A moeda norte-americana subiu 0,45%, a R$ 3,7242 na venda. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,7297. Veja mais cotações
A mínima do dia (R$ 3,6732), que também é o menor patamar em duas semanas, foi atingida por volta de 12h10. A partir desse horário as compras ganharam tração, até que a moeda passou a subir.
A alta do dólar no Brasil nesta segunda desafiou o movimento no exterior. Pares do real, especialmente o peso mexicano, a lira turca e o rand sul-africano, já estavam em queda, mas aceleraram as perdas no começo da tarde, enquanto o real passou a subir frente ao dólar.
Já o principal índice de ações da bolsa brasileira (B3) fechou em queda pelo quinto dia seguido, pressionado particularmente pelas ações do bancos, e com investidores repercutindo pesquisas eleitorais. O Ibovespa caiu 0,87%, a 72.307 pontos.
Intervenção do BC
O BC conseguiu conter o dólar após anunciar nesta manhã leilão de até 50 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, nesta sessão. Vendeu integralmente a oferta, de US$ 2,5 bilhões, somando neste mês US$ 13,116 bilhões em novos swaps.
O BC também realizou nesta segunda-feira leilão de até 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho, já somando US$ 3,080 bilhões dos US$ 8,762 bilhões que vencem em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o total.
Diferentemente do que vinha fazendo, o BC não anunciou no pregão anterior, quando o dólar despencou sobre o real, leilão de novos swaps cambiais para a sessão seguinte. Ele vinha ofertando diariamente até 15 mil novos contratos desde 21 de maio passado e, de 14 a 18 de maio, o BC também tinha feito oferta extra, mas de até 5 mil contratos novos.
"Ele (o BC) não pode dar previsibilidade porque cria uma banda, um teto e um piso, e mercado fica esperando", disse à Reuters o gestor de derivativos de uma corretora local.
Após a forte disparada do dólar e das taxas de juros futuros, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse na quinta-feira passada que o órgão ofereceria mais US$ 20 bilhões em novos swaps até o fim desta semana.
A atuação "surpresa" foi bem-vista pelos agentes: "Ele (o BC) não pode dar previsibilidade porque cria uma banda, um teto e um piso, e mercado fica esperando", disse um gestor de derivativos de uma corretora local à Reuters.
"É uma abordagem correta. Atuar 'discricionariamente' traz alguma incerteza ao mercado, evitando especulações”, emendou o diretor de Tesouraria de um banco estrangeiro.
Após a forte disparada do dólar e das taxas de juros futuros, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse na quinta-feira passada que o órgão ofereceria mais 20 bilhões de dólares em novos swaps até o fim desta semana.
No pregão passado, assim, vendeu integralmente o lote de até 15 mil novos swaps, e também a oferta integral de até 60 mil contratos, dentro dessa nova estratégia.
"Serão US$ 20 bilhões até sexta-feira (15), isso pode ajudar o dólar a cair um pouco mais, até R$ 3,65, R$ 3,60, no máximo. Mas o dólar só vai ficar mais fraco aqui se o Fed não trouxer surpresas", afirmou à Reuters o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Ele lembra que haverá nesta semana reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, em meio a expectativas no mercado de que a autoridade monetária possa elevar mais do que o esperado os juros na maior economia do mundo.
● dólar turismo (sem IOF): 3,29
Cenários externo e interno
Por ora, as apostas ainda são majoritárias para que o Fed faça três altas de juros neste ano, a segunda esperada para esta semana, mas indicadores recentes podem indicar uma possível aceleração da elevação das taxas, segundo a Reuters.
Juros mais elevados nos Estados Unidos tendem a atrair para o país recursos até então aplicados em outras praças, como o Brasil.
No exterior, o dólar operava praticamente estável ante a cesta de moedas, mas subia ante as divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
"O clima não é favorável para o dólar cair", acrescentou Faria Júnior.
A cena política também continuava no radar dos mercados nesta sessão, com os investidores repercutindo o resultado da pesquisa eleitoral do Instituto Datafolha divulgada no domingo.
Última sessão
Na sexta-feira, a moeda norte-americana caiu 5,50%, vendida a R$ 3,7074. Na mínima do dia, o dólar alcançou R$ 3,6954. Foi a maior queda percentual diária desde 13 de outubro de 2008, quando o dólar despencou 7,74%, segundo o Valor Online.