do nicho de cafés diferenciados - com qualidade superior ou certificado de práticas sustentáveis - as possibilidades de recuperação do setor também se ampliam. Quase 7 milhões de sacas do produto foram exportadas nos 11 primeiros meses de 2019, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe).
“O volume representa 18,6% de participação no total do grão exportado neste ano (sem contar, ainda, o mês de dezembro) e um crescimento de 23,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já a receita cambial foi de US$ 1,1 bilhão no período, representando 23,5% do total da receita gerada pelo Brasil com as exportações realizadas em 2019”, destaca o relatório.
Assessor técnico especial do café na Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Niwton Moraes afirma que a mudança no perfil produtivo do país vem ganhando força há duas décadas. “Chegamos a um patamar interessante de exportação desse café diferenciado porque o preço é pelo menos 15% superior ao valor do café commodity, podendo custar até o dobro. Vale lembrar que a qualidade não tem tanta vinculação com a variedade, mas, sim, com a condição climática, a altitude e o zelo do produtor com a colheita”, analisa.
Mercado externo
Estados Unidos, Alemanha, Japão, Itália, Bélgica, Canadá, Reino Unido, Suécia, Finlândia e Espanha já importam a maioria do café especial produzido em Minas. E a demanda crescente não se dá por acaso: a procura está ligada ao movimento internacional conhecido como a “quarta onda do café”, ou seja, momento em que a forma de consumo da bebida se transforma em uma experiência sensorial e o produto passa a ser mais valorizado.
“Na primeira onda, o estímulo era para aumentar o volume consumido no mundo. Na segunda, nasce a ideia de qualidade com a escala de classificação internacional. Na terceira, surge o consumo em mono doses, como as cápsulas, além da venda direta do produtor para o varejista”, explica o especialista.
Agora, reforça Moraes, as pessoas não querem apenas beber o café, mas experimentar as notas de aroma e sabor do produto. “Da mesma forma, o ambiente aconchegante das cafeterias e a história por trás do cultivo, com informações sobre a colheita e o terroir da região produtora, fazem toda diferença. Em síntese, saímos da preocupação com o volume para o foco na qualidade”, conclui Moraes.
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Em 2019, Minas produziu cerca de 24 milhões de sacas do grão. O recuo é de quase 30% em relação ao ano passado, o que não retira o estado do posto de principal produtor do país, respondendo por metade de todo o café colhido em território brasileiro.
Nicho
Com o crescimento do nicho de cafés diferenciados - com qualidade superior ou certificado de práticas sustentáveis - as possibilidades de recuperação do setor também se ampliam. Quase 7 milhões de sacas do produto foram exportadas nos 11 primeiros meses de 2019, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe).
“O volume representa 18,6% de participação no total do grão exportado neste ano (sem contar, ainda, o mês de dezembro) e um crescimento de 23,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já a receita cambial foi de US$ 1,1 bilhão no período, representando 23,5% do total da receita gerada pelo Brasil com as exportações realizadas em 2019”, destaca o relatório.
Assessor técnico especial do café na Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Niwton Moraes afirma que a mudança no perfil produtivo do país vem ganhando força há duas décadas. “Chegamos a um patamar interessante de exportação desse café diferenciado porque o preço é pelo menos 15% superior ao valor do café commodity, podendo custar até o dobro. Vale lembrar que a qualidade não tem tanta vinculação com a variedade, mas, sim, com a condição climática, a altitude e o zelo do produtor com a colheita”, analisa.
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Estados Unidos, Alemanha, Japão, Itália, Bélgica, Canadá, Reino Unido, Suécia, Finlândia e Espanha já importam a maioria do café especial produzido em Minas. E a demanda crescente não se dá por acaso: a procura está ligada ao movimento internacional conhecido como a “quarta onda do café”, ou seja, momento em que a forma de consumo da bebida se transforma em uma experiência sensorial e o produto passa a ser mais valorizado.
“Na primeira onda, o estímulo era para aumentar o volume consumido no mundo. Na segunda, nasce a ideia de qualidade com a escala de classificação internacional. Na terceira, surge o consumo em mono doses, como as cápsulas, além da venda direta do produtor para o varejista”, explica o especialista.
Agora, reforça Moraes, as pessoas não querem apenas beber o café, mas experimentar as notas de aroma e sabor do produto. “Da mesma forma, o ambiente aconchegante das cafeterias e a história por trás do cultivo, com informações sobre a colheita e o terroir da região produtora, fazem toda diferença. Em síntese, saímos da preocupação com o volume para o foco na qualidade”, conclui Moraes.