O empresário e ex-presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi demitido da empresa nesta sexta-feira (20). A ordem de demissão por justa causa partiu do pai de Marcelo, Emílio Odebrecht. O presidente da empresa, Ruy Sampaio, anunciou a demissão em comunicado interno. 


Desde que foi preso, em 2015, Marcelo foi afastado, mas continuou recebendo salário de R$ 115 mil e era contratado no regime CLT. Agora, Marcelo perde serviços pagos pela empresa, como motorista e segurança, mas mantém a participação de 2,79% na Odebrecht. 

Em comunicado, a Odebrecht afirmou que foi constatado que o executivo estava apontando publicamente irregularidades praticadas pela empresa, o que caracterizaria mau procedimento “ante a inequívoca quebra da confiança necessária à relação de emprego, além de atos que lesam à honra e a boa fama da Odebrecht S.A e de superiores hierárquicos”.
 
A demissão ocorreu depois de Marcelo entrar em conflitos com a família. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o executivo enviou nas últimas semanas e-mails para familiares e diretores da Odebrecht afirmando irregularidades. Nos textos, ele se queixa de assuntos que já vinha comentando desde 2017, quando deixou a prisão. O pai, Emílio Odebrecht, e o atual presidente da companhia, Ruy Lemos Sampaio, foram alvos das críticas.
 
Nas mensagens, Marcelo explica uma versão própria sobre os motivos que levaram a companhia a uma das maiores recuperações judiciais da história do país, com dívidas que chegam a R$ 98,5 milhões. 
 
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.