A produção de algodão no Norte de Minas está prestes a alcançar um novo patamar. Com a inauguração do centro de processamento do município de Catuti, prevista para abril, o volume do material produzido na região irá crescer pelo menos cinco vezes.

A ação é de responsabilidade da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), dentro do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas).

Na prática, a produção saltará dos atuais 1.280 quilos por turno para 6.400 quilos por turno, podendo chegar a 15 toneladas de algodão em caroço por dia, segundo estimativas da Cooperativa dos Produtores Rurais de Catuti (Coopercat). 

“Vamos ter ainda uma unidade de esmagamento para produção de óleo vegetal e alimentação animal, além do deslintamento de sementes de algodão para o plantio”, explica o assessor técnico da entidade, José Tibúrcio Filho.

Valor agregado

Com o avanço proporcionado pela inauguração do centro, o algodão produzido no Norte de Minas passará a ter maior valor agregado. Quem afirma é o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seapa, Carlos Bovo. Ele explica que o algodão semi-processado já é comercializado, mas a ideia é criar padronização, ampliar a qualidade e trabalhar subprodutos que servirão como fonte de renda complementar aos produtores.

“Queremos ampliar e acelerar o processo de agricultores familiares aderindo ao programa. Hoje são mais de cem famílias e vários municípios que perderam a cultura do algodão e estão retomando esse processo”, detalha.

Certificação

Com a possibilidade de certificação das propriedades por meio do programa Certifica Minas, o produto tende a ganhar ainda mais valor de mercado. “Vislumbramos as grandes confecções do Brasil. Queremos fazer parcerias com as grandes lojas de departamento”, destaca Bovo.

De 2018 para 2019, a área colhida de algodão em Minas saltou de 22,3 mil para 42,2 mil hectares. Um crescimento de praticamente 90%. Da mesma forma, a produção contabilizada no estado saltou de 92,6 mil para 169 mil toneladas. Uma expansão de mais de 80% no mesmo período.