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O Papa Francisco disse estar "disposto" a receber os autores do devastador relatório sobre o abuso sexual de menores cometido por membros da Igreja na França, anunciou o presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF) nesta segunda-feira (13), após encontro com o pontífice.
“O Papa nos disse (...) que queria, em primeiro lugar, nos ouvir e estava totalmente à disposição para receber os membros da Comissão Independente de Abuso Sexual na Igreja (Ciase)”, autores do chamado relatório Sauvé, disse o monsenhor Eric de Moulins, presidente da CEF. "É necessário definir a data adequada", sublinhou o sacerdote durante uma conferência de imprensa realizada em Roma.
Em outubro, a comissão estimou que cerca de 216.000 menores foram vítimas de padres e religiosos na França entre 1950 e 2020, um número que sobe para 330.000 se os funcionários de instituições religiosas forem contados.
Os membros da Ciase seriam recebidos por Francisco no dia 9 de dezembro, mas a reunião foi adiada por motivos de agenda papal.
O abuso de menores é um assunto delicado que desencadeou uma grave crise na Igreja Católica francesa. O Papa recebeu a delegação da Igreja francesa em audiência privada, para falar precisamente sobre o relatório Sauvé.
"Tivemos uma reunião de mais de uma hora, o tom era sério e fraterno", disse de Moulins. "Nos ouviu com muita atenção, agradeceu" o nosso trabalho e "nos instou a seguir o caminho que iniciamos", acrescentou.
O papa argentino, que desde que foi eleito pontífice enfrentou escândalos de pedofilia na Igreja em muitos países, os convidou a "interpretar os acontecimentos do passado de acordo com a hermenêutica".
Esse método gerou polêmica em alguns setores, embora o pontífice tenha especificado que “a hermenêutica mudou, porque hoje conhecemos o sofrimento das vítimas, a magnitude do trauma. E isso, disse o papa, é um ponto importante”, disse o bispo.
A reunião aconteceu uma semana após o pedido de Francisco de serem "cautelosos" ao "interpretar" o relatório francês.
"Quando esses tipos de estudos são realizados, devemos estar atentos à interpretação que fazemos", disse o papa aos repórteres, referindo-se ao contexto em que esses atos foram cometidos. "O abuso de 100 anos atrás, 70 anos atrás, era brutalidade. Mas a forma como era vivida não é a mesma que é hoje", frisou. No início de outubro, o papa expressou "vergonha" pelas revelações chocantes.
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“O Papa nos disse (...) que queria, em primeiro lugar, nos ouvir e estava totalmente à disposição para receber os membros da Comissão Independente de Abuso Sexual na Igreja (Ciase)”, autores do chamado relatório Sauvé, disse o monsenhor Eric de Moulins, presidente da CEF. "É necessário definir a data adequada", sublinhou o sacerdote durante uma conferência de imprensa realizada em Roma.
Em outubro, a comissão estimou que cerca de 216.000 menores foram vítimas de padres e religiosos na França entre 1950 e 2020, um número que sobe para 330.000 se os funcionários de instituições religiosas forem contados.
Os membros da Ciase seriam recebidos por Francisco no dia 9 de dezembro, mas a reunião foi adiada por motivos de agenda papal.
O abuso de menores é um assunto delicado que desencadeou uma grave crise na Igreja Católica francesa. O Papa recebeu a delegação da Igreja francesa em audiência privada, para falar precisamente sobre o relatório Sauvé.
"Tivemos uma reunião de mais de uma hora, o tom era sério e fraterno", disse de Moulins. "Nos ouviu com muita atenção, agradeceu" o nosso trabalho e "nos instou a seguir o caminho que iniciamos", acrescentou.
O papa argentino, que desde que foi eleito pontífice enfrentou escândalos de pedofilia na Igreja em muitos países, os convidou a "interpretar os acontecimentos do passado de acordo com a hermenêutica".
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A reunião aconteceu uma semana após o pedido de Francisco de serem "cautelosos" ao "interpretar" o relatório francês.
"Quando esses tipos de estudos são realizados, devemos estar atentos à interpretação que fazemos", disse o papa aos repórteres, referindo-se ao contexto em que esses atos foram cometidos. "O abuso de 100 anos atrás, 70 anos atrás, era brutalidade. Mas a forma como era vivida não é a mesma que é hoje", frisou. No início de outubro, o papa expressou "vergonha" pelas revelações chocantes.