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Ao confirmar o rating BA2, elevar o outlook da dívida soberana de médio e longo prazos do Brasil e atestar que a perspectiva de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do país hoje é mais robusta do que na pré-pandemia, a agência de classificação de riscos Moody's se mostra mais otimista que os economistas brasileiros. A análise, feita ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) é do ex-ministro da Fazenda e atual sócio da Tendências Consultoria Integrada Maílson da Nóbrega.
Na avaliação dele, a ação da Moody's acaba sendo uma surpresa sobretudo porque todas as análises disponíveis são praticamente unânimes em afirmar que o Brasil não conseguirá estabilizar a sua relação dívida/PIB pelo menos ao longo dos próximos dez anos.
"As previsões para a dívida proporcionalmente ao PIB para o período varia de 81% a 84%, a depender da composição da taxa de juro. Todos que acompanham de perto o fiscal falam isso", disse Maílson, acrescentando, contudo, que de qualquer forma é uma notícia positiva se trata de uma grande e importante agência de classificação de riscos endossando melhoras na economia brasileira. "O governo tem mais é que comemorar muito mesmo esta notícia. O difícil será conseguir de volta o grau de investimento. Isso não ocorrerá nem neste e nem no próximo governo porque houve uma piora considerável da rigidez orçamentária, o que impede o governo de gerar superávits primários e reduzir a dívida. E para estabilizar a dívida precisaria de superávits seguidos de 1,5% a 2% do PIB", ponderou o ex-ministro.
Maílson diz ainda que não consegue ver como o governo poderia atacar a questão da dívida, com crescentes reduções da dívida por conta, entre outras coisas, dos reajustes dos salários defasados do funcionalismo publico. "Uma das razões para o governo ter reduzido para zero a meta do resultado primário para 2025 foi para ter margem de manobra para aliviar a pressão dos órgãos gastadores e poder mandar dinheiro para ciência e tecnologia, educação, etc. Mas daqui a pouco vamos ter Polícia Federal reclamando que não tem dinheiro para passaportes, Ibama dizendo que não vem recursos para fazer as fiscalizações", preveniu Maílson, acrescentando que a Moody's não deve ter avaliado corretamente a incapacidade do Brasil de estabilizar a relação dívida/PIB.
(Agência Estado)
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Ao confirmar o rating BA2, elevar o outlook da dívida soberana de médio e longo prazos do Brasil e atestar que a perspectiva de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do país hoje é mais robusta do que na pré-pandemia, a agência de classificação de riscos Moody's se mostra mais otimista que os economistas brasileiros. A análise, feita ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) é do ex-ministro da Fazenda e atual sócio da Tendências Consultoria Integrada Maílson da Nóbrega.
Na avaliação dele, a ação da Moody's acaba sendo uma surpresa sobretudo porque todas as análises disponíveis são praticamente unânimes em afirmar que o Brasil não conseguirá estabilizar a sua relação dívida/PIB pelo menos ao longo dos próximos dez anos.
"As previsões para a dívida proporcionalmente ao PIB para o período varia de 81% a 84%, a depender da composição da taxa de juro. Todos que acompanham de perto o fiscal falam isso", disse Maílson, acrescentando, contudo, que de qualquer forma é uma notícia positiva se trata de uma grande e importante agência de classificação de riscos endossando melhoras na economia brasileira. "O governo tem mais é que comemorar muito mesmo esta notícia. O difícil será conseguir de volta o grau de investimento. Isso não ocorrerá nem neste e nem no próximo governo porque houve uma piora considerável da rigidez orçamentária, o que impede o governo de gerar superávits primários e reduzir a dívida. E para estabilizar a dívida precisaria de superávits seguidos de 1,5% a 2% do PIB", ponderou o ex-ministro.
Maílson diz ainda que não consegue ver como o governo poderia atacar a questão da dívida, com crescentes reduções da dívida por conta, entre outras coisas, dos reajustes dos salários defasados do funcionalismo publico. "Uma das razões para o governo ter reduzido para zero a meta do resultado primário para 2025 foi para ter margem de manobra para aliviar a pressão dos órgãos gastadores e poder mandar dinheiro para ciência e tecnologia, educação, etc. Mas daqui a pouco vamos ter Polícia Federal reclamando que não tem dinheiro para passaportes, Ibama dizendo que não vem recursos para fazer as fiscalizações", preveniu Maílson, acrescentando que a Moody's não deve ter avaliado corretamente a incapacidade do Brasil de estabilizar a relação dívida/PIB.
(Agência Estado)