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"Se tivermos uma nova onda de estímulos fiscais, de 1% ou 2% do PIB na largada do ano, isso pode mudar a percepção para o PIB (de 2023) e para as projeções de inflação, o que pode causar um embaraço para o Banco Central", diz o economista-chefe da Wealth High Governance (WHG), Fernando Fenolio. "Precisamos monitorar, mas está longe de ser o nosso cenário básico."
A projeção de Fenolio é de manutenção da Selic em 13,75% até junho de 2023, quando prevê o início do ciclo de cortes. O economista diz que há vários fatores que limitam o início dos cortes mais cedo, entre eles, a inflação ainda resistente de serviços e as surpresas positivas com o mercado de trabalho e com a atividade econômica, além do cenário internacional nebuloso. Para o economista, a taxa básica de juros deve encerrar 2023 em 12,5% e 2024, em 10%.
Para o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Lemos Rosal, o arrefecimento previsto para a inflação no curto e no médio prazos deve permitir que o BC mantenha a Selic em 13,75% e inicie um ciclo de cortes no fim do segundo trimestre de 2023, levando a taxa a 11% no encerramento do ano.
Mais gastos
O principal risco está relacionado à autorização para despesas além do teto de gastos em 2023. De acordo com Rosal, as projeções do mercado já parecem ter incorporado uma "licença" para gastar em torno de R$ 130 bilhões. Caso a despesa fique abaixo disso, o BC poderia ter espaço para reduzir mais os juros. Se superar esse montante, a perspectiva é de menos cortes e de uma Selic mais alta no fim do ano que vem.
Já o economista-chefe da Santander Asset, Eduardo Jarra, considera que o BC somente deve iniciar os cortes da taxa Selic no terceiro trimestre de 2023, em um ritmo de 0,5 ponto porcentual por reunião, o que levaria os juros a 11,75% no fim de 2023. Segundo o economista, esse prazo deve ser suficiente para observar uma tendência mais clara de queda da inflação, que leve as expectativas para 2024 para o centro da meta, em meio à desaceleração esperada para a economia global.
Para Jarra, o movimento recente de desaceleração da inflação ajuda a reduzir as incertezas com relação à política monetária no curto prazo. A comunicação do BC, no entanto, deve continuar com um tom que reforce o cenário de juros altos por mais tempo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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"Se tivermos uma nova onda de estímulos fiscais, de 1% ou 2% do PIB na largada do ano, isso pode mudar a percepção para o PIB (de 2023) e para as projeções de inflação, o que pode causar um embaraço para o Banco Central", diz o economista-chefe da Wealth High Governance (WHG), Fernando Fenolio. "Precisamos monitorar, mas está longe de ser o nosso cenário básico."
A projeção de Fenolio é de manutenção da Selic em 13,75% até junho de 2023, quando prevê o início do ciclo de cortes. O economista diz que há vários fatores que limitam o início dos cortes mais cedo, entre eles, a inflação ainda resistente de serviços e as surpresas positivas com o mercado de trabalho e com a atividade econômica, além do cenário internacional nebuloso. Para o economista, a taxa básica de juros deve encerrar 2023 em 12,5% e 2024, em 10%.
Para o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Lemos Rosal, o arrefecimento previsto para a inflação no curto e no médio prazos deve permitir que o BC mantenha a Selic em 13,75% e inicie um ciclo de cortes no fim do segundo trimestre de 2023, levando a taxa a 11% no encerramento do ano.
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O principal risco está relacionado à autorização para despesas além do teto de gastos em 2023. De acordo com Rosal, as projeções do mercado já parecem ter incorporado uma "licença" para gastar em torno de R$ 130 bilhões. Caso a despesa fique abaixo disso, o BC poderia ter espaço para reduzir mais os juros. Se superar esse montante, a perspectiva é de menos cortes e de uma Selic mais alta no fim do ano que vem.
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Para Jarra, o movimento recente de desaceleração da inflação ajuda a reduzir as incertezas com relação à política monetária no curto prazo. A comunicação do BC, no entanto, deve continuar com um tom que reforce o cenário de juros altos por mais tempo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.