O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse considerar "perto do impossível” a proposta do presidente eleito da Argentina, o ultradireitista Javier Milei, de extinguir o Banco Central argentino e adotar a dolarização.

"Eu não consigo ver como eliminar todas essas funções [regulação, supervisão e conduta]. A acho bem perto do impossível”, disse Campos Neto durante  evento da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, realizado em Brasília, de acordo com a Folha de São Paulo. 

"O mais importante não é acabar com o Banco Central, e sim ter um Banco Central que funcione. Não conheço o plano na Argentina”,  ressaltou mais à frente.

"Em relação ao plano de acabar com o Banco Central [na Argentina], a gente precisa entender melhor o que significa isso", destacou Campos Neto. Ainda segundo ele, mesmo com a dolarização, o Banco Central desempenha um papel crucial na estabilidade monetária e financeira. 

“É óbvio que se tem dolarização, tem uma função do Banco Central que deixa de existir. Mas o Banco Central tem mandato de estabilidade monetária e estabilidade financeira. Isso significa que o Banco Central faz funções de conduta, de supervisão e de regulação do sistema financeiro, que alguém tem que fazer. Não existe sistema financeiro sem ter supervisão, regulação e conduta", disse.