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Para além disso, Suape foi fortemente impactado pela crise econômica e a investigação de corrupção dentro da Petrobras, que paralisou investimentos. O resultado foi o fechamento de indústrias, a desistência de projetos iniciados, o freio de novos investimentos, a suspensão da atividade dos estaleiros, a venda da Refinaria Abreu e Lima e a paralisação das obras da Snox e agora a devolução do terminal de açúcar da Agrovia, em função do pedido de recuperação judicial da Odebrecht. Ciente de que não ‘atracou’ em Suape no período de euforia em que as empresas disputavam espaço para se instalar, Cerquinho demonstra animação de quem compra a boa briga de fazer do “limão uma limonada” – como ele gosta de dizer –, de reverter os desafios em oportunidades.
Um dos caminhos perseguido pelo executivo (de personalidade inquieta) é buscar um parceiro privado para Suape, junto com a mudança do arcabouço regulatório para fazer frente à velocidade decisória de Pecém. A discussão não é mais sobre retomar a autonomia perdida com a nova Lei dos Portos lá de 2013, da qual se lamentou durante muito tempo. Na avaliação dele, essa solução é insuficiente diante do ritmo dos concorrentes. “O governo federal está privatizando alguns portos, mas para Suape não faz sentido privatizar. O que queremos é fazer uma concessão geral do porto a um parceiro privado, mas com regras sem perder o controle de alguns processos importantes. Estamos discutindo isso com o governo federal e a expectativa é que leve entre 2 e 2 anos e meio”, calcula.
INDÚSTRIA
Com sua estratégia alicerçada na dobradinha porto-indústria, o presidente de Suape explica porque a licitação do segundo terminal de contêineres chega a ser quase uma obsessão para a diretoria. Cerquinho observa que apesar de os granéis líquidos (óleos e combustíveis) representarem 76% da movimentação do porto, o Tecon é o principal ativo do ponto de vista estratégico porque é ele que faz a integração com as indústrias, que permite a atração de novas empresas, que ajuda a diversificar o parque fabril em torno do complexo. Pelos cálculos de Suape, de tudo o que é movimentado pelo Tecon, pelo menos 35% é originário das próprias empresas de Suape.
“A licitação do Tecon 2 já está autorizada (pelo governo federal) só não vamos fazer agora por três motivos. O primeiro é porque estamos fazendo um reequilíbrio do contrato e das tarifas do Tecon 1 e não faz sentido lançar as regras para o dois se não temos a do que já existe. O segundo é a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que afeta o mercado de navegação e não seria um bom momento para buscar investidores nessa área nesse momento. E o terceiro é o que o governo vai trazer sobre a BR do Mar. Ela é dúbia para o Estado porque, ao mesmo tempo que atrapalha os estaleiros (permitindo a importação de navios de cabotagem) ela vai expandir a navegação de cabotagem e isso é excelente para Suape”, elenca Cerquinho.
A Transnordestina também está no rol de assuntos prioritários para o porto. Cerquinho acredita que a diretoria conseguiu desatar pelo menos o nó da ameaça de que o trecho da ferrovia até Suape fosse preterido no projeto da CSN. “A questão era que, mais uma vez, o arcabouço legal de Pecém permitia decisões mais rápidas. Mas conversamos com o governo federal para para tirar a Ilha de Cocaia da área do porto organizado e transformar em um terminal de uso privado. Com isso, concluir a obra no sentido Suape ficaria R$ 870 milhões mais barata e a CSN acabou retomando a construção nas três frentes (PE, CE, PI). Mas a situação ainda é muito complexa, porque existe o risco de caducidade do contrato e a necessidade de atrair um investidos diante dessa insegurança jurídica. O importante é que os Estados estão cooperativos e torcendo pela continuidade da obra”, defende.
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Complexo industrial portuário quer ganhar liberdade e agilidade nas decisões
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Para além disso, Suape foi fortemente impactado pela crise econômica e a investigação de corrupção dentro da Petrobras, que paralisou investimentos. O resultado foi o fechamento de indústrias, a desistência de projetos iniciados, o freio de novos investimentos, a suspensão da atividade dos estaleiros, a venda da Refinaria Abreu e Lima e a paralisação das obras da Snox e agora a devolução do terminal de açúcar da Agrovia, em função do pedido de recuperação judicial da Odebrecht. Ciente de que não ‘atracou’ em Suape no período de euforia em que as empresas disputavam espaço para se instalar, Cerquinho demonstra animação de quem compra a boa briga de fazer do “limão uma limonada” – como ele gosta de dizer –, de reverter os desafios em oportunidades.
Um dos caminhos perseguido pelo executivo (de personalidade inquieta) é buscar um parceiro privado para Suape, junto com a mudança do arcabouço regulatório para fazer frente à velocidade decisória de Pecém. A discussão não é mais sobre retomar a autonomia perdida com a nova Lei dos Portos lá de 2013, da qual se lamentou durante muito tempo. Na avaliação dele, essa solução é insuficiente diante do ritmo dos concorrentes. “O governo federal está privatizando alguns portos, mas para Suape não faz sentido privatizar. O que queremos é fazer uma concessão geral do porto a um parceiro privado, mas com regras sem perder o controle de alguns processos importantes. Estamos discutindo isso com o governo federal e a expectativa é que leve entre 2 e 2 anos e meio”, calcula.
INDÚSTRIA
Com sua estratégia alicerçada na dobradinha porto-indústria, o presidente de Suape explica porque a licitação do segundo terminal de contêineres chega a ser quase uma obsessão para a diretoria. Cerquinho observa que apesar de os granéis líquidos (óleos e combustíveis) representarem 76% da movimentação do porto, o Tecon é o principal ativo do ponto de vista estratégico porque é ele que faz a integração com as indústrias, que permite a atração de novas empresas, que ajuda a diversificar o parque fabril em torno do complexo. Pelos cálculos de Suape, de tudo o que é movimentado pelo Tecon, pelo menos 35% é originário das próprias empresas de Suape.
“A licitação do Tecon 2 já está autorizada (pelo governo federal) só não vamos fazer agora por três motivos. O primeiro é porque estamos fazendo um reequilíbrio do contrato e das tarifas do Tecon 1 e não faz sentido lançar as regras para o dois se não temos a do que já existe. O segundo é a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que afeta o mercado de navegação e não seria um bom momento para buscar investidores nessa área nesse momento. E o terceiro é o que o governo vai trazer sobre a BR do Mar. Ela é dúbia para o Estado porque, ao mesmo tempo que atrapalha os estaleiros (permitindo a importação de navios de cabotagem) ela vai expandir a navegação de cabotagem e isso é excelente para Suape”, elenca Cerquinho.
A Transnordestina também está no rol de assuntos prioritários para o porto. Cerquinho acredita que a diretoria conseguiu desatar pelo menos o nó da ameaça de que o trecho da ferrovia até Suape fosse preterido no projeto da CSN. “A questão era que, mais uma vez, o arcabouço legal de Pecém permitia decisões mais rápidas. Mas conversamos com o governo federal para para tirar a Ilha de Cocaia da área do porto organizado e transformar em um terminal de uso privado. Com isso, concluir a obra no sentido Suape ficaria R$ 870 milhões mais barata e a CSN acabou retomando a construção nas três frentes (PE, CE, PI). Mas a situação ainda é muito complexa, porque existe o risco de caducidade do contrato e a necessidade de atrair um investidos diante dessa insegurança jurídica. O importante é que os Estados estão cooperativos e torcendo pela continuidade da obra”, defende.