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O caminho da lama da maior tragédia socioambiental do país, após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, região Central, será percorrido de bike por um biólogo mineiro a partir deste sábado (4). Diego Lara, de 39 anos, vai passar pelas cidades atingidas entre os rios Gualaxo do Norte e Doce, em uma expedição de dois dias. Serão dez cidades, distritos e vilarejos, somando 130 quilômetros de pedal.
Casado, pai de uma menina e morador de Santa Luzia, na Grande BH, Diego tem uma relação direta com os atingidos, principalmente os de Bento Rodrigues. Por três anos, antes do desastre, ele foi responsável por um viveiro de mudas, focado em recuperação ambiental. Dez pessoas ajudavam na empreitada.
“Costumo dizer que esses dez colegas de trabalho fazem parte da minha vida. Todo dia 5 de novembro é um aniversário de renascimento para todos nós. Mesmo oito anos depois, nós não conseguimos retomar o projeto do viveiro, embora seja um sonho nosso”, conta Diego.
Enquanto essa futura meta segue distante, ele pretende reunir vasto material sobre as atuais condições das localidades invadidas pelo tsunami de rejeitos de minério, que deixou 19 mortos e devastou o meio ambiente em 2015. O luziense quer ver como está o processo de recuperação da área, não só em aspectos ambientais, mas culturais e sociais. “Eu vi toda a região antes, durante e agora vou ver de novo”.
De última hora, a aventura ganhou a companhia do primo João Pedro, o que foi um alívio para a família. “De início, minha esposa e meus pais ficaram aflitos. Mas estou indo acompanhado, e agora eles estão por dentro de tudo, dando a maior força”, conta o biólogo.
Os dois vão sair de Mariana neste sábado, por volta das 6h, rumo à cidade de Rio Doce, já na Zona da Mata. O objetivo é fazer paradas rápidas, apenas para comer e conversar com pessoas da região. Toda alimentação da dupla será nos locais visitados, uma outra forma de conhecer mais a cultura local. Mesmo assim, estão levando suprimentos de apoio.
Confira o trajeto:
Mariana
Novo Bento Rodrigues
Bento Rodrigues
Ponte do Gama
Paracatu de Baixo
Fazenda Gualaxo
Gesteira
Barra Longa
Fazenda Porto Alegre
Rio Doce
A ideia inicial é pedalar até 18h, dormir em Barra Longa e encerrar a jornada no dia seguinte - data em que a tragédia completa oito anos -, após mais algumas horas de pedaladas.
E haja preparação física! Mas isso não é problema para o mineiro, que pedala há mais de 10 anos e está acostumado a correr. “Gosto de provas longas. Já fiz campeonatos de 150km. É uma coisa que me motiva”, conta Diego.
O biólogo se emociona ao falar sobre a tragédia e revela que "novembro" mexe muito com ele.
"É um período que me pergunto muito o valor das vidas humanas. Há oito anos me pergunto isso e ressignifico meus pensamentos. Voltar para Bento me traz boas lembranças, mas também lembranças doloridas. Agora busco sensibilizar as pessoas sobre o que é de fato a vida. Gosto de dizer ‘bora que a vida é agora’. Sinto que estamos perdendo um pouco dela na medida que estamos acelerados”, afirma Diego.
Para quem deseja acompanhar essa aventura, Diego vai registrar tudo no Instagram. E não para por aí. Depois ele pretende produzir um curta metragem, de até sete minutos.
* Estagiária sob supervisão do editor Renato Fonseca
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Casado, pai de uma menina e morador de Santa Luzia, na Grande BH, Diego tem uma relação direta com os atingidos, principalmente os de Bento Rodrigues. Por três anos, antes do desastre, ele foi responsável por um viveiro de mudas, focado em recuperação ambiental. Dez pessoas ajudavam na empreitada.
“Costumo dizer que esses dez colegas de trabalho fazem parte da minha vida. Todo dia 5 de novembro é um aniversário de renascimento para todos nós. Mesmo oito anos depois, nós não conseguimos retomar o projeto do viveiro, embora seja um sonho nosso”, conta Diego.
Enquanto essa futura meta segue distante, ele pretende reunir vasto material sobre as atuais condições das localidades invadidas pelo tsunami de rejeitos de minério, que deixou 19 mortos e devastou o meio ambiente em 2015. O luziense quer ver como está o processo de recuperação da área, não só em aspectos ambientais, mas culturais e sociais. “Eu vi toda a região antes, durante e agora vou ver de novo”.
De última hora, a aventura ganhou a companhia do primo João Pedro, o que foi um alívio para a família. “De início, minha esposa e meus pais ficaram aflitos. Mas estou indo acompanhado, e agora eles estão por dentro de tudo, dando a maior força”, conta o biólogo.
Os dois vão sair de Mariana neste sábado, por volta das 6h, rumo à cidade de Rio Doce, já na Zona da Mata. O objetivo é fazer paradas rápidas, apenas para comer e conversar com pessoas da região. Toda alimentação da dupla será nos locais visitados, uma outra forma de conhecer mais a cultura local. Mesmo assim, estão levando suprimentos de apoio.
Confira o trajeto:
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Novo Bento Rodrigues
Bento Rodrigues
Ponte do Gama
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Fazenda Gualaxo
Gesteira
Barra Longa
Fazenda Porto Alegre
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A ideia inicial é pedalar até 18h, dormir em Barra Longa e encerrar a jornada no dia seguinte - data em que a tragédia completa oito anos -, após mais algumas horas de pedaladas.
E haja preparação física! Mas isso não é problema para o mineiro, que pedala há mais de 10 anos e está acostumado a correr. “Gosto de provas longas. Já fiz campeonatos de 150km. É uma coisa que me motiva”, conta Diego.
O biólogo se emociona ao falar sobre a tragédia e revela que "novembro" mexe muito com ele.
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* Estagiária sob supervisão do editor Renato Fonseca