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Na próxima visita do primeiro-ministro indiano, Modi, ao Brasil e à décima primeira cúpula do BRICS no final deste ano, a Índia faria bem em ter em mente o posicionamento estratégico brasileiro e as prioridades para uma discussão frutífera.
As esperanças de uma recuperação na economia brasileira depois que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito para o cargo em janeiro deste ano foram frustradas, já que o crescimento econômico continua a ser muito lento. As prioridades de Bolsonaro quando ele chegou ao poder eram claras, assim como suas ligações estreitas com os Estados Unidos. Ele prometeu reformas econômicas liberais, incluindo reformas previdenciárias; ele era contra organizações ambientais (em apoio ao grupo de agronegócios do congresso conhecido como ruralistas); contra a corrupção e o crime e buscou reformas educacionais para remover qualquer doutrinação “ideológica” (marxista).
Muitas das decisões que ele tomou logo após assumir o cargo, como a transferência do controle sobre as terras de reserva indígenas para o Ministério da Agricultura e o afrouxamento dos regulamentos sobre posse de armas, aumentaram as preocupações civis. Seus esforços para a militarização de escolas, onde a gestão é compartilhada entre professores e policiais ostensivamente para melhorar a educação, removendo a influência dos traficantes de drogas e trazendo disciplina, também tem sido controversa.
Embora tenha vencido as eleições presidenciais com uma maioria de extrema-direita, Bolsonaro teve uma boa parcela de críticas. Bolsonaro foi acusado de ser um “perigoso líder de torcida da ditadura”, um misógino homofóbico e racista, mesmo enquanto fazia campanha antes das eleições.
Analistas concordam que seu repentino aumento na política brasileira foi resultado de vários fatores, sendo mais proeminente entre eles a recessão econômica predominante, as acusações de corrupção escandalosas contra muitos líderes proeminentes, o aumento do crime e da violência que levaram a um moralmente fatigado brasileiro.
População e uma onda populista de apoio a um homem de família honesto que estava oferecendo uma solução conservadora, direitista e livre de corrupção para os muitos problemas do Brasil. O fato de o poderoso lobby do agronegócio tê-lo apoiado descaradamente certamente ajudou em seu caso.
Por mais populares ou impopulares que sejam suas escolhas domésticas, os compromissos internacionais de Bolsonaro têm atraído muita atenção. Embora não seja surpreendente, seu apoio ao Chile e à Colômbia, juntamente com outros quatro presidentes de direita na América do Sul, para a criação do novo Fórum Regional para o Progresso da América do Sul (PROSUL) para substituir a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) criou governos sul-americanos de ‘esquerda’ estão sendo observados com muito interesse.
Expandir o alcance econômico e político do país para além do cone sul é do interesse do Brasil, mais para neutralizar as pressões internas do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e as extravagâncias de seus vizinhos imediatos e menores dentro deste bloco regional. Bolsonaro entende que o sucesso de fóruns como o BRICS e o IBAS no passado foi o que permitiu que o Brasil mantivesse suas opções em aberto e evitasse se enredar nos problemas de suas instituições regionais vinculantes.
A incerteza inicial quanto à continuação do bloco MERCOSUL sob Bolsonaro foi logo resolvida quando ele defendeu um MERCOSUL mais enxuto, com foco estritamente em questões econômicas, e anunciou recentemente a assinatura iminente de um tratado de livre comércio com a União Européia e da introdução de um acordo. nova moeda durante sua viagem à Argentina no início de junho. Isso parece ser uma indicação de mudanças nas prioridades de Bolsonaro, que aparentemente não se preocuparam em manter vivo o MERCOSUL.
A incerteza inicial quanto à continuação do bloco MERCOSUL sob Bolsonaro foi logo resolvida quando ele defendeu um MERCOSUL mais enxuto, com foco estritamente em questões econômicas, e anunciou recentemente a assinatura iminente de um tratado de livre comércio com a União Européia e da introdução de um acordo. nova moeda durante sua viagem à Argentina no início de junho. Isso parece ser uma indicação de mudanças nas prioridades de Bolsonaro, que aparentemente não se preocuparam em manter vivo o MERCOSUL.
A incerteza inicial quanto à continuação do bloco MERCOSUL sob Bolsonaro foi logo resolvida quando ele defendeu um MERCOSUL mais enxuto, com foco estritamente em questões econômicas, e anunciou recentemente a assinatura iminente de um tratado de livre comércio com a União Européia e da introdução de um acordo. nova moeda durante sua viagem à Argentina no início de junho. Isso parece ser uma indicação de mudanças nas prioridades de Bolsonaro, que aparentemente não se preocuparam em manter vivo o MERCOSUL.
Houve outras indicações também. Ele se recusou a sediar a próxima reunião sobre mudança climática (Conferência das Partes 25), programada para estar no Brasil em 2019 e agora será realizada em Santiago, Chile. Durante sua campanha, ele indicou que o Brasil também se retiraria do Acordo Climático de Paris. No entanto, ele logo recuou e anunciou que o Brasil iria aderir ao Acordo.
Um dos principais dilemas de Bolsonaro é a China. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, juntamente com os EUA. Bolsonaro também é chamado de “Trunfo dos Trópicos”, um apelido que indica claramente suas inclinações ideológicas. Bolsonaro usou palavras fortes para descrever a China como um predador durante sua campanha eleitoral em 2018, mas sabe bem que o Brasil não pode ser “feito grande novamente” sem a China.
Durante a visita do vice-presidente brasileiro Hamilton Mourao na última semana de maio a Pequim, ele afirmou que a China era um parceiro “confiável e estável” para o Brasil e apoiava a Iniciativa do Cinturão e Estrada da China. O Brasil também está buscando expandir seus laços com a China por meio de outros fóruns como o BRICS, a OMC e o G20.
Com o Brasil assumindo a presidência do BRICS em 2019, uma decisão em relação à sua importância estratégica e econômica é crítica. A hostilidade aberta do Brasil contra o governo de Maduro na Venezuela vai contra o apoio dado pela Rússia e pela China, dois membros do BRICS.
Historicamente, o Brasil se vê como um poder de equilíbrio em um mundo multipolar e usou esses agrupamentos para desempenhar efetivamente esse papel na arena internacional. Esta não é simplesmente uma postura ideológica, mas prática, o que significa que não será fácil para Bolsonaro ir contra esses princípios do passado.
Bolsonaro parece cheio de contradições – também conhecido como “populista impopular”. No entanto, mais do que qualquer outra coisa, suas prioridades aparentemente mutáveis apenas sublinham que ele precisa ser um pragmático para cumprir sua paixão de levar o Brasil ao rumo do desenvolvimento. É isso que as prioridades de Bolsonaro eram e, pode-se argumentar, permanecem assim.
Seus métodos e suas declarações de “Trump-esque” podem ser questionadas e criticadas, mas Bolsonaro tem que ser prático para alcançar o crescimento econômico que ele deseja para seu país, seja através dos EUA, China ou fóruns internacionais. Na próxima visita do primeiro-ministro indiano, Modi, ao Brasil e à décima primeira cúpula do BRICS no final deste ano, a Índia faria bem em ter em mente o posicionamento estratégico brasileiro e as prioridades para uma discussão frutífera.
Fonte:opetroleo.com.br
O autor é presidente e professor associado do Centro de Estudos Canadenses, Americanos e Latino-Americanos. As opiniões expressas são pessoais.
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As esperanças de uma recuperação na economia brasileira depois que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito para o cargo em janeiro deste ano foram frustradas, já que o crescimento econômico continua a ser muito lento. As prioridades de Bolsonaro quando ele chegou ao poder eram claras, assim como suas ligações estreitas com os Estados Unidos. Ele prometeu reformas econômicas liberais, incluindo reformas previdenciárias; ele era contra organizações ambientais (em apoio ao grupo de agronegócios do congresso conhecido como ruralistas); contra a corrupção e o crime e buscou reformas educacionais para remover qualquer doutrinação “ideológica” (marxista).
Muitas das decisões que ele tomou logo após assumir o cargo, como a transferência do controle sobre as terras de reserva indígenas para o Ministério da Agricultura e o afrouxamento dos regulamentos sobre posse de armas, aumentaram as preocupações civis. Seus esforços para a militarização de escolas, onde a gestão é compartilhada entre professores e policiais ostensivamente para melhorar a educação, removendo a influência dos traficantes de drogas e trazendo disciplina, também tem sido controversa.
Embora tenha vencido as eleições presidenciais com uma maioria de extrema-direita, Bolsonaro teve uma boa parcela de críticas. Bolsonaro foi acusado de ser um “perigoso líder de torcida da ditadura”, um misógino homofóbico e racista, mesmo enquanto fazia campanha antes das eleições.
Analistas concordam que seu repentino aumento na política brasileira foi resultado de vários fatores, sendo mais proeminente entre eles a recessão econômica predominante, as acusações de corrupção escandalosas contra muitos líderes proeminentes, o aumento do crime e da violência que levaram a um moralmente fatigado brasileiro.
População e uma onda populista de apoio a um homem de família honesto que estava oferecendo uma solução conservadora, direitista e livre de corrupção para os muitos problemas do Brasil. O fato de o poderoso lobby do agronegócio tê-lo apoiado descaradamente certamente ajudou em seu caso.
Por mais populares ou impopulares que sejam suas escolhas domésticas, os compromissos internacionais de Bolsonaro têm atraído muita atenção. Embora não seja surpreendente, seu apoio ao Chile e à Colômbia, juntamente com outros quatro presidentes de direita na América do Sul, para a criação do novo Fórum Regional para o Progresso da América do Sul (PROSUL) para substituir a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) criou governos sul-americanos de ‘esquerda’ estão sendo observados com muito interesse.
Expandir o alcance econômico e político do país para além do cone sul é do interesse do Brasil, mais para neutralizar as pressões internas do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e as extravagâncias de seus vizinhos imediatos e menores dentro deste bloco regional. Bolsonaro entende que o sucesso de fóruns como o BRICS e o IBAS no passado foi o que permitiu que o Brasil mantivesse suas opções em aberto e evitasse se enredar nos problemas de suas instituições regionais vinculantes.
A incerteza inicial quanto à continuação do bloco MERCOSUL sob Bolsonaro foi logo resolvida quando ele defendeu um MERCOSUL mais enxuto, com foco estritamente em questões econômicas, e anunciou recentemente a assinatura iminente de um tratado de livre comércio com a União Européia e da introdução de um acordo. nova moeda durante sua viagem à Argentina no início de junho. Isso parece ser uma indicação de mudanças nas prioridades de Bolsonaro, que aparentemente não se preocuparam em manter vivo o MERCOSUL.
A incerteza inicial quanto à continuação do bloco MERCOSUL sob Bolsonaro foi logo resolvida quando ele defendeu um MERCOSUL mais enxuto, com foco estritamente em questões econômicas, e anunciou recentemente a assinatura iminente de um tratado de livre comércio com a União Européia e da introdução de um acordo. nova moeda durante sua viagem à Argentina no início de junho. Isso parece ser uma indicação de mudanças nas prioridades de Bolsonaro, que aparentemente não se preocuparam em manter vivo o MERCOSUL.
A incerteza inicial quanto à continuação do bloco MERCOSUL sob Bolsonaro foi logo resolvida quando ele defendeu um MERCOSUL mais enxuto, com foco estritamente em questões econômicas, e anunciou recentemente a assinatura iminente de um tratado de livre comércio com a União Européia e da introdução de um acordo. nova moeda durante sua viagem à Argentina no início de junho. Isso parece ser uma indicação de mudanças nas prioridades de Bolsonaro, que aparentemente não se preocuparam em manter vivo o MERCOSUL.
Houve outras indicações também. Ele se recusou a sediar a próxima reunião sobre mudança climática (Conferência das Partes 25), programada para estar no Brasil em 2019 e agora será realizada em Santiago, Chile. Durante sua campanha, ele indicou que o Brasil também se retiraria do Acordo Climático de Paris. No entanto, ele logo recuou e anunciou que o Brasil iria aderir ao Acordo.
Um dos principais dilemas de Bolsonaro é a China. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, juntamente com os EUA. Bolsonaro também é chamado de “Trunfo dos Trópicos”, um apelido que indica claramente suas inclinações ideológicas. Bolsonaro usou palavras fortes para descrever a China como um predador durante sua campanha eleitoral em 2018, mas sabe bem que o Brasil não pode ser “feito grande novamente” sem a China.
Durante a visita do vice-presidente brasileiro Hamilton Mourao na última semana de maio a Pequim, ele afirmou que a China era um parceiro “confiável e estável” para o Brasil e apoiava a Iniciativa do Cinturão e Estrada da China. O Brasil também está buscando expandir seus laços com a China por meio de outros fóruns como o BRICS, a OMC e o G20.
Com o Brasil assumindo a presidência do BRICS em 2019, uma decisão em relação à sua importância estratégica e econômica é crítica. A hostilidade aberta do Brasil contra o governo de Maduro na Venezuela vai contra o apoio dado pela Rússia e pela China, dois membros do BRICS.
Historicamente, o Brasil se vê como um poder de equilíbrio em um mundo multipolar e usou esses agrupamentos para desempenhar efetivamente esse papel na arena internacional. Esta não é simplesmente uma postura ideológica, mas prática, o que significa que não será fácil para Bolsonaro ir contra esses princípios do passado.
Bolsonaro parece cheio de contradições – também conhecido como “populista impopular”. No entanto, mais do que qualquer outra coisa, suas prioridades aparentemente mutáveis apenas sublinham que ele precisa ser um pragmático para cumprir sua paixão de levar o Brasil ao rumo do desenvolvimento. É isso que as prioridades de Bolsonaro eram e, pode-se argumentar, permanecem assim.
Seus métodos e suas declarações de “Trump-esque” podem ser questionadas e criticadas, mas Bolsonaro tem que ser prático para alcançar o crescimento econômico que ele deseja para seu país, seja através dos EUA, China ou fóruns internacionais. Na próxima visita do primeiro-ministro indiano, Modi, ao Brasil e à décima primeira cúpula do BRICS no final deste ano, a Índia faria bem em ter em mente o posicionamento estratégico brasileiro e as prioridades para uma discussão frutífera.
Fonte:opetroleo.com.br
O autor é presidente e professor associado do Centro de Estudos Canadenses, Americanos e Latino-Americanos. As opiniões expressas são pessoais.