(FOLHAPRESS) - A defesa de Tatá Werneck, atualmente no ar como Anely da novela "Terra e Paixão", da Globo, está indignada com a convocação da atriz para depor na CPI das Criptomoedas, aprovada na última quarta-feira (2). O advogado da humorista, Ricardo Brajterman, diz não entender por que motivos Tatá terá que ir a Brasília na condição de investigada.

Assim como o ator Cauã Reymond e o apresentador Marcelo Tas, Tatá precisará explicar sua relação com a Atlas Quantum, pirâmide de criptomoedas de R$ 7 bilhões que usava um falso robô milagroso para atrair investidores prometendo lucro rápido. A empresa deu um golpe financeiro que teria deixado mais de 200 mil vítimas no Brasil e em outros países.

"Causou grande perplexidade essa convocação porque Tatá atuou somente como garota propaganda da Atlas, há longínquos cinco anos, ocasião em que não havia nada que desabonasse aquela empresa", afirmou Brajterman em conversa com a Folha de S.Paulo. O advogado cita órgãos reguladores, como o CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o Ministério Público, que não desabonavam a reputação da empresa até então.

"Ora, se o Banco Central, a CVM, o Ministério Público, a Receita Federal e os demais Órgãos Reguladores permitiam a atividade da Atlas junto ao grande público, como poderia a Tatá, que é somente uma atriz, adivinhar que essa empresa teria alguma atividade ilegal?", pergunta ele, que defende a atriz junto com a também advogada Maíra Fernandes.

Brajterman ressaltou ainda que a atriz não tem mais qualquer vínculo com a Atlas. "É óbvio que se Tatá soubesse que a Atlas viria a se envolver em algum escândalo, lesando seus consumidores, ela jamais aceitaria vincular sua imagem àquela empresa".

A defesa de Tatá destaca também que ela nunca investiu, foi sócia ou teve qualquer participação nos rendimentos da Atlas. "Tatá foi somente uma prestadora de serviços sem qualquer envolvimento com as atividades da empresa", conclui a defesa da atriz.

O pedido da convocação de Tatá Werneck foi feito pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP). No requerimento aprovado pela comissão parlamentar de inquérito, Bilynskyj diz que a imagem de Tatá e Reymond foi usada para dar credibilidade ao projeto.

"Essas campanhas, aparentemente bem-sucedidas, tiveram o poder de influenciar e induzir milhares de pessoas a acreditarem na empresa, que, entretanto, revelou-se ser uma pirâmide financeira", afirmou o deputado.

"Diante da relevância dos fatos e com o objetivo de esclarecer a participação dos mencionados indivíduos na empresa em questão, bem como obter informações sobre suas atividades e eventual envolvimento em práticas irregulares, é imprescindível a presença dos dois nesta CPI", concluiu o documento.