TRANSIÇÃO

O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, integrante do grupo de economia da transição de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que há espaço para o governo gastar até R$ 136 bilhões a mais em 2023 sem gerar uma expansão fiscal.

Na avaliação de Barbosa, que foi ministro no governo Dilma Rousseff, o projeto do Orçamento de 2023 enviado ao Congresso pelo governo Jair Bolsonaro aponta um valor "significativamente inferior" ao de 2022 para despesas.

Segundo o ex-ministro, neste ano o governo deve gastar em torno de 19% do PIB para despesas. O Projeto de Lei Orçamentária
"Significa que, caso você adicionar até R$ 136 bilhões em gastos no orçamento do ano que vem, em termos do tamanho da economia, não será expansão fiscal. O gasto sera igual ao efetivamente feito no ultimo ano do governo Bolsonaro", disse Barbosa no CCBB, onde ocorrem os trabalhos da transição.


A declaração de Barbosa acontece em meio às discussões em torno da PEC da Transição, que retira do teto de gastos as despesas com o Auxílio Brasil em R$ 600, além do acréscimo de R$ 150 no benefício por cada filho de até 6 anos de idade. O texto também pode abrir espaço para investimentos, além de outras despesas com programas já existentes.

No CCBB, Nelson Barbosa ainda foi questionado por jornalistas sobre a reforma do Imposto de Renda, uma promessa de campanha de Lula, que defendeu a isenção do IR para quem tem renda de até R$ 5 mil mensais.

Barbosa avalia que a proposta ainda não está madura para ser levada à votação no Congresso Nacional. O cenário tudo por ele como mais provável é que ela seja discutida e aprovada ao longo de 2023, para possível implementação em 2024.