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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, responsável pela coordenação do Conselho da Amazônia, afirmou nessa quarta-feira (24) que o Brasil vai responder "com a verdade e com trabalho" a carta de investidores contra o desmatamento na Floresta Amazônica. O Itamaraty confirma que o documento foi recebido por embaixadas brasileiras e diz o tema é analisado pelo governo.
Em nota, o Itamaraty confirmou que a carta foi recebida por "algumas embaixadas brasileiras". "No momento, o ministério está examinando o tema, em coordenação com os demais órgãos responsáveis pelas políticas ambientais no Brasil", respondeu o Ministério de Relações Exteriores após ser questionado pela reportagem.
Na terça-feira, um grupo formado por quase 30 instituições financeiras em todo o mundo divulgou uma carta na qual exige que o governo brasileiro freie o crescente desmatamento no País. A informação foi noticiada pelo Financial Times.
Para o grupo, a continuidade da prática criou "uma incerteza generalizada sobre as condições para investir ou fornecer serviços financeiros ao Brasil". "É provável que os títulos soberanos brasileiros sejam considerados de alto risco se o desmatamento continuar", escreveu o grupo no documento.
No Ministério da Economia, a pauta do desmatamento é tratada com um assunto delicado. Há preocupação de não gerar mais "ruído" sobre o aumento do desmatamento e as ações do governo. O Ministério da Economia informou que "defende a busca pela adoção de melhores práticas regulatórias e combate a práticas econômicas ilegais". Segundo a pasta, "tais compromissos constam, inclusive, de nossos compromissos e prioridades na área econômica internacional, como a acessão à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a negociação de acordos comerciais".
Ainda na terça, o assunto foi comentado pelos presidentes dos bancos Bradesco e Itaú. A questão ambiental é, na opinião do presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, o principal "perigo" que ameaça o Brasil. "No momento em que a sociedade se percebe frágil, a gente deve olhar para outros perigos. As consequências ambientais podem até vir de uma maneira mais lenta do que as da saúde como a covid-19, mas são mais duradouras e difíceis de reverter", declarou.
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, destacou que "todo mundo falava de sustentabilidade, de problema com o planeta, de aquecimento global, reflorestamento, derrubada, de qualidade do ar, da água, todo mundo falava sobre isso, mas de fato nós temos de reconhecer que fizemos muito pouco em relação a isso".
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que investidores internacionais não estariam devidamente informados sobre as ações do Brasil para o desenvolvimento de atividades ambientalmente sustentáveis e que o País "tem um grande potencial em negócios sustentáveis".
Aumento
Os sinais de alerta do setor econômico nacional e de organismos estrangeiros reflete a situação da Amazônia. Neste ano, o número de áreas desmatadas tem superado o volume de 2019, como atestam os dados do próprio governo. Essa preocupação ganha ainda mais força a partir deste mês, com o período de seca na Amazônia e o avanço das queimadas.
De acordo com dados do site Terrabrasilis, de 1º de agosto do ano passado até 11 de junho deste ano, foram feitos alertas para a derrubada de 6.870 km² de floresta. Entre 1.º de agosto de 2018 a 31 de julho de 2019, foram 6.844 km².
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Em nota, o Itamaraty confirmou que a carta foi recebida por "algumas embaixadas brasileiras". "No momento, o ministério está examinando o tema, em coordenação com os demais órgãos responsáveis pelas políticas ambientais no Brasil", respondeu o Ministério de Relações Exteriores após ser questionado pela reportagem.
Na terça-feira, um grupo formado por quase 30 instituições financeiras em todo o mundo divulgou uma carta na qual exige que o governo brasileiro freie o crescente desmatamento no País. A informação foi noticiada pelo Financial Times.
Para o grupo, a continuidade da prática criou "uma incerteza generalizada sobre as condições para investir ou fornecer serviços financeiros ao Brasil". "É provável que os títulos soberanos brasileiros sejam considerados de alto risco se o desmatamento continuar", escreveu o grupo no documento.
No Ministério da Economia, a pauta do desmatamento é tratada com um assunto delicado. Há preocupação de não gerar mais "ruído" sobre o aumento do desmatamento e as ações do governo. O Ministério da Economia informou que "defende a busca pela adoção de melhores práticas regulatórias e combate a práticas econômicas ilegais". Segundo a pasta, "tais compromissos constam, inclusive, de nossos compromissos e prioridades na área econômica internacional, como a acessão à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a negociação de acordos comerciais".
Ainda na terça, o assunto foi comentado pelos presidentes dos bancos Bradesco e Itaú. A questão ambiental é, na opinião do presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, o principal "perigo" que ameaça o Brasil. "No momento em que a sociedade se percebe frágil, a gente deve olhar para outros perigos. As consequências ambientais podem até vir de uma maneira mais lenta do que as da saúde como a covid-19, mas são mais duradouras e difíceis de reverter", declarou.
O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, destacou que "todo mundo falava de sustentabilidade, de problema com o planeta, de aquecimento global, reflorestamento, derrubada, de qualidade do ar, da água, todo mundo falava sobre isso, mas de fato nós temos de reconhecer que fizemos muito pouco em relação a isso".
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que investidores internacionais não estariam devidamente informados sobre as ações do Brasil para o desenvolvimento de atividades ambientalmente sustentáveis e que o País "tem um grande potencial em negócios sustentáveis".
Aumento
Os sinais de alerta do setor econômico nacional e de organismos estrangeiros reflete a situação da Amazônia. Neste ano, o número de áreas desmatadas tem superado o volume de 2019, como atestam os dados do próprio governo. Essa preocupação ganha ainda mais força a partir deste mês, com o período de seca na Amazônia e o avanço das queimadas.
De acordo com dados do site Terrabrasilis, de 1º de agosto do ano passado até 11 de junho deste ano, foram feitos alertas para a derrubada de 6.870 km² de floresta. Entre 1.º de agosto de 2018 a 31 de julho de 2019, foram 6.844 km².