O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira (12) que seu país encontra-se preparado para retomar o fornecimento de gás à Europa e ainda atribuiu os vazamentos nos gasodutos Nordstream 1 e 2 a "atos de terrorismo internacional" agenciados pelos Estados Unidos. Além do mais, Putin criticou os planos dos países ocidentais de restringir os preços das exportações russas de energia, prometendo que Moscou não agirá contra o bom senso. "Não forneceremos energia para os países que limitem os preços. Gostaria de avisar aqueles que, em vez de parcerias comerciais e mecanismos de mercado, tentam usar truques e chantagens", alertou.

Para Putin o ataque aos oleodutos foi realizado por aqueles que querem enfraquecer a Europa, interrompendo o fluxo de gás barato da Rússia. "Aqueles que querem romper os laços entre a Rússia e a União Europeia estão por detrás dos atos de sabotagem no Nord Stream. Os beneficiários são claros. Porque reforçam a importância geopolítica dos sistemas de gás, nomeadamente aqueles que passam pelo território da Polônia e da Ucrânia e, que a Rússia construiu por conta própria. Mas também são importantes para os EUA, que agora podem distribuir a sua energia a preços elevados", acusou Putin.

O líder russo também disse que a Rússia tem a capacidade de aumentar as suas exportações de gás para a Turquia e, eventualmente, transformar-se num centro de abastecimento de gás para a Europa. “Um dos dois tubos de distribuição do Nord Stream 2 permanece pressurizado e parece estar pronto para voltar a ser usado e a Rússia está preparada para o tornar ativo”, acrescentou.

Em contrapartida, Washington nega veementemente as acusações e alegações de Putin em relação ao envolvimento dos EUA no ocorrido e ainda reiterou que diversos governos europeus já asseguraram que as explosões submarinas que atingiram os dois gasodutos Nord Stream provavelmente foram provocadas por atos sabotagem, desconhecendo os seus autores.