O prefeito da comunidade de San Miguel Totolapan, no violento estado mexicano de Guerrero (sul), e outras 17 pessoas foram assassinadas em um ataque na quarta-feira (5), informou o Ministério Público estadual.

O prefeito Conrado Mendoza, do Partido da Revolução Democrática (PRD, esquerda), estava no palácio municipal quando foi atacado por homens armados a plena luz do dia.

"Até o momento temos a confirmação das mortes de 18 pessoas e dois feridos", declarou a procuradora de Guerrero, Sandra Luz Valdovinos.

Entre as vítimas fatais estão o pai de Mendoza, que também foi prefeito da localidade, policiais e soldados.

"Uma operação teve início para localizar e deter os responsáveis pelo ataque armado", informou em um comunicado a Coordenação para a Construção da Paz, organismo com a presença de autoridades estaduais e federais.

O PRD condenou o "assassinato covarde" do prefeito. "Exigimos justiça, basta de impunidade", afirma a mensagem do partido.

A governadora de Guerrero, Evelyn Salgado, do partido Movimento Regeneração Nacional (Morena, do presidente Andrés Manuel López Obrador), também condenou o ataque e prometeu uma investigação rápida.

"Não haverá impunidade diante da agressão contra o prefeito", afirmou.

De acordo com um balanço da consultoria Etellekt, com a morte de Mendoza o México registra 94 prefeitos assassinados desde o ano 2000.

Os criminosos, segundo a imprensa local, integram o grupo 'Los Tequileros', do estado de Jalisco (oeste), aliados do poderoso cartel Jalisco Nova Geração.

A fachada do palácio municipal de San Miguel Totolapan ficou com dezenas de marcas de tiros.

O grupo 'Los Tequileros' atuou na região há alguns anos, em particular com sequestros para pedidos de resgate, mas sua influência caiu a partir de 2018, após a morte de um de seus líderes em um confronto com a polícia.

Segundo a imprensa, mensagens circularam na comunidade há alguns dias com ameaças de que o grupo retornaria a  San Miguel Totolapan.

Após o ataque, os acessos à localidade, de cerca de 4.300 habitantes foram bloqueadas com caminhões e ônibus.

Há mais de duas décadas, Guerrero, na costa do Pacífico e um dos estados mais pobres do país, é abalado pela violência de grupos rivais que tentam controlar o tráfico de drogas e o cultivo de papoula e maconha.

O México registra mais de 340 mil assassinatos, a maioria atribuídos às organizações criminosas, desde o início de uma polêmica ofensiva militar antidrogas em dezembro de 2006.