Presidente do BC participa de reuniões do grupo na Indonésia

Por Kelly Oliveira –

Agência Brasil

Brasília

O Brasil está bem posicionado para resistir a choques. Essa é a avaliação que o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, apresenta durante as reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, desde ontem até domingo (14), em Bali, na Indonésia.

Goldfajn avalia que o cenário global continua desafiador para os países emergentes, devido à normalização das taxas de juros em economias avançadas, como os Estados Unidos. Com taxa de juros mais alta no mercado norte-americano, investidores com capital aplicado em países emergentes, como o Brasil, podem preferir tirar recurso do país e investir em títulos do Tesouro americano. Esse é um dos motivos que fazem com que o dólar se valorize em relação ao real. Goldfajn também citou as incertezas no comércio internacional, o que pode afetar o crescimento econômico global.

Goldfajn reforça que o Brasil tem um balanço de pagamentos robusto, regime cambial flutuante (taxa de câmbio definida no mercado), nível adequado de reservas internacionais (acima de US$ 380 bilhões) e inflação baixa e controlada.

Segundo o presidente do BC, o balanço de pagamento está em posição confortável, porque o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo da economia) cobre mais de quatro vezes o déficit em transações correntes (compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações).

Goldfajn acrescenta que o sistema financeiro brasileiro é resiliente e seus recursos vêm principalmente de fontes domésticas, limitando o impacto dos choques globais.

O presidente do BC também defende a continuidade das reformas no Brasil, especialmente a da Previdência. “Apesar do progresso da agenda de reformas nos últimos dois anos, o passo decisivo que é a reforma do sistema de aposentadorias ainda não foi dado. O cenário financeiro global mais adverso reforça a necessidade de continuação das reformas e ajustes, a fim de garantir a confiança na sustentabilidade fiscal e gerar maior crescimento econômico”, afirma Goldfajn, em seus apontamentos para a reunião.