MERCADO

A atividade econômica brasileira caiu inesperadamente em abril, mostrou um indicador do banco central na sexta-feira, marcando o maior declínio da atividade desde a última recessão em 2016 e um forte alerta de que a economia pode estar voltando para lá.

O IBC-Br, índice de atividade econômica do banco central, um dos principais indicadores do Produto Interno Bruto (PIB), foi de -0,47% em abril ante março, bem abaixo da mediana prevista em uma pesquisa da Reuters com economistas, mais 0,20%.

“Se a atividade durante maio-junho permanecer constante no nível de abril, o PIB real cairia um ajuste sazonal de 1,0% no segundo trimestre”, escreveu Alberto Ramos, chefe de pesquisa latino-americana da Goldman Sachs em Nova York, em nota.

De acordo com Ramos, o índice IBC-Br mostra que o PIB real no Brasil ainda está 8,6% abaixo do pico do ciclo de dezembro de 2013 e apenas 2,9% acima do recorde de dezembro de 2016, “tornando esta a recuperação cíclica mais fraca já registrada”.

Em comparação com o mesmo mês do ano passado, a atividade caiu 0,6% em abril, segundo o banco central.

O índice IBC-Br de abril reflete outros indicadores econômicos, como os índices de gerentes de compras IHS-Markit, que mostraram que a atividade nos serviços e manufatura se contraiu no mês.

O comitê de formulação de políticas do Banco Central do Brasil, conhecido como Copom, se reúne na próxima semana e espera-se que as taxas de juros permaneçam em baixa recorde de 6,50%.

Mas a fraca economia está pressionando as previsões de mercado de longo prazo para eventuais cortes nas taxas. Na quinta-feira, os contratos futuros de taxas de juros de 2020 caíram abaixo de 6,0% pela primeira vez, sugerindo que cerca de 50 pontos-base de flexibilização no próximo ano estejam sendo precificados.

Fonte: opetroleo.com.br