Nesta quinta-feira (17), o governador Romeu Zema passou por uma “saia-justa”, ao assistir ao seu próprio enterro simbólico, em manifestação de protesto já nesse início de gestão.
Em apenas quinze dias, desde que assumiu a Chefia do Executivo mineiro, o governador Romeu Zema continua sendo alvo de manifestações de protestos pela herança do governo anterior.
Nessa quinta-feira, não foi diferente. Enquanto os prefeitos não lhe dão sossego, cobrando, insistentemente, os repasses financeiros que se arrastam desde o início do Governo Pimentel, Zema não consegue acalmar os ânimos de boa parte do funcionalismo estadual, que, ainda sem saber quando terá quitado o seu 13º, ainda amarga o escalonamento – por categorias – de seus salários.
Agora, o recém-empossado governador continua em apuros para convencer os prefeitos mineiros, do empenho da nova administração estadual em tentar, o mais rapidamente possível, regularizar a situação de penúria financeira, num verdadeiro efeito-dominó, herdada do seu antecessor.
Na verdade, “milagre” algum foi prometido, notadamente, o de resolver em curtíssimo tempo os problemas, principalmente, financeiros, acumulados há muito tempo, e agravados nos últimos quatro anos.
No caso do Interior mineiro, os repasses têm sido feitos – pelo governo, “na medida do possível”; mas, para a Associação Mineira de Municípios (AMM), “não com a regularidade que os cofres municipais precisam”. Observadores mais atentos reconhecem que “essa entidade precisa deixar o novo governo ‘respirar’ para depois cobrar”.
TROPA TAMBÉM GRITA
A gritaria dessa vez não foi só dos prefeitos. Nas redondezas da Academia de Polícia de Minas Gerais, no Prado, em BH, as ruas Diabase e dos Pampas foram isoladas por forte esquema de segurança, durante a passagem de Comando-Geral da PMMG, do coronel Helbert Figueiró para o seu colega Giovanne Gomes da Silva. O aparato não foi somente pela solenidade a que compareceram as mais altas autoridades do Estado, incluindo-se o governador Romeu Zema e seu Vice, Paulo Brant, mas para abafar a manifestação de servidores – inclusive, militares – indignados com a indefinição do pagamento do 13º e o parcelamento dos seus salários. Em mais um protesto contra tais atrasos, os manifestantes chegaram a queimar um caixão simbólico do governador.
Aliás, não é a primeira vez que esse tipo de protesto é posto em prática. Em mais de uma oportunidade e pelo mesmo motivo, nos últimos anos, as praças da Liberdade e da Assembleia foram cenários para essa espécie de protesto contra governos passados, até por parte de sindicatos que passam, agora, “de estilingue a vidraça”. Mas, pelo que se sabe, ainda não se tinha notícia de tamanho constrangimento, como esse, para o atual governador.
E a nova administração estadual – agora, do (partido) Novo – só está começando.