O Governo de Minas divulgou, na manhã desta quarta-feira (19/11), no Palácio da Liberdade, a programação completa da Virada da Liberdade 2026, que este ano presta homenagem a Lô Borges, ícone do Clube da Esquina, falecido neste mês aos 73 anos. A celebração inclui shows na Praça da Liberdade com Lagum, Biquini, Aline Calixto e Juarez Moreira, além da abertura com o grupo infantil Pé de Sonho, um espetáculo de drones com transmissão nacional e uma Virada Eletrônica que ocupa o Espaço Arbos, anexo ao Museu de Artes e Ofícios, na Praça da Estação.

A secretária de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Bárbara Botega, apresentou os detalhes ao lado de representantes de instituições como Fundação Clóvis Salgado, Copasa e CDL-BH, e destacou que esta edição consolida o evento como um dos marcos culturais da capital.

“O tema da virada é ‘Fé no Amanhã’. Fé na paz, no diálogo e no futuro que queremos construir. Celebramos as conquistas do ano enquanto olhamos para o que vem pela frente”, disse.

Bárbara situa que o palco principal será montado em frente ao Palácio da Liberdade, voltado para a praça. A proposta é fortalecer a ocupação cultural do entorno e garantir boa visibilidade para o público.

A programação começa às 18h, com o Pé de Sonho, “para que famílias e crianças também participem dessa festa da cidade”, explica a secretária. Em seguida, sobe ao palco o violonista Juarez Moreira, em uma celebração da crescente cena instrumental de Belo Horizonte. Depois, a noite ganha ritmo de samba com Aline Calixto, que abre caminho para o pop belo-horizontino do Lagum, banda que despontou nacionalmente nos últimos anos.

No momento da virada, a Praça da Liberdade será tomada pelo espetáculo de drones – “especial, diferente, com fogos saindo dos próprios drones”, detalha a secretária – acompanhado da tradicional queima silenciosa de fogos atrás do Palácio da Liberdade, sem estampidos para preservar o bem-estar de crianças, idosos e animais. O encerramento do palco principal fica a cargo do Biquini, cujo vocalista, Bruno Gouveia, mineiro de nascimento, retorna às raízes para fechar a festa com pop rock.

A noite segue no Espaço Arbos, que recebe, com patrocínio da Cemig, a Virada Eletrônica, com DJs e programação contínua até as 6h da manhã.

Homenagem a Lô Borges e celebração à cidade
Sobre o tributo ao músico, que seria uma das atrações desta edição, Bárbara Botega comenta que a homenagem está sendo desenhada “com muito cuidado, em parceria com a família e amigos do artista”. Mas ela preferiu não revelar detalhes.

Para artistas como Pedro Calais, vocalista do Lagum, o tributo tem peso simbólico. “Conheci o Lô pessoalmente há pouco tempo, mas é como se fosse há muito mais, porque sempre bebemos da fonte dele”, afiança.

A ocasião, acrescenta, é também oportuna para celebrar a cidade. “Somos uma banda de Minas, que se formou em Brumadinho, mas que fez seu primeiro show em BH, há alguns quarteirões daqui”, descreve, acrescentando que, para eles, é uma satisfação apresentar um show para a cidade – “que consideramos um lugar de raiz” – em um evento aberto. Para o evento, o grupo planeja uma apresentação que repasse o repertório construído ao longo de toda sua trajetória. “Temos cinco discos lançados em 11 anos de carreira. E alguns sucessos precisam entrar, como ‘Deixa’ e ‘Ninguém Me Ensino’”, cita.

O guitarrista Zani lembra que a relação da banda com Belo Horizonte e com a própria Praça da Liberdade é explícita – aparecendo inclusive no último álbum do grupo, “As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo”, cuja foto de encarte foi feita no edifício Niemeyer, cartão-postal da capital, localizado justamente na Praça da Liberade, palco do show do grupo na Virada. 

Também integrante da programação, o violonista Weber Lopes, do Pé de Sonho, celebra o convite e a chance de abrir a festa. “O Réveillon costuma ter um apelo mais adulto. Acho um acerto trazer um número que acolhe também as famílias. O Pé de Sonho dialoga com as crianças sem infantilizá-las, e com pais e avós também”, comemora.

Impacto econômico e permanência na capital
A secretária Bárbara Botega destaca ainda que a Virada da Liberdade integra a estratégia do Estado de fortalecer a economia criativa, sublinhando a relevância de eventos de grande porte para setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio. “A ideia é que as pessoas escolham ficar em Belo Horizonte, com uma programação de qualidade, acessível e diversa. Isso aquece a economia local e atrai turistas que buscam autenticidade”, afirma.

Para Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL-BH, os efeitos são perceptíveis. “A Virada tem promovido uma movimentação diferenciada. As pessoas compram roupas, movimentam bares e restaurantes e permanecem na cidade. Isso gera impacto direto no comércio”, pontua.