Formuladores de políticas dos Estado Unidos, Europa e Ásia cortaram as taxas de juros e abriram as torneiras da liquidez para estabilizar economias quase em estado de coma, tendo em vista os consumidores em quarentena, as cadeias de suprimento interrompidas, os transportes paralisados e as lojas desabastecidas.

Enquanto ministros das Finanças e chefes de bancos centrais adotavam estratégias semelhantes, mercados e países cujas fronteiras estão sendo fechadas e cidades submetidas a interdições ficaram ainda mais alarmados pela troca de farpas entre os EUA e a China.

Em todo o mundo, já foram reportados quase 219 mil casos de coronavírus, incluindo mais de 8.900 mortes ligadas à doença. Mais de 20 mil destes casos foram relatados nas últimas 24 horas, um novo recorde diário.

A China, onde a epidemia surgiu em dezembro, proporcionou um vislumbre de esperança ao anunciar que não teve mais nenhuma transmissão local do vírus — mas os casos importados aumentaram, representando todos os 34 casos novos da quarta-feira.

Se a crise econômica desencadeada pela pandemia faz estragos nos mercados de ações, quase todas as moedas, exceto o euro e o porto seguro do iene, despencaram diante do dólar.

O Banco Central Europeu (ECB) emitiu novas compras de títulos no valor de 750 bilhões de euros em uma reunião de emergência realizada na noite de quarta-feira, uma tentativa de evitar uma recessão profunda que ameaça superar a crise financeira global de 2008-09.

“Tempos extraordinários exigem ações extraordinárias”, disse a presidente do ECB, Christine Lagarde, em meio ao receio de que as tensões da crise florescente possam destroçar a zona do euro como bloco de moeda única.

O BC norte-americano lançou seu terceiro programa de créditos de emergência em dois dias, com a meta de manter a indústria dos mercados de fundos mútuos de 3,8 trilhões de dólares funcionando se os investidores fizerem retiradas rápidas.

Economistas da J.P. Morgan previram que a economia norte-americana encolherá 14% no próximo trimestre, e a chinesa mais de 40% no atual, um dos prognósticos mais dramáticos da possível escala das consequências até o momento.