Brasil, México e Argentina não estão entre os 24 países das Américas que assinaram uma declaração de apoio à Ucrânia e condenação a Moscou lida nesta quinta-feira durante a reunião anual da OEA em Lima.

O documento, aplaudido pelos Estados Unidos, foi apresentado pela Guatemala na sessão plenária da 52ª Assembléia Geral da Organização dos Países Americanos, órgão político máximo do bloco regional. Apesar de ter sido lida durante o fórum, a declaração não constitui uma decisão da Assembleia.

Intitulado "Apoio contínuo para o fim da agressão russa na Ucrânia", o texto declara a "renovada e enérgica condenação à invasão ilegal, injustificada e não provocada da Ucrânia". Além disso, destaca a "preocupação imensa com a indiferença e o desprezo por parte da Federação Russa aos apelos da OEA para a retirada de suas forças militares da Ucrânia dentro das fronteiras reconhecidas internacionalmente".

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, saudou no plenário da OEA a aprovação da declaração: "É crucial que estejamos unidos para condenar os referendos fraudulentos da Rússia como uma violação do direito internacional, e que rejeitemos inequivocamente qualquer tentativa de anexar ilegalmente território ucraniano."

"Esperamos que esses países também apoiem uma resolução sobre o tema esperada na Assembleia Geral da ONU "nas próximas semanas", acrescentou.

A declaração foi assinada por Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Estados Unidos, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, Trinidad e Tobago e Uruguai.

"Reiteramos a urgência de pôr fim a essa invasão e buscar uma saída pacífica. Não podemos tolerar o intolerável e, muito menos, tolerar a guerra que tanto afetou todos nós", disse o chanceler da Guatemala, Mario Búcaro, ao apresentar o documento.

A assembléia anual da OEA começou ontem com um discurso em vídeo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que pediu aos países das Américas que apoiem seu país frente à invasão russa. Em março, a OEA pediu o fim de possíveis crimes de guerra na Ucrânia e no mês seguinte suspendeu a Rússia como observador permanente.