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E fevereiro caminha para o mesmo caminho, pelo menos com relação à quantidade de chuvas: três das nove regionais já bateram a média histórica do mês somente nos seis primeiros dias do mês. Todas ultrapassaram a marca de 50% da mediana, com exceção da Região Norte (40%). A previsão de hoje e do fim de semana? Mais pancadas que vão fazem do guarda-chuva o acessório obrigatório para o belo-horizontino. E o risco geológico permanece até sábado, alerta a Defesa Civil.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nesta sexta-feira, o céu ficará nublado e haverá pancadas de chuva isoladas no período da manhã. Durante a tarde, nublado a parcialmente nublado e, novamente, com pancadas de chuva, só que dessa vez acompanhadas de trovoadas.
Já no período da noite, quem quiser sair para curtir o início do fim de semana não pode esquecer do guarda-chuva, já que BH deve receber precipitações isoladas. A temperatura vai variar entre 18°C e 26°C, enquanto a umidade relativa do ar fica entre 65% e 100%.
No fim de semana, a situação não deve mudar em Belo Horizonte. A mínima de sábado e domingo é de 18°C. A máxima será, respectivamente, de 26°C e 28°C. Os dois dias serão de céu parcialmente nublado com pancadas de chuva isoladas e trovoadas.
A chuva que já estava prevista para esta quinta-feira chegou por volta das 13h em Belo Horizonte. De acordo com a Defesa Civil, houve registro de precipitações fortes ou extremamente fortes em sete das nove regionais da cidade: apenas a Norte e Noroeste ficaram fora da lista. Na Região Oeste do município, choveu mais que metade do esperado por mês: 92,2 milímetros (mm). A média histórica de fevereiro – 181,4 milímetros – já foi batida por três regiões de BH: Barreiro (185mm), Centro-Sul (216,6mm) e a Oeste (214,6mm).
A dona de casa Marilda Gomes, de 52 anos, mora no Bairro Vista Alegre, no entorno da Avenida Tereza Cristina, e ficou apreensiva com a chuva da tarde de ontem. Não era para menos. Ela teve a casa inundada três vezes em duas semanas e por pouco não perdeu tudo mais uma vez. "Foi tenso como todas as outras vezes. A gente não dorme, não come. Só esperei a água entrar. Foi forte, mas menos do que os dias anteriores", disse. Ontem, o rio transbordou, mas não invadiu as casas nesse bairro. "Já perdi meu sofá, meus móveis, meus tapetes. E não tem nada que eu possa fazer, só esperar o pior. Não consigo subir com tudo para o segundo andar, não consigo", lamentou. Ela pede providência da prefeitura: "Pago IPTU que, inclusive, aumentou este ano. Quero minhas coisas de volta", finalizou.
Na Região Centro-Sul, o clima de tensão só aumenta com a constante chuva. A Praça Marília de Dirceu, no Lourdes, foi devastada com a chuva de terça-feira da semana passada, dia 28. Carros foram arrastados pela enxurrada, comércios alagados e crateras se abriram no asfalto. O atendente de pastelaria Lucas Cardoso, de 19 anos, reviveu ontem a apreensão com a chuva que começou no início da tarde. Enquanto passava o rodo para limpar a chuva que invadiu a loja, ele ficou de olho nos carros da rua. “No caso de chover muito, a gente consegue avisar e as pessoas tiram o carro a tempo, espero”, disse. “Da outra vez, chegou a inundar. A gente fica com medo. E se não der tempo de alguém sair? E se acontecer algo ainda pior?”, ele se pergunta.
A preocupação também não deu trégua aos moradores da Rua Engenheiro Zoroastro Torres, no Bairro Santo Antônio, que, ainda traumatizados com a tempestade de 28 de janeiro, se prepararam para o pior. O advogado Leonardo Thomé, morador de um prédio de quatro andares, disse que os vizinhos no primeiro andar tiveram que sair de casa e ainda não retornaram. “De madrugada está difícil. Às vezes, quando vejo que está chovendo, bate uma tensão. Fico sempre naquela expectativa: será que vai acontecer de novo?”, disse. Os vizinhos chegaram a contratar maquinário para fazer a limpeza da lama que invadiu a rua nas últimas tempestades, mas o trabalho teve que ser interrompido por causa da chuva de ontem.
A garagem do prédio foi tomada pela enchente causada com o transbordamento da Barragem Santa Lúcia e sete carros sofreram danos em 28 de janeiro. Os moradores questionam se a barragem teve vazão necessária antes de inundar a Avenida Prudente de Morais. “Poxa, está vendo que está enchendo? Solta a água. Mas não… Foi permitida a retenção da água, aí ‘explode’, causa o caos que causou na terça-feira (dia 28)”, reclamou Thomé. Seu vizinho, que tem uma casa na mesma rua, teme por causa de uma galeria que está entupida e as obras tiveram que parar enquanto chovia. “Só vão liberar daqui a 10 dias. Sem isso não libera a vazão da lagoa”, acredita Paulo Caldas Martins Chagas.
O engenheiro eletricista avalia que teve um prejuízo de R$ 50 mil com equipamentos que perdeu depois que a enxurrada derrubou o muro de sua casa. “Ficou tudo cheio de lama, perdi tudo no meu escritório, agora trabalho em outro lugar”, contou. Para se prevenir, ele levou sua mãe para morar temporariamente com o irmão no Buritis. “Moramos só eu e minha mãe. Ela teve câncer, passou por quimioterapia. Não pode ficar aqui não. Se tivermos que correr com ela, como será?”, disse Paulo, que também deixou de dormir em seu quarto, que fica no fundo da casa, onde um barranco pode ceder a qualquer momento. “Quando chove de madrugada, vou dormir na sala. A situação ainda está meio tenebrosa. Se cair uma chuva daquela que caiu, vai inundar de novo”, afirmou.
Durante o dia, as avenidas Vilarinho (Venda Nova), Tereza Cristina (Oeste e Barreiro), Senador Levindo Coelho (Barreiro), Francisco Sá (Oeste), Prudente de Morais (Centro-Sul), Mário Werneck (Oeste) e do Canal (Barreiro) foram bloqueadas por causa do risco de transbordamento dos córregos próximos. Quase 20 mananciais ficaram perto de invadir vias em BH, segundo a Defesa Civil. Só em Venda Nova, 10 cursos d'água chegaram a essa condição, inclusive o Vilarinho, que historicamente traz problemas para os moradores em sua confluência com o Córrego do Nado, nas proximidades do Shopping Estação BH. O Ribeirão Arrudas transbordou sobre a Avenida Tereza Cristina, que foi interditada às 14h30 e liberada somente às 18h, duas horas depois da abertura do tráfego em outros vias que também tinham sido bloqueadas. O problema ocorreu na altura do número 320, em direção à Avenida Barão Homem de Melo.
O trânsito ficou travado em toda a cidade na tarde de ontem. Quem passou pela área central de BH precisou ter paciência na volta da casa para o trabalho. O fluxo de veículos ficou lento na Avenida Amazonas, na altura do Bairro Prado. O tráfego da Avenida dos Andradas, na altura do Bairro Santa Efigênia, Região Leste, também ficou retido.
A Avenida Professor Mário Werneck, no Bairro Buritis, Região Oeste da capital, foi fechada por causa do deslizamento de parte de um barranco, informou a BHTrans.
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Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nesta sexta-feira, o céu ficará nublado e haverá pancadas de chuva isoladas no período da manhã. Durante a tarde, nublado a parcialmente nublado e, novamente, com pancadas de chuva, só que dessa vez acompanhadas de trovoadas.
Já no período da noite, quem quiser sair para curtir o início do fim de semana não pode esquecer do guarda-chuva, já que BH deve receber precipitações isoladas. A temperatura vai variar entre 18°C e 26°C, enquanto a umidade relativa do ar fica entre 65% e 100%.
No fim de semana, a situação não deve mudar em Belo Horizonte. A mínima de sábado e domingo é de 18°C. A máxima será, respectivamente, de 26°C e 28°C. Os dois dias serão de céu parcialmente nublado com pancadas de chuva isoladas e trovoadas.
A chuva que já estava prevista para esta quinta-feira chegou por volta das 13h em Belo Horizonte. De acordo com a Defesa Civil, houve registro de precipitações fortes ou extremamente fortes em sete das nove regionais da cidade: apenas a Norte e Noroeste ficaram fora da lista. Na Região Oeste do município, choveu mais que metade do esperado por mês: 92,2 milímetros (mm). A média histórica de fevereiro – 181,4 milímetros – já foi batida por três regiões de BH: Barreiro (185mm), Centro-Sul (216,6mm) e a Oeste (214,6mm).
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Na Região Centro-Sul, o clima de tensão só aumenta com a constante chuva. A Praça Marília de Dirceu, no Lourdes, foi devastada com a chuva de terça-feira da semana passada, dia 28. Carros foram arrastados pela enxurrada, comércios alagados e crateras se abriram no asfalto. O atendente de pastelaria Lucas Cardoso, de 19 anos, reviveu ontem a apreensão com a chuva que começou no início da tarde. Enquanto passava o rodo para limpar a chuva que invadiu a loja, ele ficou de olho nos carros da rua. “No caso de chover muito, a gente consegue avisar e as pessoas tiram o carro a tempo, espero”, disse. “Da outra vez, chegou a inundar. A gente fica com medo. E se não der tempo de alguém sair? E se acontecer algo ainda pior?”, ele se pergunta.
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